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sábado, 30 de janeiro de 2016

Entre a reprimenda moral ao governo de Riad e o contrato bilionário da Marinha saudita, a indústria naval alemã optou pelo último…

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A sequência mostra a concepção artística de um patrulheiro TNC 35, divulgada pelo estaleiro alemão Lürssen, e, abaixo, um barco da classe FPB 38
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Por Roberto Lopes

O estaleiro alemão Lürssen deu início à construção de 15 navios-patrulha ligeiros para o governo da Arábia Saudita, em atenção a um contrato assinado no verão (europeu) do ano passado, avaliado em cerca de 1,5 bilhão de Euros (o equivalente a 1,63 bilhão de dólares).

A execução do serviço vinha sendo retardada pelo desconforto que certas atitudes políticas do governo de Riad causam em parte do governo alemão de coalizão liderado pela chanceler Angela Merkel.

Políticos germânicos condenam a violenta intervenção armada que vem sendo liderada, há cerca de dez meses, por tropas sauditas no território do Iêmen, bem como a recente execução (2 de janeiro) de um clérigo e 46 outros ativistas xiitas em solo saudita.

Os patrulheiros encomendados pelos sauditas são de dois modelos: TNC 35 e FPB 38.

O barco da classe TNC 35 tem 35 m de comprimento, 8 m de boca máxima e 1,8 m de calado. Está equipado com dois motores diesel que lhe permitem alcançar a velocidade de 40 nós horários.

O modelo FPB 38 possui 38,5 m de comprimento, 7 m de bôca máxima e calado de 2,2 m. A indústria naval da Indonésia fabricou essa classe de embarcação, sob licença, para equipar a sua Aduana, mas ela também foi adotada pelas marinhas alemã e do Bahrein (classe Al Riffa). Sua velocidade máxima é de 31 nós.

Discussão – A informação de que as embarcações já estão sendo construídas foi divulgada pelo site noticioso alemão Ostsee-Zeitung, na última terça-feira (26.01) citando fontes do Ministério da Economia da República Federal da Alemanha. E gerou certa discussão.

Ela foi duramente criticada, por exemplo, na página do Spiegel online, para quem o Ministério da Economia deveria ser mais lógico em suas ações, já que um porta-voz dessa Pasta esteve entre as primeiras vozes que pediram o cancelamento do contrato com os sauditas, como forma de aplicar uma reprimenda moral ao governo de Riad.

Entre os executivos do governo Angela Merkel que defendiam o cumprimento do contrato, a principal alegação sempre foi a de que os patrulheiros, todos de baixa tonelagem e armamento leve não constituem, propriamente, “armas de guerra”, e sim, “sistemas de armas defensivas”.
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Patrulheiro tipo FPB 38

Em contraposição a eles, os principais defensores do cancelamento do contrato pediam não apenas a suspensão desse serviço especificamente, mas também o banimento de todas as vendas militares à Arábia Saudita.

Políticos da cidade de Wolgast, no Norte da Alemanha, onde os barcos estão sendo fabricados, argumentaram, junto ao Conselho Alemão, que um navio-patrulha “não representa tecnologia de guerra segundo o entende o senso comum”, mas um simples instrumento policial para proteger a região costeira de um país.

Plano Brasil

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