Uma delegação de militares e de funcionários civis do Ministério da Defesa do Japão esteve esta semana em Sydnei, para discutir pontos dessa cooperação.
Funcionários do Ministério da Defesa do Japão na Austrália (Ishikawa é o terceiro da esquerda para a direita); abaixo um diagrama do submarino proposto à Marinha australiana (notar a referência a um snorkel que pode ser acionado mesmo durante um tufão)
O governo japonês autorizou sua indústria a oferecer à Marinha australiana o projeto de um submarino da classe Soryu (“Dragão Azul”) – de 88 m de comprimento e 4.000 toneladas de deslocamento – modificado de forma a atender a algumas solicitações do cliente.
Nova seção – O modelo proposto é o de um navio de ataque de características furtivas e propulsão convencional, como o Soryu, mas de maior porte e maior alcance.
De acordo com a edição desta quinta-feira (22.10) do jornal The Australian, editado em Sydnei, a oferta feita pelos japoneses é o de uma embarcação com uma nova seção de casco, medindo entre 6 e 8 m, que será alojada a meia-nau, logo atrás das aletas estabilizadoras do Soryu original.
Um submarino japonês da classe Soryu na base naval americana de Guam; a foto é de 2013
Segundo a reportagem, essa espécie de “Soryu melhorado” será impulsionado por uma nova e altamente eficiente geração de baterias de íons de lítio, desenvolvida pelos engenheiros japoneses – baterias menores e mais eficientes que as normais de ácido de chumbo.
O espaço economizado com a adoção desses equipamentos mais o proporcionado pela nova seção do casco servirá a dois importantes objetivos: aumentar o conforto dos alojamentos da tripulação, e ampliar os reservatórios de óleo diesel – o que garantirá ao navio um maior raio de ação ao navio.
Eles e elas – O capítulo da habitabilidade é especialmente importante.
Em primeiro lugar porque os chefes navais australianos observaram que os seus submarinistas são militares de estatura elevada, que necessitam de beliches mais compridos que os instalados, normalmente, em submarinos de outras marinhas…
E em segundo lugar porque, em função de uma medida de precaução elementar, os alojamentos dos submarinistas homens ficará afastado do alojamento das suas colegas submarinistas…
Mulheres a bordo. Acima uma tripulante do submarino australiano “Waller”, e abaixo uma especialista nos motores do “Dechaineux”, da classe Collins
O The Australian foi informado de que a proposta japonesa garante que o barco poderia ser integralmente fabricado pela indústria naval australiana, o que implicaria permitir o treinamento de cerca de 300 engenheiros e técnicos australianos no estaleiro de Kobe.
No capítulo da transferência de tecnologia, a parte mais sensível diz respeito aos materiais que garantem o comportamento furtivo do barco japonês. Mas o comissário adjunto para Tecnologia e Logística do Ministério da Defesa do Japão, Masaki Ishikawa, afirmou ao The Australian que “toda a tecnologia necessária [à fabricação do novo submarino] será transferida à Austrália”.
Em junho do ano passado, o então ministro da Defesa australiano, David Johnston, tornou-se a primeira autoridade de seu cargo a ser admitido no interior de um Soryu – no caso, do Zuiryu (“Dragão Auspicioso”).
DCNS – A delegação de militares e funcionários civis do Ministério da Defesa japonês informou às autoridades australianas, que o projeto do “Dragão Azul” exigirá um parceiro australiano de boa qualificação para o empreendimento, e acrescentou que o estaleiro ASC (Australian Submarine Corporation), da cidade de Adelaide – que construiu os submarinos da classe Collins –, é uma opção perfeitamente aceitável.
No contrato para a construção da nova classe de submarinos australianos, a indústria naval japonesa trabalhará com a ASC
No primeiro semestre deste ano, apesar da forte pressão contrária exercida pela empresa francesa DCNS – fornecedora dos submarinos da classe Scorpène –, o governo da Índia solicitou formalmente à indústria japonesa que participe da licitação internacional a ser aberta por sua Marinha, para a contratação de uma nova geração de submarinos a serem construídos em um dos vários estaleiros indianos.
Plano Brasil
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