O povo da Catalunha, região autônoma ao norte da Espanha, está votando hoje em uma polêmica consulta popular sobre sua independência.
Os cidadãos estão sendo questionados se querem a criação de um Estado catalão e se este Estado deve ser independente.
A Justiça espanhola considerou a votação inconstitucional, mas o líder do Executivo catalão, Artur Mas, alertou que o governo central não deveria interferir no processo.
“Não sei o que eles (do governo central) farão. Isso não depende da gente. Mas qualquer medida contra a votação seria um ataque direto contra a democracia e os direitos fundamentais”, disse Mas.
O Tribunal Constitucional da Espanha havia suspendido a realização de um referendo oficial sobre o assunto.
Nesta semana, a mesma corte exigiu que a votação fosse suspensa.
Mas o governo da Catalunha decidiu seguir em frente com a “consulta a seus cidadãos”.
O primeiro-ministro Mariano Rajoy disse que a votação não terá efeitos práticos e pediu que a Catalunha retornasse à “sanidade”.
Nacionalismo
Ela contribui mais para a economia espanhola do que recebe de volta por meio de fundos do governo central.
Disputas econômicas e diferenças culturais deram força ao nacionalismo na região.
Segundo o correspondente da BBC Chris Morris, muitos catalães sentem que fazer parte de um único Estado, o espanhol, não é o mais adequado para eles.
Por isso, existe uma longa história de luta pela independência da região ou de ao menos uma maior autonomia.
Em 2006, a Catalunha passou a se considerar uma região com estatus de “nação”, mas isso foi derrubado pelo Tribunal Constitucional em 2010.
O repórter Patrick Johnson, da BBC News, acompanhou a movimentação em um dos pontos de votação.
“A maioria diz que votará a favor da independência, mas há alguns que votarão contra, mas fazem questão de ir às urnas numdesafio ao que veem como uma intransigência de Madri”, afirma Johnson.
O premiê Rajoy disse que o foco deveria estar no diálogo entre o governo da Catalunha e o governo central espanhol, liderado por ele, dentro dos “parâmetros constitucionais”.
Protestos
O grupo Libres e Iguales (Livres e Iguais, numa tradução livre do espanhol) é contra a votação e realizou protestos em diversas cidades.
Um protesto em Barcelona, capital da Catalunha, teve um início de conflito, mas ninguém chegou a ser preso.
Manifestações a favor da consulta também foram tealizados.
Os apoiadores da independência acreditam que um grande apoio à proposta por meio da consulta colocará mais pressão sobre o governo central para abrir negociações sobre mais autonomia política e fiscal, o que levaria à realização de um referendo sobre a independência.
Eles esperam ter o voto de 1,5 milhão de catalãos. Já aqueles contrários não devem ir às urnas.
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