Os rebeldes sírios garantem que este sábado as tropas do governo bombardearam e fizeram buscas em todo o país, incluindo a província de Daraa, em Aleppo e nos subúrbios de Damasco.
Os confrontos não páram enquanto há movimentações políticos:
Depois de terem surgido notícias de que o vice-presidente sírio teria desertado, o gabinete do próprio Farouk al-Sharaa negou estas informações.
Num comunicado, o gabinete congratulou-se pela escolha de Lakdar Brahimi como novo mediador da ONU e da Liga Árabe para a Síria.
Entretanto, mais os observadores das Nações Unidas estão a abandonar o país por falta de segurança.
O chefe da missão da ONU, Babacar Gaye, disse mesmo que há alguma desilução em todo este processo: "a meio de junho era claro que ambas as partes não estavam empenhadas em cumprir o cessar-fogo. E, nesta posição, faço um apelo para que se mudem as mentalidades de uma lógica militar para o diálogo. É por isso que sentimos alguma frustração."
De qualquer forma, Babacar Gaye garante que a ONU não vai abandonar o país e aproveitou ainda para acusar os dois lados do conflito de não garantir a proteção dos civis.
EuroNews
Em rara aparição, presidente sírio participa de festa do fim do Ramadã
Assad participa de festa do fim do Ramadã
Termina neste domingo o mandato de observadores internacionais da ONU na Síria diante da falta de acordo dos países para colocar fim ao conflito
O presidente sírio, Bashar al-Assad, fez neste domingo uma de seus poucas aparições públicas ao participar em uma mesquita em Damasco na oração de Eid ul-Fitr, a festa do final do Ramadã, em um dia no qual expira o mandato dos observadores internacionais da ONU na Síria.
Os meios de comunicação estatais anunciaram que Assad rezou na mesquita de Al Hamd, localizada no bairro Al Muhajerin, em Damasco, junto a vários altos cargos do Estado e do partido Al Baath.
Nesse evento, também estiveram presentes o primeiro-ministro sírio, Wael al Halqi; o presidente do Parlamento, Mohammed Jihad al Laham; e o secretário adjunto do partido governamental Al Baath, Abdulah al Ahmar.
As imagens divulgadas pela televisão estatal mostraram o líder sírio na primeira fila de dezenas responsáveis e cidadãos sírios escutando junto ao mufti do país, Ahmed Hasun, o sermão do imame.
Mudança no comando do plano de paz
O novo mediador internacional para a Síria, Lakhdar Brahimi, de 78 anos, substitui no cargo Kofi Annan, que apresentou sua renúncia diante do fracasso de seu plano de paz. Esta nomeação foi feita um dia após o Conselho de Segurança ordenar, na quinta-feira, o fim da missão de observadores da ONU na Síria, diante da falta de acordo dos países para por fim a um conflito que não para de se agravar.
Mas o novo enviado das Nações Unidas e da Liga Árabe para a Síria disse ter pouca confiança que se possa acabar com a guerra civil no país árabe. "Acredito que vou colocar todos os meus esforços, vou fazer o máximo possível", declarou à rede de televisão France 24.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu um apoio internacional "forte, claro e unificado" a Brahimi. A China, país aliado de Damasco, e os Estados Unidos, que pedem a renúncia de Bashar al-Assad, também prometeram apoiar Brahimi. A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, fez o mesmo, diante da "imensa tarefa que o espera".
A Rússia saudou a nomeação de Brahimi, com a esperança de que retome o plano de paz de Annan e o acordo de Genebra, que propunha uma transição política no país.
Os rebeldes continuam exigindo, além de armas, uma zona de exclusão aérea como a implementada na Líbia, mas o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, declarou-se contra esta ideia, em uma entrevista que será divulgada neste sábado na Sky News Arabia.
Moscou é o aliado mais forte do regime sírio e utilizou seu poder de veto em três ocasiões, junto a Pequim, contra resoluções do Conselho de Segurança que incluíam ameaças de sanções contra Damasco.
