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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Belo Monte: anúncio de uma guerra

A polêmica em torno da construção da usina hidrelétrica de Belo Monte na bacia do rio Xingu já dura mais de 20 anos. Desde 1989 que as lideranças indígenas do Xingu bradam ao Brasil seu descontentamento com a política de construção de barragens no Xingu e, desde então, ainda não ocorreram negociações sérias entre o povo indígena e o governo sobre a situação em Belo Monte.

O governo pretende construir uma usina hidrelétrica na região amazônica para que o Brasil se sustente energeticamente. O local deve gerar energia para todo o país.

Belo Monte é o principal canteiro de obras da hidrelétrica, onde vai funcionar o coração da usina. Os brasileiros já não podem imaginar a vida deles sem ar condicionado quando faz calor, sem luz durante a noite escura, sem televisão, Internet e outras coisas importantes. Por isso é essencial, é vital ter uma fonte de energia permanente e confiável. Neste sentido, a decisão de construir uma usina parece perfeitamente razoável.

No entanto, as autoridades colocaram um ponto final às decisões tomadas na Amazônia sem a participação dos índios – os proprietários legítimos da região. Assim o governo tem o que merece: muitos protestos da parte indígena e da sociedade brasileira.

Há muitas páginas na internet e vídeos dedicados ao problema da construção da usina de Belo Monte. Os autores do filme "Belo Monte, Anúncio de uma Guerra" escreveram na página do Facebook: “Fizemos um trabalho sério e de investigação escutando os vários lados da questão, e ficou claro: Belo Monte está sendo imposta pelo governo sem que haja diálogo com os índios e com o resto da sociedade”.

O povo indígena não estava preparado para a construção da usina e para os terríveis efeitos das obras.

“Para começar, a usina está sendo levantada na floresta amazônica e não é preciso ressaltar toda a importância dela, talvez a nossa maior riqueza, fauna e flora riquíssimas… e é justamente essa fauna e flora quem mais sofrerá na construção da usina… primeiro, pelo desmatamento causado… segundo, uma boa parte do lugar ficará inundada permanentemente, acabando com o habitat natural de bichos e plantas… em terceiro lugar, a usina alterará a vazão natural do rio, o que irá afetar todo o ciclo ecológico da região…” - escreve o blogueiro Felipe Araujo.

Realmente, os índios enfrentam problemas ecológicos que não deixam de preocupar a comunidade, cuja atividade principal é a pesca.

“A água não pode ser barrada. As pessoas que vivem nessas áreas vão perder o peixe, a floresta vai secar”, - conta a mulher cacique no filme Belo Monte.

A ausência de diálogo, a necessidade do pagamento de indenizações pelos danos da parte do governo provocaram muitas manifestações. Uma das mais recentes teve lugar em 8 de outubro. Mais de 120 indígenas instalaram um acampamento próximo ao canteiro de obras, paralisando a construção da usina em protesto contra o não cumprimento das condicões razoáveis apresentadas pelos índios.

Eles explicaram os motivos deles em uma carta aberta alguns dias depois:

“...Em nenhum momento houve de nossa parte nenhum ato de agressão...Ao contrário, a empresa (Norte Energia) é quem está violentando o rio Xingu e os nossos direitos através da construção desta usina, já declarada ilegal pelos desembargadores da 5a turma do TRF-1, além de estar fazendo ameaças via telefone às lideranças indígenas e coação através do corte da água potável e eletricidade no local da ocupação”.

Nesta carta aberta, o povo indígena também pede o cumprimento das exigências comuns:

“Exigimos nossos direitos de pescar e andar livremente no nosso rio”, “demarcação dos territórios indígenas, projetos sustentáveis sociais para a comunidade e outros...”

Esses trechos da petição indígena não parecem uma tarefa irrealizável para um país tão grande como o Brasil.

Voz da Rússia

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