Associação da Imprensa Estrangeira em Israel condenou ataque e exigiu um posicionamento do Exército
Soldados das forças de segurança israelenses agrediram fisicamente um grupo de fotojornalistas palestinos nesta semana e foram criticados neste domingo (19/08) pela FPA (Associação da Imprensa Estrangeira em Israel, na sigla em inglês).
Em nota, o órgão disse esperar “uma ação imediata e pública daqueles que se consideram como a 'única democracia no Oriente Médio' após esse espancamento premeditado por parte das Forças de Defesa de Israel a profissionais da imprensa claramente identificados".
O incidente ocorreu na cidade de Kafr Kadum, na Cisjordânia, onde a cada sexta-feira é comum repórteres acompanharem a população em uma série de protestos contra a ocupação israelense. Imagens publicadas na internet mostram cinco profissionais devidamente identificados descendo uma rua carregando suas câmaras, tripés, capacetes e coletes à prova de balas.
Na sequência, os fotógrafos se separam para deixar dois veículos militares passarem e, neste instante, vários soldados armados com pedaços de pau e usando máscaras de gás começam a agredir os jornalistas.
Glenys Sugarman, secretária da FPA, afirmou à Agência Efe que "vários fotojornalistas palestinos que trabalham para veículos de imprensa internacionais ficaram feridos". Segundo Glenus, o caso mais grave foi de um fotógrafo da agência France Presse, que sofreu ferimentos no braço.
A secretária da FPA detalha ainda que os soldados também tentaram quebrar as câmeras dos fotógrafos, que foram presos e, horas mais tarde, liberados. Glenys confirma a autenticidades das imagens divulgadas.
O diretor-chefe da AFP em Jerusalém, Philippe Agret, confirmou à Agência Efe que um de seus fotógrafos "estava envolvido no incidente e foi ferido na mão". Ele ressaltou que a vítima recebeu uma licença médica de dez dias para se recuperar.
A FPA negou à Agência Efe que esse tipo de incidente seja atípico e disse que "o Exército israelense é denunciado constantemente por causa de agressões a jornalistas palestinos, especialmente quando estão cobrindo manifestações".
"Os soldados que aparecem atacando nossos colegas atuaram como um grupo de arruaceiros", assegura a nota da FPA, que, por sua vez, qualifica o ocorrido como "um assalto criminoso", típico de uma "ditadura".
"Esse episódio deve ser tratado como tal pelas autoridades israelenses, isso se estas quiserem que o mundo e a imprensa internacional tratem as Forças de Defesa de Israel como o Exército profissional que eles asseguram ser", completa a nota. Consultado pela Agência Efe, o escritório de informação do Exército israelense não apresentou sua versão sobre o fato.
Opera Mundi
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