Bashar Al Assad: “O que aconteceu na Iugoslávia e o que está acontecendo na Síria tem a mesma base” - Noticia Final

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segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Bashar Al Assad: “O que aconteceu na Iugoslávia e o que está acontecendo na Síria tem a mesma base”


Tradução: orientemidia

O Presidente da República Árabe da Síria, Bashar al-Assad, deu uma nova entrevista com o jornal sérvio “Politika”.

Abaixo está a transcrição completa da entrevista em espanhol -traduzida ao português-.

assadpolitika

Pergunta 1: Presidente Assad, porque  fracassou o último cessar-fogo na Síria? Quem é o culpado por isso?

Presidente Assad: Na verdade, o Ocidente, principalmente os Estados Unidos, têm pressionado por um cessar-fogo, e sempre pedem um cessar-fogo apenas quando os terroristas estão em uma situação ruim, e não os civis. E sempre tentam tirar partido destas tréguas para apoiar os seus terroristas, fornecendo-lhes apoio logístico, armas, dinheiro e tudo o que necessitam para lutar e se fortalecer novamente. 

Quando não funciona, eles pedem aos terroristas que façam a trégua fracassar ou que comecem a atacar novamente. Então, quem é o culpado? Os Estados Unidos e seus aliados, os países ocidentais, porque para eles, os terroristas e o terrorismo são uma carta que eles querem usar no cenário sírio, não estão contra os terroristas. Para eles, apoiar os terroristas é uma guerra de atrito contra a Síria, contra o Irã, contra a Rússia, é assim que eles veem isso.Portanto, não é só este cessar-fogo; qualquer tentativa de trégua ou movimento político ou iniciativa política, cada fracasso nessas propostas é devido aos Estados Unidos.

Pergunta 2: Mas o que os países estão a apoiar o terrorismo? Arábia Saudita? ¿Qatar?

Presidente Assad: Arábia Saudita, Qatar, Turquia …

Jornalista: Turquia?

Presidente Assad: Porque o terrorismo veio através da Turquia, com o apoio do governo, com a ajuda direta do governo.

Jornalista: Diretamente?

Presidente Assad: Claro, apoio direto do governo.

Jornalista: Com dinheiro ou armas?
Presidente Assad: Digamos que o apoio foi dar luz verde, em primeiro lugar. Em segundo lugar, a coalizão estadunidense, ou  “coalizão internacional” podia ver com seus drones o ISIS fazendo uso das nossas jazidas de petróleo e os caminhões que transportam petróleo para a Turquia.
Jornalista: Petróleo sírio?
Presidente Assad: Na Síria, da Síria para a Turquia, sob a supervisão de seus satélites e aviões. Eles não fizeram nada, até que os russos intervieram e começaram a atacar os comboios e as posições do ISIS. Ai foi quando o ISIS começou a enfraquecer. Então, o Ocidente deu luz verde a esses países como Turquia, Arábia Saudita e Qatar … Esses governos são fantoches;  fantoches do Ocidente, fantoches dos Estados Unidos; trabalham como fantoches e os terroristas na Síria são os seus executores, executores dos países ocidentais e dos Estados Unidos.
Pergunta 3: Mas e o dinheiro da comercialização deste petróleo, com quem ficou?Com a Turquia?

Presidente Assad: É um negócio entre o ISIS e a Turquia. Parte do dinheiro vai para ISIS e é usado para contratar e pagar os salários de seus combatentes. É por isso que o ISIS estava crescendo antes da intervenção russa e propagou-se na Síria e no Iraque. E parte do dinheiro vai para os funcionários do governo turco, Erdogan, especialmente para ele e sua família.

Pergunta 4: Sr. presidente, considera que os russos e os americanos nunca chegarão a um acordo sobre a Síria? Podem a Rússia e os EUA ser parceiros na guerra contra o terrorismo na Síria?

Presidente Assad: Era o que queríamos, mas realmente não acredito nisso por uma razão simples: porque os russos baseiam a sua política em seus valores, deixando de lado seus interesses. Os valores que adotam são o respeito ao direito internacional, a luta contra o terrorismo e a preocupação de que os terroristas que permanecem na Síria também poderiam afetar a Europa, a Rússia e o resto do mundo. Portanto, os russos são muito sérios e estão muito determinados a continuar a luta contra o terrorismo. Enquanto isso, os americanos baseiam a sua política em um valor completamente diferente, o seu valor é: “nós podemos usar os terroristas.” Quero dizer que os americanos querem usar os terroristas como uma carta para servir aos seus próprios interesses em detrimento dos interesses dos outros países.

Pergunta 5: Sobre o bombardeio contra o Exército Sírio perto do aeroporto de Deir ez-Zor, como foi o ataque aéreo estadunidense? Foi uma coincidência ou não?

