O presidente russo Vladimir Putin assinou uma ordem que suspende o acordo com os EUA sobre a reciclagem do plutônio utilizado em armas nucleares por causa de ações hostis de Washington. O documento correspondente foi publicado na segunda-feira (3) no portal de informações jurídicas.
O documento diz que a Rússia "suspende o acordo entre o governo da Federação da Rússia e o governo dos EUA sobre a reciclagem de plutônio, designado como plutônio já não necessário para fins militares, sua manipulação e cooperação nesta área".
Segundo a ordem, tal decisão foi provocada pela "surgimento de ameaça de instabilidade estratégica em resultado de ações norte-americanos hostis em relação à Rússia, bem como a incapacidade dos EUA de assegurar o cumprimento de responsabilidades assumidas para a reciclagem dos excedentes de plutônio militar". A ordem destaca que a Federação da Rússia não utilizará este plutônio na produção de armas nucleares ou quaisquer outros dispositivos explosivos nucleares, em pesquisas, desenvolvimento, projetos ou testes ligados a tais dispositivos ou para quaisquer outros fins militares.
Em abril deste ano, Putin disse durante o fórum da Frente Popular de Toda a Rússia que os EUA, ao contrário da Rússia, não cumprem suas responsabilidades de reciclar o plutônio militar, mantendo o seu potencial de retorno (materiais ou armas nucleares que podem ser usados para completar o arsenal possível de portadores de armas nucleares).
"Nós assinámos o acordo correspondente e acordámos que esse material seria eliminado de uma determinada forma, ou seja – industrial. Para isso era necessário construir empresas especiais. Nós cumprimos as nossas responsabilidades, nós construímos essa empresa. Os nossos parceiros americanos – não", disse o presidente russo. "Além disso, eles anunciaram muito recentemente que pretendem destruir o combustível nuclear utilizado, altamente enriquecido, não pelo método que acordámos (…), mas com outro [método], diluindo-o e reciclando-o algures em determinados recipientes. Isso significa que eles mantêm o chamado potencial de retorno, ou seja, ele pode ser extraído, tratado e transformado de novo em plutônio militar", sublinhou Putin.
Sputnik
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