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terça-feira, 12 de julho de 2016

Sudão do Sul: uma possível zona de conflito entre China e Ocidente

Bandeira nacional do Sudão do Sul
Os acontecimentos no Sudão do Sul podem ter sido organizados por forças ocidentais que estão interessadas na diminuição da presença da China na África, adiantaram analistas russos em entrevista à Sputnik.

O Sudão do Sul é um território importante para a China, 80% de exportações de petróleo do país são destinados à China e a venda de petróleo constitui 5% de importações de petróleo pela China.

A analista do Instituto da África Tatiana Deich não tem dúvidas que a escalação do conflito no Sudão do Sul pode influenciar negativamente os interesses da China no país.


"Claro que pode (influenciar). Porque houve um momento quando o conflito entre Sudão e Sudão do Sul, que não pôde ser regulado, já após o reconhecimento da independência, levou à queda da extração de petróleo e à diminuição de fornecimentos do petróleo para o estrangeiro".

Após o início do conflito, a China fez muitos esforços para normalizar a situação, porque houve uma ameaça direta a seus interesses. Graças a seus esforços, as partes (Sudão e Sudão do Sul) conseguiram regular o conflito e discutir as consequências de repartição de renda da extração, trânsito e exportações de petróleo.

Contudo, Tatiana Deich acredita que há adversários da cooperação com a China mesmo no Sudão do Sul.
Segundo o analista da Academia Diplomática da China Gao Fei "a razão principal para o agravamento do conflito no Sudão do Sul é a contradição étnica. Isto é, o Estado mais novo do Mundo, após a proclamação da independência, necessita primeiro de acertar suas relações exteriores e também de regular as contradições e o conflito com Sudão. O Sudão do Sul não conseguiu até o momento encontrar caminhos para a formação do Estado e para o desenvolvimento econômico. É por isso que os acontecimentos atuais no Sudão do Sul têm razões econômicas, mas é preciso ir buscar mais razões nas contradições políticas e étnicas, tomando em consideração as tradições locais. Este conflito não pode ser classificado como imprevisível".

No dia 12 de julho o representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da China Lu Kan expressou a esperança de que as partes do conflito cessem os combates e violência e recuperem a paz e estabilidade no Sudão do Sul.
A China enviou os seus pacificadores para o Sudão do Sul como parte da missão da ONU em setembro de 2014. O contingente atual de forças da paz da China no Sudão do Sul é aproximadamente de 800 militares.

O Sudão do Sul é rico em jazidas de minério de ferro, cobre, cromo, zinco, volfrâmio, malacacheta, ouro, prata e diamantes. O petróleo é a maior riqueza do país. É o terceiro país petrolífero da África e é por isso que seu território sempre foi um ponto de confrontações geopolíticas.  

sputniknews

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