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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Noticias da Palestina

Palestinos agradecem ao Irã por ajuda no confronto com Israel

CIDADE DE GAZA – Cinco dias após o cessar-fogo de um conflito que deixou pelo menos 175 pessoas mortas, os moradores da Faixa de Gaza fizeram um agradecimento público ao Irã pela ajuda no enfrentamento com Israel. Mísseis iranianos Fajr 5 foram lançados de Gaza a Jerusalém e Tel Aviv. Ninguém ficou ferido nos ataques.

Pelo menos três cartazes com desenhos de foguetes e os dizeres "Obrigada, Irã", em árabe, inglês e farsi, o idioma iraniano, podiam sem vistos em cruzamentos importantes em Gaza nesta terça-feira. É a primeira vez que um reconhecimento público deste tipo é feito ao Irã pelo fornecimento de armas a militantes islâmicos.

Após o cessar-fogo, o líder do Hamas, Khaled Mashaal, agradeceu o Irã pelas armas fornecidas. Durante os oito dias de combates no último capítulo do conflito israelense-palestino, o porta-voz do Parlamento iraniano, Ali Larijani, disse o país estava "honrado" por ter fornecido ajuda militar a Gaza. Nesta terça-feira, um militante da Jihad Islámica afirmou ser natural mostrar gratidão pelo papel do Irã no conflito.

- Os foguetes iranianos impactaram Tel Aviv. Alcançaram Jerusalém. Por isso, era nosso dever agradecer a quem ajudou nosso povo. Temos boas relações com o Irã e essas relações se manterão enquanto o país apoie a resistência – disse Khader Habib.

Espanha e Suíça votarão a favor de novo status para Palestina na ONU

Abbas – Dirigente palestino fala na ONU

Espanha e Suíça votarão a favor da proposta para que a Palestina vire um Estado-Observador Não Membro das Nações Unidas na votação de quinta-feira na Assembleia Geral da ONU.

"A Espanha votará 'sim' amanhã ao pedido palestino por coerência com nossa história e porque acreditamos que é a solução mais adequada para nos aproximarmos da paz", afirmou o ministro espanhol dos Assuntos Exteriores, José Manuel García-Margallo.

O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, havia dado a entender a possibilidade na terça-feira.

O governo da Suíça também votará a favor dos palestinos.

O Conselho Federal da Confederação destacou que "a mudança de status, de entidade com status de observador para a de um Estado observador, deve permitir a revitalização do conceito de solução de dois Estados na perspectiva de negociações de paz israelense-palestinas".

O governo da Dinamarca também anunciou que votará a favor do novo status palestino.

França apoiará pedido palestino por status na ONU

Palestinos pedem que Assembleia Geral aprimore seu status de 'entidade observadora' para 'Estado observador não-membro'; França é a 1ª potência europeia a apoiar iniciativa

Presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmud Abbas, discursa na Assembleia Geral da ONU (set)

O ministro de Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, anunciou nesta terça-feira ao Parlamento francês que o país votará a favor de conceder status de não-membro aos palestinos na Assembleia Geral da ONU no fim desta semana. Para aprovar a mudança, precisariam de dois terços dos 194 votos da Casa.

A Autoridade Palestina, de Mahmud Abbas, pede que organização aprimore seu status de "entidade observadora" para " Estado observador não-membro " até o fim de 2012, que é usufruído por outros, como o Vaticano, e daria aos palestinos acesso a outras organizações internacionais. Para os palestinos, a medida também seria um passo importante em direção a uma solução de dois Estados com Israel. A votação deve ocorrer na quinta-feira.

O pedido para a mudança de status é feito depois de a Autoridade Palestina ter visto fracassar sua tentativa de conseguir o reconhecimento de um Estado no ano passado pelo Conselho de Segurança da ONU. Esse pedido ambicioso não conseguiu reunir votos suficientes diante da dura pressão dos EUA.



Ao Parlamento, Fabius disse que a França apoia há muito tempo as ambições palestinas de obter um Estado e "responderá 'sim'" quando a questão surgir. Com o anúncio, a França — que é membro permanente do Conselho de Segurança da ONU — se torna a primeira potência da Europa a declarar o voto favorável, em um golpe contra Israel.

Na segunda-feira, o movimento islâmico Hamas disse que apoiava a tentativa de Abbas de ganhar mais poder para os palestinos na ONU, no mais recente sinal de uma reaproximação entre os rivais políticos.

