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sábado, 3 de novembro de 2012

Presidente do Paraguai diz que não permitirá nova candidatura de Fernando Lugo.Principal símbolo pró-Lugo, TV pública sofre intervenção do governo no Paraguai

Federico Franco acusa Unasul de não ser neutra e de ser manipulada por Hugo Chávez

O atual presidente do Paraguai anunciou neste sábado (03/11) que não permitirá uma nova candidatura do líder das esquerdas, Fernando Lugo. Em meio a uma conferência na cidade de Caacupé, Federico Franco alegou que a única coisa que seu antecessor pretende é "manchar” os comícios das eleições de setembro de 2013.

A advertência surge como uma resposta de Franco ao anúncio de que Lugo pretende recuperar a Presidência do país por vias democráticas no ano que vem. Embora não haja nenhuma candidatura oficial, Franco já argumenta que "respeitará a Constituição e as leis" e que, segundo esse raciocínio, impugnará qualquer chapa liderada por Lugo.

Na visão de Franco, o presidente deposto conspira para que sua candidatura seja impugnada e a Unasul não reconheça os resultados das eleições. Por essa razão, o presidente também deixou claro que não permitirá a entrada dos observadores do organismo. A seu ver, a Unasul não é neutra e é controlada pelo presidente venezuelano Hugo Chávez e sua ALBA (Aliança Bolivariana para os Povos de nossa América).

Fernando Lugo foi destituído do poder após uma crise política originada pelo confronto entre policiais e líderes campesinos em meados de junho, na região norte do país. Após uma chacina, o PLRA (Partido Liberal Radical Autêntico), de Franco, rompeu sua coalizão com Lugo e se associou ao conservador Partido Colorado. O presidente foi obrigado a deixar o poder após um processo de impeachment de 48 horas.

Principal símbolo pró-Lugo, TV pública sofre intervenção do governo no Paraguai

Além de mudar de nome, canal aceitará investimentos privados e "brigará por audiência", segundo ministro de Comunicação

Principal símbolo da resistência ao golpe de estado que tirou Fernando Lugo do poder, a TV Pública do Paraguai enfrenta uma série de intervenções sob o governo de Federico Franco.

Pouco mais de quatro meses após o processo de destituição, o ministro de Comunicação do país, Gustavo Köhn, anunciou nesta sexta-feira (02/11) diversas medidas relacionadas ao canal estatal.

Além de mudar o nome de TV Pública para TV Nacional do Paraguai, o governo passou a negociar contratos publicitários com empresas privadas. O primeiro deles já foi fechado com uma companhia do setor de combustíveis.

“A ideia é brigar por audiência com os canais privados”, afirmou Köhn à rádio Cardinal. O ministro também disse que o principal critério para a aceitação de novos programas no canal será a possibilidade deles serem “rentáveis”.

Nas semanas seguintes ao dia 22 de junho de 2012, data da deposição de Lugo, a sede da TV Pública do Paraguai se converteu em ponto de encontro dos críticos de Franco em Assunção. Os principais atos em defesa do ex-presidente começavam ou terminavam no local.

Os programas do canal também defendiam Lugo, criador da TV Pública. Como retaliação, Franco demitiu 27 jornalistas em setembro, de acordo com a organização Repórteres Sem Fronteiras.

Opera Mundi

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