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domingo, 3 de janeiro de 2016

Ucrânia viola trégua de Minsk com centenas de mercenários em Donbass

Kiev, 3 jan (Prensa Latina) A Ucrânia viola os acordos de Minsk com a mobilização de centenas de mercenários estrangeiros perto da linha de separação entre suas tropas e as milícias, confirmou hoje uma fonte da insurgente República Popular de Donetsk (RPD).

Eduard Basurin, chefe anexo do Estado Maior das milícias na RPD, assegurou que centenas de soldados procedentes da Polônia, Geórgia e Turquia operam nas regiões de Pischevik e Nikoláevka, a uma distância entre cinco e oito quilômetros da faixa de contato.


Com a assinatura em 3 de novembro passado de uma lei que permite aos cidadãos estrangeiros e apátridas servir nas Forças Armadas da Ucrânia, o presidente Petro Poroshenko descumpriu de fato um dos pontos pactuados em Minsk em 12 de fevereiro de 2015, que prevê "a retirada de todas as forças estrangeiras".


Segundo o serviço de imprensa do governo, o documento número 716-VIII adotado em 6 de outubro de 2015 pela Rada Suprema (Parlamento unicameral ucraniano) proporciona aos nascidos fora do país a capacidade legal para assinar contrato de serviço nas Forças Armadas e outras formações militares, segundo o comunicado.


A maior presença de estrangeiros nas Forças Armadas e outras formações marciais, diminui a necessidade do chamado dos cidadãos da Ucrânia ao serviço militar durante a mobilização por um período especial, conclui o comunicado do meio da presidência, que ignora o compromisso explicitado nos acordos de Minsk.


A Agência de Notícias de Donetsk (AND), ao citar Basurin, informou que nas últimas 48 horas o Exército de Kiev descumpriu várias vezes o cessar-fogo em Donbass (sudeste da Ucrânia) com disparos de morteiros e da artilharia dos tanques de guerra.


Por sua vez, Andrei Lisenko, porta-voz da operação punitiva lançada pela Ucrânia desde abril de 2014 contra a população do Donbass, acusou os milicianos de realizar 42 bombardeios contra as posições do contingente do governo, deixando um ferido. A partir de setembro passado, as partes beligerantes concordaram em reforçar o armistício, e desde então se observou uma diminuição dos confrontos, enfatizada por acusações mútuas de violações esporádicas do compromisso de silenciar as armas.


O conflito originado pelo golpe de estado de 22 de fevereiro de 2014 em Kiev deixou já mais de nove mil mortos, cerca de 20 mil feridos e mais de dois milhões de deslocados. 


mem/jpm/cc


Prensa Latina

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