Hollande informa que 50 pessoas estão entre a vida e a morte após ataque de Nice
O presidente da França, François Hollande, informou nesta sexta-feira (15) que 50 pessoas estão entre a vida e a morte após o atentado de Nice, na França.
"Cinquenta pessoas estão no hospital em estado crítico. Total de mortos é de 84 pessoas ", disse o presidente francês em pronunciamento na prefeitura da cidade.
Ele observou que "entre as vítimas há franceses, bem como muitos estrangeiros de todo o mundo". "Muitas crianças, crianças pequenas que vieram com suas famílias para ver os fogos de artifício", disse o presidente da França.
Em Nice, um caminhão atropelou na última quinta-feira (14) uma multidão de pessoas que olhava fogos de artifício em comemoração do feriado nacional da França – o Dia da Tomada de Bastilha.
De acordo com relatórios recentes, 84 pessoas morreram, incluindo crianças. Entre os mortos e feridos há muitos estrangeiros.
Nesta sexta-feira (15) as autoridades francesas enviaram tropas para o aeroporto da cidade de Nice para evacuar o local por conta de uma suspeita da bomba.
Terrorista de Nice foi identificado
O motorista de caminhão que matou mais de 80 pessoas em Nice foi identificado pela polícia, informou a agência Reuters nesta sexta (15).
"O motorista do caminhão foi formalmente identificado como Mohamed Lahouaiej Bouhlel", comunicou o Twitter da agência francesa Nice-Matin.
De acordo com a mídia local, os serviços de segurança franceses realizam buscas em casa do terrorista.
Na quinta-feira (14), um motorista de caminhão atropelou uma multidão de pessoas que olhava nos fogos de artifício em homenagem ao feriado nacional da França – o Dia da Tomada de Bastilha. Segundo as testemunhas, o caminhão fazia ziguezagues sem parar ao longo de 2 km na avenida marginal. O motorista também disparou contra as pessoas, tendo sido eliminado pela polícia. O atentado levou 84 vidas. O presidente francês François Hollande chamou o acontecimento de ataque terrorista.
'Multidão olhando para trás, chorando': brasileira conta como foi atentado em Nice
Em comentário exclusivo, duas brasileiras que estavam perto do lugar onde aconteceu o atentado em Nice contam o que viram.
A Sputnik contatou Luísa Féres Rabaldo através do Facebook, onde ela se marcou como segura na página Ataque em Nice, França.
Junto com a sua família, ela estava em uma pizzaria próxima do local do atentado, que tingiu de luto o dia da Bastilha, festa nacional da França.
Primeiro não havia muita clareza sobre a natureza do atentado: "Ouvimos falar em bomba, homens armados, terrorismo", conta a jovem. Depois, se soube que um francês de origem argelina conduziu um caminhão diretamente na multidão, esmagando as pessoas ao longo de cerca de 2 quilômetros, quase a totalidade da Promenade des Anglais, uma rua icônica de Nice.
Leia a íntegra do comentário de Luísa Féres Rabaldo:
"Então, eu estava em uma pizzaria com a minha família, jantando, quando o atentado aconteceu. Essa pizzaria fica mais ou menos 400m da beira da praia, onde estavam acontecendo as comemorações do Dia da Bastilha. Estávamos sentados na parte de dentro quando começou uma correria, uma multidão correndo em direção contrária à praia, olhando pra trás, chorando, falando nos celulares… Nesse momento, quem estava nas mesas de fora da pizzaria entrou correndo para o estabelecimento, enquanto os garçons fechavam as portas bem rápido. Todo o entorno da pizzaria, outros bares e restaurantes, também começaram a fechar suas portas e dar abrigo a quem estava sozinho na rua. Nesse momento ainda não se tinha uma informação clara do que estava acontecendo — ouvimos falar em bomba, homens armados, terrorismo… Saímos do restaurante e conseguimos chegar correndo em casa, por sorte. O pânico estava bem disseminado, muita gente chorando e procurando abrigo.
As informações que eu tenho quanto às ações da polícia eu soube através da imprensa, apesar de ouvir as sirenes o tempo todo durante a noite. Agora são 12:45 p.m., a cidade está tranquila apesar das eventuais sirenes e movimentações, as pessoas estão na rua e o comércio está parcialmente aberto."
***
A irmã de Luísa, Gabriela Féres Rabaldo, estudante de jornalismo em Porto Alegre, tinha passado pelo Passeio dos Ingleses um pouco antes do início da festa com fogos de artifício. No seu Facebook, ela pede para não usar o seu depoimento para fomentar ódio ao Islã.
"Sou estudante de jornalismo em Porto Alegre. Estava estudando na Espanha por um semestre e meu pai e meus irmãos vieram nas férias pra viajarmos juntos. Nós estávamos jantando em um restaurante cerca de 500 metros da praia, após comer, iríamos nos juntar à multidão. Alguns minutos depois do final dos fogos muitas pessoas começaram a passar correndo em frente ao restaurante, tinham expressões de pânico, ouvíamos gritos, choro. Vi uma mãe segurando os filhos com força enquanto corriam, as crianças estavam atônitas. Algumas pessoas se refugiaram dentro do restaurante, os garçons começaram a colocar os clientes para dentro e trancar as portas.
Perguntamos o que estava acontecendo, não queriam nos responder. Nós não falamos francês, mas sabíamos que se tratava de um atentado através do pânico das pessoas nas ruas. Esperamos cerca de uma hora dentro do restaurante e saímos para a rua em direção ao nosso apartamento. Os comércios estavam fechados, era possível ouvir muitas sirenes e as pessoas ainda corriam. Vi duas mulheres sob uma marquise, uma ajudava a outra a carregar um carrinho com um bebê. Perguntei o que estava acontecendo, uma delas me respondeu 'bomb, bomb'. Nós corremos para dentro do apartamento e começamos a ver informações soltas no Twitter, só a partir daí tivemos noção de quão perto estávamos e o que realmente estava acontecendo.
Aproximadamente 1 hora antes dos atentados eu estava correndo na orla. Passei pelas estruturas, por muitas pessoas. É nelas que tô pensando agora, tentando lembrar os seus rostos. A sensação é de que qualquer um poderia ser uma vítima, inclusive eu e a minha família."
Vídeo de eliminação de terrorista divulgado na internet
O vídeo de eliminação de terrorista, que matou 84 pessoas em Nice, foi divulgado nas redes sociais e na TV nesta sexta (15).
O vídeo, postado no Twitter pelo usuário @AmichaiStein1, mostra como as forças de segurança franceses cercam lentamente o caminhão onde, supostamente, fica o terrorista. Em seguida, dá para ouvir os sons de tiros, após os quais o movimento de policiais na área do caminhão se intensifica. Neste momento o terrorista no caminhão, provavelmente, já estaria morto.
sputniknews
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