A Estratégia Nacional de Defesa ( END ) consolidou a necessidade de transformação das Forças Armadas em desenvolver novas capacidades adequadas à dimensão político-estratégica de um Brasil forte e soberano.
A Estratégia está focada em ações estratégicas de médio e longo prazos e objetiva modernizar a estrutura nacional de defesa, atuando em três eixos: reorganização e rearticulação das
Forças Armadas; fortalecimento da indústria de material de defesa; e política de composição dos efetivos das Forças Armadas.
O que a Estratégia Nacional de Defesa estabelece para as Forças Armadas ultrapassa a simples modernização dos meios ou adaptação de suas estruturas.
Prevê a transformação das Forças no sentido de lhes habilitar a defender o Brasil. Transformar, neste caso, significa dotar as Forças Armadas de novas estruturas e capacidades para cumprir suas missões e desempenhar as funções do combate moderno na era do conhecimento.
Nesse contexto, o Exército Brasileiro desenvolveu vários projetos. Destes, sete são estratégicos pela importância, abrangência e impacto que produzirão em todos os sistemas da Força, cujos fatores críticos concentram-se em quatro principais áreas: doutrina, recursos (humanos e financeiros), inovação tecnológica e gestão.
Os projetos buscam atender a premissas estabelecidas na Estratégia, como a criação de mentalidade de defesa na sociedade brasileira e o emprego dos produtos de defesa.
São eles: Defesa Cibernética; SISFRON (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras);
PROTEGER (Sistema de Proteção de Estruturas Estratégicas); GUARANI (Nova Família de
Blindados de Rodas); ASTROS 2020; Defesa Antiaérea; e RECOP (Recuperação da Capacidade Operacional).
A END considera como setores estratégicos para a Defesa Nacional, o Nuclear, o Espacial e o Cibernético. O desenvolvimento do Setor Cibernético, cuja implantação no âmbito da Defesa está sob coordenação e integração do Exército Brasileiro, situará as instituições de defesa no rol das organizações, nacionais e internacionais, que tratam a segurança da informação e a capacidade de atuar em rede como recursos capazes de minimizar despesas, aumentar a produtividade e otimizar as comunicações, conferindo confidencialidade, disponibilidade, integridade e autenticidade às informações que trafegam em suas redes, processadas e armazenadas em seus ativos de informação.
Em 2012, o Exército criou o Centro de Defesa Cibernética, em Brasília, com o propósito de coordenar as atividades voltadas para a defesa cibernética do País. O Projeto Defesa Cibernética tica embute a produção de softwares e hardwares. Atualmente, está sendo produzido o primeiro antivírus 100% nacional.
O SISFRON, além de fortalecer a presença do Estado na faixa de fronteira terrestre, incrementará a capacidade do Exército de monitorar as áreas de interesse, garantirá o fluxo de dados, produzirá informações confiáveis e oportunas para a tomada de decisão e permitirá dispor de “atuadores” com capacidade de responder prontamente contra ameaças externas ou delitos transfronteiriços, em operações singulares, conjuntas ou inter agências.
A região Amazônica será, por suas características, particularmente beneficiada pelo Projeto.
Sendo dual, diversificará a pauta de exportação e contribuirá com a geração de empregos e renda.
O SISFRON é, também, valioso instrumento para incrementar a cooperação e as medidas de confiança mútua com os países vizinhos. O Projeto Piloto está sendo implantado na 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, em Dourados, MS.
O Sistema PROTEGER destina-se à integração de esforços voltados para a proteção de Estruturas Estratégicas Terrestres do País, ou seja, instalações, serviços, bens e sistemas, cuja interrupção ou destruição, total ou parcial, provocará sério impacto social, ambiental, econômico, político, internacional ou à segurança do Estado e da sociedade.
O Sistema amplia as capacidades do Exército para a proteção da sociedade em grandes eventos e o apoio à Defesa Civil e à segurança pública. O Projeto Piloto está sendo implantado na 15ª Brigada de Infantaria Mecanizada, em Cascavel, PR.
Do ponto de vista territorial, o PROTEGER e o SISFRON são complementares. Este está voltado para a faixa de fronteira terrestre, enquanto aquele contempla as demais áreas do território nacional.
O GUARANI - a nova família de blindados de rodas - permitirá a substituição das viaturas ENGESA, com mais de 30 anos de utilização, com a incorporação de modernas tecnologias. O Projeto contribui para a pesquisa e a inovação e constitui-se num vetor de transformação da Indústria Nacional de Defesa, gerando empregos diretos e indiretos em inúmeras áreas da cadeia produtiva.
O GUARANI é fabricado pela IVECO (Sete Lagoas – MG) que, este ano, disponibilizou o protó-
tipo para testes e avaliações. O Projeto Piloto está sendo implantado no Comando Militar do Sul.
Em 2012, o Exército Brasileiro contratou a aquisição de 102 carros, enquanto negociações com
países do continente encontram-se em curso.
O sistema de defesa ASTROS 2020 atenderá a uma demanda estratégica da Defesa Nacional.
Destina-se a prover o País, especialmente a Força Terrestre, com produtos estratégicos de
defesa de elevada capacidade dissuasória por meio de foguetes guiados e de mísseis de cruzeiro com alcance de até 300 km. O Projeto é nacional, desenvolvido pela AVIBRÁS e com conteúdo tecnológico de última geração.
Fomentará ampla cadeia produtiva e a oferta de empregos, bem como elevará a capacidade de
exportação da indústria brasileira de material de defesa.
A atualização do Sistema de Defesa Antiaérea e sua integração aos demais sistemas componentes do Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (SISDABRA) posicionarão a indústria
brasileira no restrito grupo dos países que dispõem de capacidade científico-tecnológica para estruturar sistemas de defesa antiaérea, bem como proporcionarão níveis adequados de
proteção das Estruturas Estratégicas do País contra ameaças aéreas oriundas de aeronaves,
veículos aéreos não tripulados, ultraleves ou similares.
Os grandes eventos – em especial, a Copa do Mundo de Futebol de 2014 e os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016 serão particularmente beneficiados pelo Projeto, nos moldes
do que ocorre, este ano, com os Jogos Olímpicos de Londres.
Por fim, o Projeto Estratégico Recuperação da Capacidade Operacional visa dotar as unidades operacionais daqueles produtos de defesa imprescindíveis ao seu emprego operacional,
com a finalidade de atender às exigências de defesa da Pátria, das operações para a Garantia
da Lei e da Ordem e das missões subsidiárias, com claros benefícios decorrentes do fomento
da indústria civil e de defesa em diversas áreas, em todo o País, gerando empregos e renda.
Fonte: General Carlos Barcellos/ Chefe do Centro de Comunicação Social
Consciência H
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