A sequência mostra uma imagem divulgada pela Lockheed Martin, de um F-16 com as marcas da Aviação Militar indiana; abaixo, o executivo americano Randall Howard
Por Roberto Lopes
Em uma entrevista exclusiva publicada nesta quinta-feira pela agência de notícias indiana PTI, o chefe da unidade de Desenvolvimento de Negócios do F-16 no Grupo Lockheed Martin, Randall Randy Howard, anunciou que sua companhia está pronta a transferir a linha de produção do caça multifunção F-16 Block 70, da cidade texana de Fort Worth para as instalações da Hindustan Aeronautics Ltd. (HAL), na Índia, caso a Força Aérea Indiana se comprometa a adquirir a aeronave nas bases que os chefes militares indianos anunciaram em 2009.
Sete anos atrás a Aviação Militar indiana abriu uma disputada licitação para adquirir 126 unidades de um caça de 4ª geração+ (plus). Essa concorrência não teve um desfecho normal, e somente no fim do ano passado o governo de Nova Déli fechou um acordo com a Administração do presidente francês François Hollande para comprar um lote de 36 aeronaves Rafale.
Entretanto, no primeiro semestre deste ano, ignorando a decisão recente sobre o Rafale, os indianos reacenderam a disputa entre as grandes corporações aeronáuticas do Ocidente, anunciando que até o mês de dezembro escolherão um caça de última geração apto a equipar as suas unidades aéreas de combate em conjunto com o caça leve LCA Tejas, cuja eficiência na guerra aérea ainda não pôde ser comprovada.
A Lockheed Martin já vendeu 4.588 caças F-16 ao redor do planeta, e agora enfrenta um duplo desafio: (a) conquistar o mercado indiano, barrando a forte ofensiva empreendida, nos últimos meses, pelo Grupo SAAB, fabricante do caça Gripen E/F (NG); e (b) rebater as críticas de que a nomenclatura F-16 Block 70 não representa uma nova aeronave, mas apenas uma identificação para o cliente indiano do conhecido F-16 E/F Block 60 Desert Falcon, exportado na década passada para a Força Aérea dos Emirados Árabes Unidos (foto abaixo).
O modelo que os americanos propõem construir na Índia, de valor unitário básico estimado em 105 milhões de dólares, não é uma novidade nem mesmo para os chefes militares indianos. No fim dos anos de 2000, quando a Lockheed Martin decidiu participar da concorrência indiana, ele foi apresentado ao Ministério da Defesa, em Déli, como F-16IN Block 70 Viper.
Durante a entrevista à PTN, Howard pareceu seguro e entusiasmado quase o tempo todo.
Ele só titubeou quando o repórter da agência indiana de notícias perguntou se a Lockheed Martin estaria disposta a bloquear a venda do F-16 Block 70 indiano para a Aviação Militar do Paquistão, país que é o arquirrival da Índia. “Isso ainda será parte das conversas que vão haver entre os governos indiano e americano”, esquivou-se o executivo da Lockheed Martin.
Plano Brasil
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