Suecos estão otimistas com crescimento do Brasil
Apesar dos “pequenos ajustes, aqui e ali, para enfrentar os efeitos da crise mundial”, é convincente o compromisso do Brasil com a estabilidade fiscal e o combate à inflação, afirma o milionário Marcus Wallenberg, presidente do conselho de duas das principais companhias suecas com interesses no país, Electrolux e Saab BA, e diretor (ex-presidente) da holding Investor, grande acionista de algumas das maiores companhias da Suécia. Os investidores veem como “excelente notícia” as indicações de crescimento do país, comentou.
Wallenberg, que já esteve no Brasil no começo do ano, passou os últimos dias em encontros com empresários e autoridades brasileiros, parte deles no lobby para a venda do caça Gripen, da Saab, para a Força Aérea Brasileira (FAB). Sua visita coincidiu com a vinda a Brasília da ministra da Defesa sueca, Karin Enström, que voltou a defender o avião da Saab em encontro com o ministro da Defesa, Celso Amorim. O ministro culpou a crise mundial pela demora na decisão sobre o fornecedor dos novos caças da FAB, mas disse que o processo terá desfecho “em breve”.
Amorim participará da viagem da presidente Dilma Rousseff à França, na segunda semana de dezembro, e, segundo apurou o Valor, a agenda presidencial inclui um encontro com autoridades francesas sobre os caças da FAB. O governo brasileiro ainda considera alto o preço cobrado pela francesa Dassault para os caças Rafale, que, no governo Luiz Inácio Lula da Silva, era o franco favorito no Palácio do Planalto. A visita dos suecos é vista em Brasília como um esforço para sondar o ânimo de Dilma sobre o tema.
Wallenberg insiste que a proposta do Gripen é a única (concorre, ainda, o F-18 Super Hornet, da americana Boeing) que permite ao Brasil participar integralmente do desenvolvimento de um supersônico de quinta geração, já que a versão do caça oferecido à FAB está em fase de elaboração. “Apoiamos o objetivo brasileiro de ter capacidade autônoma desenvolvida aqui e este é o momento de entrar em nosso projeto”, argumentou.
Como os outros concorrentes, a Saab e o governo sueco aproveitam o interesse do governo Dilma em projetos de inovação para defender as vantagens oferecidas pela Suécia. A Saab já se associou a uma empresa brasileira, a Akaer, escolhida para a confecção de partes da fuselagem do caça. Se o Gripen for selecionado pela FAB, os suecos prometem instalar no Brasil uma fábrica para produzir esses componentes.
Wallenberg cita o interesse de outras empresas, como a americana GE, que trouxe ao país um centro de pesquisas, para provar que seu otimismo tem fundamento, e não está ligado à concorrência da FAB. Não haverá um salto repentino, mas, apesar da crise, o Brasil terá um crescimento sustentável dos investimentos nos próximos meses, prevê.
Poder Aéreo
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