Ultimo Segundo IG
Espiões alemães ajudam oposição síria, afirma jornal
Agência de espionagem alemã apoia insurgentes sírios, diz jornal. Segundo o "Bild am Sonntag", navio da Marinha alemã vigia os movimentos das tropas sírias para fornecer informações aos rebeldes.
O Serviço Federal de Informações (BND, na sigla em alemão) está apoiando os insurgentes na Síria. De acordo com uma reportagem publicada neste domingo (19/08) pelo jornal Bild am Sonntag, um navio da Marinha da Alemanha munido com equipamentos de espionagem de alta tecnologia encontra-se diante da costa síria.
Os equipamentos do BND permitem vigiar os movimentos de tropas a até 600 quilômetros de distância da orla. Conforme o jornal, os dados seriam repassados às forças rebeldes através dos serviços de informação dos EUA e do Reino Unido.
Além disso, o periódico alemão afirma que agentes do BND estão estacionados na base turca da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) de Adana, de onde vigiam o tráfego de rádio e chamadas telefônicas da Síria. Além disso, seria mantido contato informal com fontes próximas ao regime de Bashar al-Assad. O BND não quis comentar as informações.
"Nenhum serviço de inteligência ocidental tem tão boas fontes na Síria como o BND", ressaltou um funcionário da inteligência dos EUA, em entrevista ao Bild am Sonntag. Segundo o norte-americano, o próprio BND estaria "orgulhoso" de suas importantes contribuições para a derrubada do regime Assad.
Recentemente, o diretor do BND, Gerhard Schindler, havia afirmado em entrevista que os dias do regime Assad possivelmente estariam contados, e que o setor militar sírio se esfacela cada vez mais.
Confirmação ministerial
Um porta-voz do Ministério da Defesa da Alemanha confirmou em Berlim que um navio auxiliar da Marinha se encontra em águas internacionais no leste do Mediterrâneo. Segundo o funcionário, este tipo de embarcação – equipada com tecnologia de reconhecimento e comunicação – tem como tarefa obter informações. O navio, segundo o órgão, encontra-se estacionado em um porto na Sicília.
Na Síria, os confrontos continuam, fazendo vítimas sobretudo entre civis, de acordo com o chefe da missão de observação da Organização das Nações Unidas (ONU), general Babacar Gaye. Segundo o líder, tanto as forças do governo quanto os rebeldes não contribuem para a proteção dos civis no conflito.
"Ambas as partes têm obrigações no âmbito do direito internacional humanitário de garantir que os civis sejam protegidos", sublinha Gaye. Desde junho, ambos os lados não se sentem vinculados a uma trégua. Como resultado, a violência tem aumentado dramaticamente.
Missão da ONU termina neste domingo
O Conselho de Segurança da ONU determinou nesta quinta-feira (16/08) o fim da missão de observadores, devido ao aumento da violência na Síria. O mandato termina neste domingo. Gaye, porém, assegurou que a ONU continuará engajada na busca de uma solução para o conflito na Síria.
Neste fim de semana, foram registradas batalhas, entre outros, em Damasco e em Aleppo, assim como nas províncias de Homs, Daraa e Deir as-Saur. Segundo a oposição, pelo menos 172 pessoas morreram somente neste sábado. Enquanto isso, a televisão estatal síria mostrou Assad orando em uma mesquita em Damasco. Neste domingo, começa a festa de três dias que comemora o encerramento do Ramadã, mês de jejum ritual islâmico.
Nesta sexta-feira (17/08), o argelino Lakhdar Brahimi foi nomeado novo enviado especial à Síria da ONU e da Liga Árabe, substituindo o ex-secretário geral da ONU Kofi Annan como mediador do conflito no país. Para não falhar, como Annan, nesta tarefa aparentemente impossível, ele colocou algumas condições. Entre outras coisas, Brahimi, de 78 anos, cobrou apoio do Conselho de Segurança. "Se não me apoiarem, não há nada a fazer", alertou.
DW
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