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sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Guerra Síria:França quer rever proibição da UE quanto a armar rebeldes sírios.Rússia reclama de postura de estrangeiros contra Assad

França quer rever proibição da UE quanto a armar rebeldes sírios

Rebelde sírio combate em Aleppo, na Síria (14/11)

Autoridades francesas querem discutir fornecimento de armas agora que grupos opositores formam coalizão anti-Assad

A França vai discutir nas próximas semanas com seus parceiros europeus o fornecimento de armas para as forças de oposição da Síria, agora reunidas em uma coalizão , disse o ministro de Relações Exteriores francês, Laurent Fabius, nesta quinta-feira.

Fabius declarou à rádio RTL que a França teme militarizar o conflito, que já dura 20 meses, mas também reluta em deixar desprotegidas as áreas sob controle da oposição.

"No momento há um embargo de armas, por isso não estão sendo entregues armas da Europa. Sem dúvida será levantada a questão do armamento de defesa, mas é algo que só se pode fazer em coordenação com o restante da Europa", disse Fabius.

Ele disse que o governo francês está mantendo conversas com a Rússia e o enviado especial das Nações Unidas, Lakhdar Brahimi, para a busca de uma solução, enquanto aguarda que a oposição síria forme um governo provisório nas próximas semanas, o que poderia abrir a porta para o fornecimento de armas.

"Queremos evitar a militarização. Por outro lado, devemos impedir que as zonas libertadas sejam destruídas. Temos de encontrar um equilíbrio justo", disse Fabius.

Uma autoridade da União Europeia afirmou, antecipando-se à reunião de ministros de Relações Exteriores e da Defesa do bloco, marcada para o dia 19 de novembro, que será preciso haver unanimidade entre os Estados membros para que ocorram mudanças nas sanções.

"Nenhuma proposta desse tipo será examinada por ora. Estamos no início do processo", declarou a autoridade, acrescentando que havia enormes dificuldades práticas em levantar seletivamente o embargo de armamentos.

O governo francês rompeu com seus aliados ocidentais na terça-feira ao reconhecer oficialmente a nova coalizão de oposição na Síria e afirmou que irá procurar armar os rebeldes que combatem as forças do presidente Bashar al-Assad, tão logo um governo provisório seja formado.

Até o momento a França vinha descartando a possibilidade de enviar armas, temendo que pudessem cair em mãos de grupos radicais islamistas, mas a coalizão vem apelando aos Estados europeus para que lhes concedam acesso a armas.

O presidente francês, François Hollande, vai se reunir com líderes da nova coalizão opositora em Paris, no sábado.

Rússia reclama de postura de estrangeiros contra Assad

O porta-voz da Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Alexander Lukashevich, afirmou na quinta-feira que qualquer ajuda estrangeira contra o regime do presidente sírio, Bashar Assad, configura uma "grave violação" dos princípios básicos do direito internacional. Ele acrescentou que a recusa da oposição em manter negociações com Assad "reforçaria as posições dos extremistas".

"Promessas estão sendo feitas por um número de governos para fornecer uma quantidade enorme de armas modernas", disse o porta-voz a repórteres. "Ajuda externa à oposição em uma batalha armada contra um governo legítimo é uma grave violação das normas fundamentais de direito internacional".

Na terça-feira, a França se tornou a primeira nação ocidental a reconhecer a nova liderança de oposição síria como o único representante legítimo do povo sírio.

Junto com a China, a Rússia tem agido para vetar sanções contra a Síria no Conselho de Segurança das Organização das Nações Unidas (ONU). As informações são da Dow Jones.

Naval Brasil

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