Presidente Assad: Foi premeditado pelas forças dos EUA, porque o ISIS festava enfraquecendo por causa da cooperação da Síria, da Rússia e do Irã contra eles. E, como al-Nusra tinha sido derrotado em muitas áreas na Síria, os americanos queriam enfraquecer o Exército Sírio desta forma; atacando nosso exército em Deir ez-Zor. Não foi por acaso que o ataque durou cerca de uma hora e atacaram muitas vezes.

Jornalista: Uma hora?
Presidente Assad: Mais de uma hora. Houve muitos ataques dos EUA e seus aliados contra a posição. Eles atacaram uma grande área. Não atacaram um prédio como para dizer “nós cometemos um erro.” Eles atacaram três grandes colinas, não havia outros grupos nestas colinas e em Deir ez-Zor só tinha o ISIS, não o que eles chamam de “oposição moderada”. Portanto, foi um ataque premeditado para ajudar o ISIS a tomar essas posições. E o ISIS atacou aquelas colinas e tentou capturá-las imediatamente, em menos de uma hora após o ataque.
 Jornalista: ISIS atacando uma posição após o ataque dos Estados Unidos?

Presidente Assad: Em menos de uma hora o ISIS atacou aquelas colinas. Isto significa que o ISIS reuniu suas forças para atacar aquelas colinas mas.. como o ISIS sabia que os estadunidenses iriam atacar essa posição? Isso significa que eles se prepararam. Isto é uma prova explícita e evidente que os americanos estão apoiando o ISIS e o usam como uma carta para alterar o equilíbrio na Síria de acordo com sua agenda política.

Jornalista: E depois disso, EUA dizem que sentiam muito, certo?

Presidente Assad: Eles disseram que lamentavam, não que sentiam muito. [Risos]

Pergunta 6: Sr. Presidente, quem foi responsável pelo ataque ao comboio da Cruz Vermelha, perto de Aleppo, e que armas acredita que foram usadas para a destruição do mesmo?

Presidente Assad: Definitivamente foram os grupos terroristas de Aleppo, porque são eles que tinham interesse em destruí-lo. Quando a trégua foi anunciada em Aleppo, eles a rejeitaram. A frase textual foi “nós não queremos uma trégua”.  Eles se recusaram a receber qualquer comboio, foi anunciado por eles. Houve até mesmo uma manifestação rejeitando os comboios de ajuda humanitária. Portanto, eles tinham interesse em atacar o comboio, nós não. Além disso, o comboio estava em uma área onde não havia soldados sírios, e não havia nenhuma aeronave síria ou russa voando nessa área. Mas o fato foi usado como propaganda, como parte da narrativa que existe no Ocidente contra a Síria; de que nós atacamos o comboio humanitário. A guerra na Síria, de acordo com a propaganda ocidental, está tomando a forma de guerra humanitária. Esta é a máscara do Ocidente. Eles querem usar a máscara humanitária, a fim de ter uma desculpa para intervir na Síria e quando digo intervir eu quero dizer militarmente ou através do apoio aos terroristas.
Pergunta 7: Os meios de comunicação ocidentais têm falado muito sobre o uso de armas químicas e das bombas de barril …

Presidente Assad: O mesmo, para provar isso tem uma imagem em preto e branco: um muito, muito ruim o malvado do filme contra o muito, muito bom. É como a narrativa de George W. Bush durante a guerra no Iraque e no Afeganistão. Portanto, eles quiseram usar esses titulares, a fim de provocar emoções na opinião pública dos seus países. Desta forma, a opinião pública iria apoiá-los se eles queriam interferir diretamente, através de ataques militares ou apoiando seus representantes na nossa região, que são os terroristas.
Jornalista: É a mesma situação que existia na ex-Jugoslávia, na guerra na Jugoslávia, também na guerra na Bósnia e Herzegovina, na guerra no Kosovo … problemas humanitários.

Presidente Assad: Talvez a época e a forma seja diferente, mas o que aconteceu em seu país e que está acontecendo na Síria tem a mesma base.

Pergunta 8: Nos últimos dias vimos, nas notícias, como Anistia Internacional condenou um grupo terrorista por usar armas químicas em Aleppo.

Presidente Assad: Exatamente, aconteceu há poucos dias em Aleppo. E, de fato,  além deste ataque químico, os terroristas mataram nos últimos dias, em Aleppo, pelo menos 80 pessoas e feriram mais de 300. Mas não é possível ler sobre isso nos meios de comunicação ocidentais. Apenas publicam algumas fotos e alguns incidentes nas áreas controladas pelos terroristas a fim de condenar e culpar o governo sírio, não porque eles estejam preocupados com os sírios. Não se preocupam com os nossos filhos, ou com os civis inocentes, ou com a civilização ou a infraestrutura … Eles não se preocupam com tudo isso. Eles apenas se preocupam com o que pode servir aos seus próprios interesses.

