Por Tom Stiglich |
Já irrompeu a mais declarada divisão entre os ministros de Relações Exteriores da União Europeia reunidos na 6ª-feira (15/8/2014), sobre aplicar ou não aplicar sanções contra a Rússia. Em extraordinária explosão de irritação, o primeiro-ministro da Hungria ridicularizou as sanções, dizendo que os europeus estão atirando contra o próprio pé (“como os russos já disseram várias vezes”). Antes, a Eslováquia e a República Checa também haviam proposto repensar a política das sanções. Restam Polônia, Lituânia e Romênia, como velhos “falcões” de uma velha “Nova Europa” aliada de Washington.
A Finlândia declarou, em voto separado, que não mais se alinhará com políticas de sanções; e que buscará comércio regular e normal com a Rússia. O presidente Sauli Niinisto viajou a Moscou e reuniu-se com Putin semana passada para discutir comércio e relações econômicas.
O jornal Guardian publicou matéria engraçadíssima (15/8/2014, redecastorphoto, “Embargo contra Rússia? E a Europa já se afoga em frutas, carne de porco e cavala”), na qual detalha o processo pelo qual a resposta dos russos deixou a Europa à mercê de um tsunami de produtos perecíveis e inexportáveis. Além disso, a Rússia já está procurando fontes alternativas de itens agrícolas para importar, de outros mercados fora da União Europeia – Turquia, Brasil, Egito, Israel etc.. Agora, a União Europeia dá tratos à bola para encontrar meios para persuadir esses países a não exportar para a Rússia.
Por Steve Benson |
Mesmo assim, alguma coisa de bom sairá de tudo isso, se a Rússia conseguir desmoralizar completamente a prática grosseira do Ocidente, de usar sanções como arma política contra qualquer país que se recuse a meter o rabo entre as pernas e “seguir Washington”. Assim também, se deve esperar que a União Europeia tenha aprendido a lição; já se vê a movimentação na direção de uma reunião entre Putin e José Manuel Barroso, presidente da Comissão Europeia.
A grande questão é se Washington tolerará aquecimento tão sensível nas relações entre Rússia e União Europeia. Intrinsicamente, a Ucrânia não tem qualquer importância estratégica para os EUA; e tem pouca, se alguma, para a União Europeia. Não é difícil chegarem a alguma espécie de arranjo sobre a Ucrânia, desde que haja vontade política – o ocidente esquece a agenda de meter a Ucrânia na OTAN e a Rússia aprende a conviver com governo pró-ocidente em Kiev, com o leste da Ucrânia recebendo grau significativo de autonomia cultural e de governo.
- Você não está morto de medo? |
Redecastorphoto
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