Motociclistas observam local atingido por bombas aéreas que ativistas dizem ser da Rússia na cidade de Babila, em Idlib – Khalil Ashawi / Reuters
Ataque partiu de embarcações no mar Cáspio, segundo autoridade da Rússia
BEIRUTE – A Rússia lançou mísseis em alvos ligados aoo Estado Islâmico e à al-Nusra a partir de navios de guerra no mar Cáspio nesta quarta-feira, de acordo com informação do ministro da Defesa do país, Sergei Sholgu divulgada pela agência de notícias russa Interfax.
Shoigu disse que quatro navios de guerra lançaram 26 mísseis que destruíram 11 alvos do grupo extremista. Ao ser informado por Shoigu em um encontro transmitido pela televisão, o presidente Vladimir Putin exaltou a ação pelo alcance da bombas, afirmando que os alvos estavam a 1,5 mil quilômetros de distância.
O chefe de Estado afirmou que ainda é cedo para falar sobre o resultado das operações russas na Síria e pediu a Shoigu para continuar cooperando com os Estados Unidos, Turquia, Arábia Saudita, Irã e Iraque na crise do país. Putin nega as alegações sobre a Rússia concentrar os ataques em opositores rebeldes do regime de Bashar al-Assad, presidente Sírio.
Nesta quarta-feira, Ash Carter, secretário de Defesa dos Estados Unidos afirmou que o país não vai cooperar com a Rússia na crise por esta apresentar uma estratégia “tragicamente falha”. No entanto, ele disse que o país está preparado para realizar discussões ténicas sobre segurança.
— Não estamos preparados para cooperar com uma estratégia que explicamos como falha, tragicamente falha por parte da Rússia — declarou Carter durante viagem a Roma, renovando as acusações de que a Rússia não visa atingir alvos do EI.
SÍRIA ATACA REBELDES PELO SOLO
Nesta quarta-feira, a Síria iniciou a primeira ação militar coordenada com a Rússia desde que Moscou começou a intervenção militar no país. As forças de Assad, junto a milicianos pró-governo, atacaram posições insurgentes por terra junto à bombardeios aéreos da Rússia.
As bombas russas atingiram partes das províncias de Hama e Idlib, mirando cidades próximas à principal estrada que liga a capital do país, Damasco, a cidade de Aleppo, no norte, e passa pelas principais cidades do oeste da Síria, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos, instituição com sede no Reino Unido.
Segundo a entidade, as cidades de Kaf Zita, Kafr Nabudah, al-Sayyd e al-Lataminah, em Hama, e Khan Shaykhun e Alhbit, em Idlib foram atingidas. Grande parte de Idlib está sobre controle de uma aliança que inclui combatentes da al-Nusra, braço sírio da al-Qaeda.
Os ataques terrestres usaram mísseis tinham como alvo quatro posições rebeldes na região e confrontos seguiram a ação militar, afirmou Rami Abdulrahman, chefe do Observatório.
— Ainda não há informação (dos governos) de nenhum avanço terrestre, mas os bombardeios aéreos acertaram veículos e bases insurgentes — declarou Abdulrahman, que descreveu os confrontos como “o combate mais intenso em meses”.
Uma fonte regional próxima à questão militar na Síria disse à Reuters que combatentes do Hezbollah apoiaram as forças da Síria nos ataques aos rebeldes, mas Abdulrahman disse que não havia sinal imediato de envolvimento russo no solo.
Na semana passada, a imprensa informou que aliados de Assad, incluindo forças iranianas, estavam preparando um ataque terrestre na Síria com intenção de reconquistar territórios perdidos pelo governo aos insurgentes opositores este ano.
TURQUIA: FORTALECIMENTO DO EI
O primeiro-ministro da Tuquia, Ahmet Davutoglu, afirmou que, dos 57 bombardeios aéreos da Rússia, apenas dois atingiram o EI. Segundo o premier, uma avaliação da agência turca de inteligência mostrou que o restante dos ataques atingiram a oposição, que tem apoio da Turquia e pelos Estados Unidos.
— Se (o regime sírio) enfraquece a oposição, fortalece o Estado Islâmico — afirmou Davutoglu, alertando sobre o risco de novo fluxo de refugiados que poderia intensificar a crise na União Europeia.
Já o Shoigu afirma, segundo a agência de notícias TASS, que a Rússia já atingiu 112 alvos do Estado Islâmico desde o início da intervenção em 30 de setembro.
O objetivo russo no país em guerra há quatro anos é lutar contra grupos extremistas como o EI e a al-Nusra, braço sírio da al-Qaeda. No entanto, nações ocidentais afirmaram que o foco da ação russa são os rebeldes opositores a Assad.
Fonte: O Globo
Plano Brasil
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