Ao participar em São Paulo da cerimônia de posse do Conselho de Administração da Amcham Brasil (American Chamber of Commerce for Brazil), Temer defendeu a qualidade da carne e a inspeção brasileira, disse que a situação encontrada pela Polícia Federal é pontual e ressaltou a importância de não se comprometer o agronegócio brasileiro com o escândalo da carne, pois o setor é muito importante para o país e não pode ser desvalorizado por "uma coisa menor", que segundo o presidente será punida se necessário.
"Nós temos na verdade sistemas rigorosíssimos de avaliação sanitária aqui no Brasil. Também sabemos que quando o produto chega no país estrangeiros, em muitos deles há uma nova inspeção, que é para validar a inspeção feita aqui no Brasil. Eu quero salientar esse ponto tendo em vista que o agronegócio para nós no Brasil é uma coisa importantíssima e não pode ser desvalorizado por um pequeno núcleo, uma coisa que será menor, apurável, fiscalizável, punível se for o caso, mas não pode comprometer todo um sistema que nós montamos ao longo dos anos."
No domingo (19), o presidente Michel Temer realizou uma reunião com ministros de estados e cerca de 40 representantes de países importadores de carne brasileira para tentar tranquilizá-los e anunciar mais rigor na fiscalização dos frigoríficos do país, além de determinar mais agilidade nas auditorias a serem feitas nos estabelecimentos envolvidos no esquema. Para provar a qualidade da carne brasileira, o presidente convidou os embaixadores para um churrasco em um restaurante em Brasília.
Após a ação da Polícia Federal, o ministério da Agricultura exonerou Gil Bueno de Magalhães e Júlio Cesar Carneiro dos cargos de Superintendentes dos estados do Paraná e Goiás. Ambos são suspeitos de envolvimento no esquema de suposto pagamento de propina por frigoríficos a agentes públicos para facilitar a emissão de certificados sanitários para alimentos que estavam estragados ou fora de validade para consumo. Segundo a Polícia Federal, os frigoríficos envolvidos no esquema maquiavam as carnes vencidas com produtos químicos e as reembalavam para serem comercializadas.
Outros nove ocupantes de cargos comissionados também foram exonerados. Ainda na sexta-feira (17), quando foi deflagrada a Operação Carne Fraca, o secretário executivo do Ministério da Agricultura, Eumar Novacki anunciou o afastamento de 33 servidores de seus cargos, que foram citados na investigação da Polícia Federal.
Diante dos resultados apresentados na Operação Carne Fraca, a União Europeia decidiu suspender, provisoriamente, a importação de carne brasileira de todas as empresas envolvidas nas investigações. O Ministério da Agricultura brasileiro, informou que ainda não recebeu nenhum comunicado oficial de que a União Europeia suspendeu temporariamente a importação.
Uma reunião também está prevista para acontecer esta semana na Europa para tratar do assunto, porém, não foi identificado até agora problemas nos produtos já importados.
A China e o Chile também suspenderam temporariamente as importações de carne brasileira após vir a tona as ilegalidades na fiscalização sanitária.
Já a Coreia do Sul proibiu temporariamente a compra de produtos de frango da BRF, das marcas Sadia e Perdigão e exige que os fornecedores brasileiros de carne de frango passem a apresentar um certificado de saúde emitido pelo governo brasileiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário