O Governo sírio disse que as operações dos aviões franceses, no âmbito da coligação internacional contra o Estado Islâmico, estão a ser dirigidas contra civis, e provocaram um massacre num povoado ao norte da cidade de Manbech, que está sob controlo dos rebeldes, noticiou ontem a televisão estatal.
O Ministério sírio das Relações Exteriores enviou duas cartas à Secretaria-Geral e ao Conselho de Segurança das Nações Unidas nas quais afirma que aviões franceses “executaram um massacre injusto nos territórios da Síria perto da fronteira com a Turquia, onde atacaram a cidade de Tujan al Kubra, ao norte de Manbech”.
“A agressão francesa tirou a vida a mais de 120 civis, a maioria menores, mulheres e idosos, além de ter deixado dezenas de feridos, entre crianças e mulheres”, refere o Ministério nas suas mensagens.
O Executivo sírio acrescentou que o ataque francês aconteceu depois de aviões dos EUA, da coligação internacional, terem como alvo na segunda-feira a cidade de Manbech, onde morreram mais de 20 civis e dezenas ficaram feridos.
“O Governo da República Árabe da Síria condena categoricamente os dois massacres sangrentos perpetrados por aviões franceses e norte-americanos e os dos filiados na chamada coligação internacional, que enviam os seus mísseis e bombardeiam civis, ao invés de os dirigir contra grupos terroristas”, lê-se num comunicado do Governo sírio dirigido à imprensa.
Segundo as autoridades sírias, tanto os EUA como a França, assim como Turquia, Arábia Saudita, Reino Unido e Catar continuam a apoiar organizações terroristas, que “eles denominam grupos moderados, como a Frente al Nusra, o Exército da Conquista, o Exército do Islão e a Brigada al Tauhid”.
Na opinião do Executivo sírio, este facto demonstra que os Estados integrados na coligação “não são sérios na luta contra o terrorismo”. Os grupos ligados ao ocidente informaram ontem da morte de 56 civis num bombardeamento da coligação internacional ao norte de Manbech, no nordeste da província setentrional de Aleppo.
Ataque turco
Aviões turcos bombardearam posições do Partido de Trabalhadores do Curdistão (PKK) no norte do Iraque, na primeira operação desde a tentativa fracassada de golpe militar da última sexta-feira.
Segundo informações divulgadas ontem pela agência de notícias turca Anadolu, citando fontes de segurança, o bombardeamento com caças de combate F-16 aconteceu na região de Kahurk, no norte iraquiano, e provocou a morte de 20 supostos guerrilheiros curdos.
A Turquia está em alerta máximo para ameaça terrorista e nos últimos meses tanto o Estado Islâmico como o PKK cometeram atentados que causaram dezenas de mortos no país, segundo os ralatos da polícia. O último atentado atribuído ao PKK matou dois polícias, ontem, na província de Trabzon, no litoral do Mar Negro, no nordeste do país, quando uma viatura policial foi atacada com lança-granadas. O PKK é considerado um grupo terrorista pela Turquia, Estados Unidos e União Europeia.
Progressos
A luta contra o Estado Islâmico tem visto grandes progressos nos últimos dois meses, disse o Presidente dos EUA Barack Obama, no final de uma reunião com o Conselho de Segurança Nacional.
“Desde a última vez em que eu actualizei o povo norte-americano sobre nossa campanha, há dois meses, vimos que esta continua a ser uma luta difícil, mas estamos a fazer progressos significativos”, disse Barack Obama.
O Presidente norte-americano observou que a Coligação Internacional liderada pelos Estados Unidos contra o Estado Islâmico realizou até agora mais de 13.000 ataques aéreos e eliminou mais de 120 líderes e altos comandantes dos terroristas. “O Estado Islâmico está sob mais pressão do que nunca”, concluiu Barack Obama. A coligação liderada pelos EUA inclui mais de 60 nações e realiza ataques aéreos contra o grupo na Síria e no Iraque desde 2014, mas as autoridades sírias acusam a coligação de proteger os grupos rebeldes e de facilitar a fuga de dirigentes do Estado Islâmico de zonas cercadas pelas Forças Armadas.
O Governo sírio garantiu que em várias ocasiões as suas forças viram as suas operações mal paradas devido à presença de aviões da coligação que bombardeavam as áreas circundantes, mesmo depois de se noticiar que o seu Exército está a desenvolver atividades no terreno. “Os aviões da coligação surgiram muitras vezes do nada para atrapalhar os ataques das Forças Armadas, principalmente naquelas alturas em que os militantes do Estado Islâmico e outros grupos rebeldes já estavam em desvantagem ou a sua derrota era eminente”, disse a fonte do governo.
jornal de angola
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