As capacidades da máquina permitem realizar uma ampla gama de tarefas – desde o melhoramento de propriedades de alimentos até à produção de gasolina a partir de betume usando radiação.
Segundo os especialistas, seu principal objetivo é levar à prática as conquistas da ciência fundamental.
O novo acelerador foi altamente apreciado em outros países. Ele foi encomendado porcientistas da Índia, China, Cazaquistão, Polônia e Estados Unidos. As vantagens competitivas do acelerador russo são que ele “é melhor em seus parâmetros, é mais barato e mais confiável”, disse o vice-diretor do Instituto de Física Nuclear da Academia Russa de Ciências Yuri Tikhonov.
“Temos toda uma linha de aceleradores. Só para a indústria produzimos mais de uma dezena destes equipamentos de diferentes tipos que são vendidos de forma particularmente intensiva para a China. Ela é o maior consumidor. Houve um ano em que vendemos cerca de 20 aceleradores”.
A gama de aplicações de aceleradores é muito ampla: na esterilização de produtos médicos, no acabamento de fios eléctricos, no tratamento de águas de esgoto, na produção de certos tipos de polietileno, etc. Uma das direções promissoras, segundo dizem no Centro é o craqueamento de petróleo com radiação:
“O craqueamento de petróleo pode ser feito de duas maneiras: usando catalisadores e aquecendo-o a temperaturas elevadas (assim se produz gasolina). Mas pode-se fazer de outra forma: através da modificação do petróleo com radiação. São selecionadas doses de radiação que convertem o petróleo pesado em frações mais leves. Por exemplo, como resíduos do processo de craqueamento do petróleo ficam cerca de 30% de betume. Ele é usado na indústria de construção de estradas. Com radiação ele pode ser convertido em gasolina rica em octanas. Nós provamos isso experimentalmente”.
Agora, a tarefa dos cientistas é descobrir como incorporar a tecnologia desenvolvida naindústria do petróleo, enfatiza o especialista. Por enquanto isso não é economicamente rentável. No entanto, várias empresas já se interessaram no know-how dos cientistas de Novossibirsk e estão dispostas a cooperar com o Centro de Radiação.
Os peritos do Centro têm muitas ideias: a produção de óleo de máquina com aditivos, a transformação de resíduos de produção altamente tóxicos em produtos úteis, tratamento com radiação de alimentos – frutas, legumes e pratos prontos. O acelerador pode fazer tudo isto.
Quanto a irradiação de alimentos, neste caso não devemos ter medo da palavra “radiação”, explicou à Voz da Rússia o diretor do Centro de Radiação do Instituto de Física Nuclear, Alexander Bryazgin. A irradiação permite apenas aumentar o prazo de vida útil dos produtos e a quantidade de vitaminas neles:
“Nós fornecemos dois aceleradores aos Estados Unidos para a irradiação de alimentos. Eles têm seus próprios aceleradores, mas para certos produtos precisam dos nossos. Isso depende da espessura da peça a tratar e de vários outros momentos técnicos. Todos os aceleradores têm seu próprio nicho, e nesse nicho são os melhores. A nossa vantagem é alta energia e grande potência”.
Os aceleradores russos são muito eficazes, disse o cientista.
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