Trabalhadores bolivianos desfilam em Ciudad de La Paz, em 23 de março de 2012, para recordar o 133° aniversário da Batalha de Calama, onde a Bolívia perdeu o seu acesso ao mar para o Chile. (Foto: AFP/Aizar Raldes)
O chanceler chileno Alfredo Moreno descartou, em 17 de dezembro, que seu país pretenda ceder parte de seu território com soberania à Bolívia e não aceitou que o estado boliviano tenha uma visão diferente sobre o tratado de 1904, através do qual cedeu seu litoral ao Chile após um conflito bélico.
“O que a Bolívia diz é que o Chile deveria entregar uma parte soberana deste país. Eu não penso assim, o presidente (Sebastián Piñera) não pensa assim, e a imensa maioria dos chilenos não pensa assim”, disse Moreno, citado em 14 de dezembro pela rádio Cooperativa.
A Bolívia e o Chile se enfrentaram em uma guerra no final do século XIX e em 1904 assinaram um tratado de paz que pôs fim ao conflito.
No acordo, a Bolívia cedeu ao Chile o território e a zona marítima que tinha no Oceano Pacífico, em troca de facilidades comerciais nos portos do norte chileno.
No entanto, a Bolívia rechaça o acordo e exige do Chile uma porção de terra e mar que compense sua situação territorial e, inclusive, o presidente boliviano Evo Morales disse que levaria a questão a um tribunal internacional, como o fez o Peru, que solicitou à Corte Internacional de Haia um limite marítimo com o Chile.
Além disto, a Bolívia enviou uma comissão a Haia para acompanhar a fase oral da demanda marítima peruana, encerrada no dia 14 de dezembro.
Quanto a esta questão, o chanceler Moreno afirmou que os casos são distintos, já que o Peru desconhece a existência dos tratados firmados em 1952 e 1954, que fixaram na corte chilena o limite marítimo e, em contrapartida, a Bolívia reconhece a pertinência do tratado de 1904 que assinou com o Chile.
“A Bolívia aceita plenamente que o tratado de 1904 diz o mesmo que dizem os chilenos”, lembrou Moreno.
O chanceler chileno reiterou que seu país está disposto a buscar soluções “sobre a base do acordo feito há mais de 100 anos e que estabeleceu os limites da Bolívia e do Chile”.
“Para isto também é preciso que haja liderança política na Bolívia”, garantiu o ministro Moreno.
Bolívia e Chile não mantêm relações diplomáticas desde 1978.
Defesa Net
Nenhum comentário:
Postar um comentário