Pergunta 9: E agora, sobre o exército … O senhor é o comandante supremo das Forças Armadas Sírias. O seu exército possui armas químicas?

Presidente Assad: Não, nós não temos. Desde 2013, não temos essas armas em nosso arsenal. Mas antes dessa data também nunca foram utilizadas. Isto é, quando se fala dearmas químicas utilizadas pelo governo, falamos de milhares de vítimas em um só lugar em um tempo muito curto. Nós nunca tivemos este tipo de incidentes; apenas acusações de meios de comunicação ocidentais.
Pergunta 10: O Sr. Presidente, quando considera que acabará a guerra na Síria?
Presidente Assad: Quando? Eu sempre digo que menos de um ano seria suficiente para resolver o nosso problema interno. O problema é que isso é difícil com a interferência de potências estrangeiras. Podemos resolver o conflito em poucos meses quando essas potências estrangeiras deixar a Síria. Claro, isso não é muito realista, porque todo mundo sabe que os Estados Unidos não podem permitir que a Rússia se torne uma grande potência. A Arábia Saudita está procurando uma maneira de destruir o Irã já faz muitos anos e a Síria poderia ser um dos lugares onde eles poderiam conseguir seus objetivos. Se dizemos que poderíamos alcançar o fim do conflito expulsando essas potências estrangeiras da Síria,  temos um problema na solução do nosso problema. Como acabar com o conflito? Em primeiro lugar, deter o apoio aos terroristas de países estrangeiros, tais como Turquia, Arábia Saudita e Qatar e os países do Ocidente, especialmente os Estados Unidos. Quando deixem de apoiar os terroristas, não será difícil de resolver o nosso problema.
Pergunta 11:  Sr. Presidente, é verdade que a Síria é o último país socialista no mundo árabe?

Presidente Assad: Hoje, sim. Eu não sei no futuro. Mas hoje somos socialistas, mas é claro que do tipo de socialismo aberto.

Pergunta 12: E as suas principais companhias … se tratam de empresas estatais ou empresas privadas?

Presidente Assad: Temos ambas. Mas, em geral, em uma situação como a nossa, o setor público sempre desempenha o papel mais importante. Como você sabe, o setor privado poderia sofrer mais no campo econômico devido à insegurança. Portanto, é por isso que nesta situação devemos confiar mais no setor público, mas o setor privado ainda desempenha um papel muito importante.

 Pergunta 13: E há uma atmosfera de tolerância com outras igrejas, cristãos, muçulmanos e …

Presidente Assad: Não é tolerância, é a realidade, são parte desta sociedade. Sem todas as cores diferentes desta sociedade – cristãos, muçulmanos e grupos étnicos – não seria mais Síria. Portanto, cada cidadão sírio deve se sentir completamente livre em praticar seus rituais, suas tradições, suas crenças. Ele deve ser livre com a finalidade de ter um país estável. Então, eu não diria que seja tolerância. Com tolerância entendemos que aceitamos algo contra a nossa vontade e não: muçulmanos e cristãos viveram juntos durante séculos na Síria, e se integram em suas vidas diárias, não se isolam.

Pergunta 14: Não há escolas separadas para muçulmanos e cristãos, certo?

Presidente Assad: Não, não. Há escolas que pertencem à Igreja, mas estão cheias de muçulmanos e vice-versa. Nós não permitimos a segregação das religiões e grupos étnicos na Síria, seria muito perigoso. Mas é claro que, mesmo sem a intervenção do governo a este respeito, o nosso povo gostaria de viver um ao lado do outro em cada escola, em cada lugar, cada ONG, no governo … É natural … É por isso que a Síria é multirreligiosa por natureza, não pelo governo. A sociedade síria tem sido secular ao longo da história.

Pergunta 15: O Sr. Presidente, um ano se passou desde que as forças aéreas russas começaram a intervir na guerra na Síria, quanto a Rússia tem ajudado a Síria nesta guerra?