O anúncio do Hamas foi inesperado. O grupo não reconhece o direito de existência de Israel e rejeitou as tentativas anteriores de Abbas de promover a causa palestina no palco diplomático. Abbas comanda a Cisjordânia ocupada. O Hamas governa a Faixa de Gaza e acaba de travar um conflito de oito dias com Israel .

Depois de mais de cinco anos de profundas divisões, as duas principais forças políticas nos territórios palestinos têm mostrado sinais na última semana de que estariam prontas para retomar as negociações sobre unidade – impulsionadas pelo ofensiva israelense contra Gaza.

Israel lançou sua ofensiva para interromper o lançamento de foguetes a partir do enclave costeiro para suas cidades do sul. Abbas denunciou o ataque israelense e enviou um oficial sênior para Gaza, em uma demonstração de solidariedade com a região. Assim que os combates cessaram , as facções rivais anunciaram que libertariam os seus respectivos prisioneiros políticos.

Negociações diretas de paz entre Israel e Abbas fracassaram em 2010 sobre a questão da construção de assentamentos israelenses na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental – território que os palestinos querem para seu futuro Estado.

BBC, AP e Reuters

Continua o cerco israelense contra moradores de Gaza

Um cartaz e muitas flores foi o jeito que as alunas da Al-Awda, escola feminina de Khan Younis, no sul de Gaza, encontraram para homenagear Amira Abu Nasser, colega assassinada por Israel. Amira foi morta junto com o pai quando um bomba caiu em sua casa, destruindo-a. Em outras escolas de Gaza foram feitas homenagens semelhantes a jovens e crianças que perderam a vida nos oito dias de pesados bombardeios israelenses.
Gaza destruída por bombardeios intensos de Israel
Israel já violou o cessar-fogo quatro vezes, matando Anwar Hadi Qudaih, 20 anos, perto da fronteira sul de Gaza, e fazendo dois feridos

A Gisha – Centro Legal para a Liberdade de Movimento, de Israel, informou no domingo, 25, que Israel aumentou de três para seis milhas náuticas a faixa admitida para a pesca, além de permitir que agricultores avançassem em suas terras, chegando a quase 100 metros da zona-tampão (área palestina de acesso proibido aos legítimos donos). Até sábado, 24 de novembro, o governo sionista impedia que eles se aproximassem numa distância que variava de 300 metros a 1,5 quilômetros, o que correspondia a 35% do território cultivável da faixa litorânea.

As seis milhas náuticas estão, porém, muito distantes das 20 milhas estabelecidas nos acordos de Oslo. Essa expansão fará crescer o volume anual da pesca em 500-700 toneladas, quantidade muito inferior à necessidade alimentar de Gaza. O presidente da Associação de Pesca de Gaza estima que, se as 20 milhas fossem respeitadas, a tonelagem de peixes seria de 4 mil, contra os atuais 1,7 mil. Antigamente, os pescadores costumavam vender peixes a Israel e à Cisjordânia; hoje eles os compram de Israel e do Egito.

As autoridades israelenses ainda limitam a passagem de bens em Kerem Shalon. Apenas produtos humanitários podem entrar em Gaza: alimentos, ração para animais, medicamentos, equipamento médico e material solicitado por organizações humanitárias. Na quinta-feira, 22 de novembro, apenas 127 caminhões com mercadorias entraram em Gaza, e na sexta-feira 158 estavam previstos. Antes da operação Coluna de Nuvens, cerca de 200 a 300 caminhões de produtos comerciais e humanitários passavam todos os dias por Kerem Shalom.

A exportação está proibida. Antes dos bombardeios, Israel permitia a saída de alguns produtos agrícolas, remetidos ao exterior, a maioria vinda de um projeto subsidiado pelo governo holandês. Agora, está tudo parado. Um carregamento de manjericão foi bloqueado no domingo, 25, e os agricultores que trabalham com morangos ainda aguardam autorização de Israel para exportá-lo à Europa.

O tráfego de pessoas, cuja liberação está prevista no acordo do cessar-fogo, continua limitado na passagem de Erez, que dá acesso a Israel. Em Rafah, na fronteira entre Gaza e o Egito, o tráfego continua permitido, embora com algumas restrições.

Israel já violou o cessar-fogo quatro vezes, matando Anwar Hadi Qudaih, 20 anos, perto da fronteira sul de Gaza, e fazendo dois feridos.

Naval Brasil

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