RÚSSIA COMEÇOU ATAQUES NA SEMANA PASSADA (FOTO: EFE)
DESDE QUE MOSCOU COMEÇOU A BOMBARDEAR OS OPOSITORES DO GOVERNO NA SÍRIA, LEGISLADORES E LÍDERES DE MILÍCIAS TÊM PRESSIONADO O PRIMEIRO-MINISTRO HAIDER AL-ABADI PARA CONVIDAR OS RUSSOS A INTERVIR NO IRAQUE
Legisladores xiitas do Iraque e líderes de milícias pediram para a Rússia realizar ataques aéreos contra militantes do Estado Islâmico em seu país, acentuando os ataques já realizados pela campanha aérea liderada pelos Estados Unidos contra o grupo extremista.
Desde que Moscou começou a bombardear os opositores do governo na Síria na semana passada, os legisladores e líderes de milícias têm pressionado o primeiro-ministro, Haider al-Abadi, para convidar a Rússia a intervir no Iraque. O governo iraquiano disse na semana passada que havia selado um acordo com a Rússia, com o Irã e com o regime sírio para compartilhar inteligência em um esforço para combater o Estado Islâmico.
“Nós damos boas-vindas aos ataques aéreos russos no Iraque para ajudar a combater a matriz do Estado Islâmico, com ataques direcionados às linhas de suprimentos vindos da Síria e linhas de contrabando de petróleo”, disse Moeen al-Kadhimi, porta-voz da brigada Badr, uma milícia apoiada pelo Irã e partido político que desempenha um papel de primeira linha na luta contra o Estado islâmico. “A Rússia tem tecnologia avançada militar e pode nos ajudar com sua inteligência”, acrescentou.
Muitos políticos xiitas iraquianos têm laços estreitos com o Irã xiita, e Teerã é um dos aliados mais próximos do líder sírio Bashar al-Assad, cujo regime é dominado pela minoria Alawite xiita A intervenção russa iria rivalizar com a influência norte-americana no Iraque e aumentar os riscos de um conflito regional entre as duas potências. Algumas autoridades iraquianas expressaram preocupação sobre uma possível guerra entre os EUA e a Rússia por território.
“Esta intervenção vai causar confusão para a região”, disse Mahmoud al-Mashhadani, um parlamentar sunita e ex-presidente do Parlamento. “Tememos que esta intervenção possa provocar um segundo Afeganistão no oeste do Iraque e no leste da Síria”, disse. O primeiro-ministro disse na semana passada que ele gostaria de receber ataques aéreos russos no Iraque, desde que eles fossem coordenadas com a coalizão liderada pelos Estados Unidos. Seu governo concordou em formar uma “sala de operações” em Bagdá para facilitar a partilha de inteligência com os representantes do regime sírio, russo e iraniano.
Neste terça-feira, o primeiro-ministro chamou a coalizão liderada pelos EUA de “uma pequena ajuda” e disse que ele procurou manter relações cordiais com os norte-americanos e russos. “Isso não quer dizer que eu rejeito a pequena ajuda. Mesmo uma única bomba seria útil para mim”, disse ele durante a inauguração de um hospital. Uma delegação de parlamentares do Comitê de Defesa e Segurança do Iraque está programada para viajar a Moscou no início de novembro para detalhar o acordo de partilha de inteligência, disse Shakwan Abdullah, o vice-chefe do comitê.
Estados Unidos
Para diminuir as chances de que as operações aéreas russas na Síria resultem em um confronto entre nações, representantes dos Estados Unidos e da Rússia concordaram em conversar sobre o tema. Segundo um oficial da Defesa dos Estados Unidos, agentes do país em Moscou foram procurados pelos russos, interessados em dar continuidade às conversas para ajudar a resolver a situação. Um oficial russo confirmou que a oferta foi feita.
O secretário de imprensa do Pentágono, Peter Cook, disse que os Estados Unidos esperam uma resposta formal e os detalhes da proposta de Moscou. Cook completou afirmando que os EUA estão prontos para um novo encontro o quanto antes. Oficiais da Defesa americana dizem que apesar de os russos terem concordado em conversar para resolver o conflito no espaço aéreo sírio, nada foi determinado em relação a onde o diálogo ocorreria.
Os agentes também reforçaram que ainda não há indicações de que a Rússia tenha concordado com as regras básicas de segurança aérea da Defesa americana. Em Moscou, o vice-ministro da Defesa, Anatoly Antonov, disse que haverá uma nova videoconferência com o Ministério da Defesa americano nos próximos dias. Antonov também disse que os EUA têm algumas restrições por enquanto. “Os americanos limitaram a cooperação a apenas níveis técnicos de interação entre nossos pilotos durante as missões”.
Fonte: Epoca
Plano Brasil
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