Presidente Assad: Antes da intervenção russa, o ISIS estava se expandindo, como eu disse. Quando a Rússia começou com o apoio no terreno, o ISIS, al-Nusra e outros grupos filiados à Al Qaeda começaram a encolher. Portanto, esta é a realidade. Por quê? Claro, porque é uma grande potência e tem um grande exército com poder de fogo pesado, que pode ajudar o Exército Sírio em sua guerra. A outra parte da história é que, quando um grande país, uma grande potência como a Rússia, intervém contra os terroristas em coordenação com as tropas no terreno (no nosso caso, é o Exército Sírio), naturalmente, irá obter resultados sólidos enquanto que se você falar sobre a aliança americana (a qual não é nada séria de qualquer maneira), mas ao mesmo tempo não tem aliados no terreno, então não pode conseguir qualquer coisa. Portanto, o poder russo era muito importante junto ao seu peso político na cena internacional, em ambos casos poderia mudar a situação, e essas mudanças têm sido muito importantes para a Síria no que se refere ao derrotar os terroristas em diferentes áreas relacionadas com a Síria, bem como no campo de batalha.
Pergunta 16: Está a sociedade síria hoje dividida pela guerra? 
Presidente Assad: Na verdade, é mais homogênea do que antes da guerra. Isso pode ser surpreendente para muitos observadores, mas a guerra ainda é uma lição muito profunda e importante para todo sírio. Muitos sírios antes da guerra não enxergavam a diferença entre ser um fanático e ser um terrorista. Estes limites não eram claros para muitos e por causa da guerra, devido à destruição, por causa do alto preço que afetou todos os sírios, muitos aprenderam a lição. Agora eles sabem que a única maneira de proteger e preservar o país deve ser a homogeneidade: saber viver uns com os outros, se integrar,  se aceitar, se amar. É por isso que eu acho que o efeito da guerra, a este respeito tem sido positivo para a sociedade síria, embora uma guerra é ruim em todos os sentidos. Portanto, eu não estou preocupado com a estrutura da sociedade síria após a guerra. Eu acho que vai ser mais saudável.

Pergunta 17: Uma pergunta sobre a eleição presidencial dos Estados Unidos, quem o senhor gostaria que ganhe as eleições presidenciais dos EUA, Hillary ou Trump?

Presidente Assad: Eu acredito que na maior parte do mundo o debate sobre esta eleição é se Clinton é melhor ou pior que Trump. Na Síria a discussão é quem dos dois é pior.Portanto, nenhum dos dois, acredito, seria bom para nós. Em segundo lugar, a partir de nossa experiência com funcionários estadunidenses e os políticos em geral, nós não confiamos em suas palavras porque eles não são honestos. Digam o que digam, não se deve acreditar. Se eles dizem uma palavra boa ou uma má palavra, se eles são muito agressivo ou muito calmos, não acredite neles. Sua atitude depende de seu interesse,  sobre sua influência nos vários movimentos políticos do seu país, após as eleições definirão a sua política. Dito de outro modo, não devemos perder tempo ouvindo sua retórica. É apenas lixo. Esperemos as suas ações políticas e, então veremos, mas não há nenhum sinal de que os Estados Unidos vão mudar drasticamente a sua política sobre o está acontecendo no mundo, para obedecer a lei internacional ou se preocupar com a Carta das Nações Unidas. Não há sinais de que possamos ver isto num futuro próximo.Portanto, não se trata de dizer quem eu quero que seja o presidente; a diferença entre eles é mínima, cada um deixará sua própria marca pessoal, mas isso não significa que haverá diferença em suas políticas. Então eu não vou colocar esperanças em nenhum, não percamos tempo com isso.

Peregunta 18: Sr. Presidente, a última pergunta: Sobre a relação entre a Sérvia e a Síria, você tem alguma mensagem para as pessoas da Sérvia?

Presidente Assad: Eu acho que em ambos países não fizemos o que tínhamos que fazer, antes da guerra. Temos que planejar para a próxima vez, já seu país sofreu uma agressão externa que levou à divisão da Iugoslávia e acho que seu povo ainda está pagando o preço dessa guerra. Em segundo lugar, a guerra no seu país foi retratada da mesma forma que na Síria; como uma guerra humanitária em que o Ocidente deveria intervir para proteger uma comunidade de outra comunidade, que segundo eles seria a agressora. No mundo há muitas pessoas que acreditam nessa história, a mesma que contam da Síria.Eles usam a mesma máscara, a máscara humanitária.
Na realidade, o Ocidente não se preocupa com o seu povo, não se preocupam com o nosso povo, não se preocupam com ninguém neste mundo. Eles só se preocupam com seus interesses. Dito isto, eu acho que nós aprendemos as mesmas lições. Falamos sobre lugares diferentes, estamos falando de duas décadas de distância, talvez títulos diferentes … mas na verdade o conteúdo é o mesmo. É por isso que eu acho que nós precisamos ter mais relações em todos os aspectos; culturais, econômicas, políticas … com a finalidade de fortalecer a nossa posição.

Pergunta 19: Mas o senhor e o governo sírio apoiam a Sérvia no problema do Kosovo? 

Presidente Assad: O fazemos e o fizemos. Os turcos queriam usar a sua influência no Kosovo, a favor do Kosovo, mas nós recusamos. Isso foi antes da guerra, sete ou oito anos antes e nós recusamos, apesar de ter boas relações com a Turquia naquele momento.  Nós apoiamos a Sérvia. 

Jornalista: O Sr. Presidente, muito obrigado pela entrevista, obrigado pelo seu tempo.

Presidente Assad: De nada. Obrigado por ter vindo a Damasco.

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