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terça-feira, 4 de dezembro de 2012

ONU pede a Israel para abrir instalações nucleares e aderir ao TNP

Diretor-geral da AIEA, o japonês Yukiya Amano

Assembleia Geral aprovou resolução por 174 votos a favor e 6 contra. O país se recusa a confirmar a posse de armas nucleares

A Assembleia-geral das Nações Unidas aprovou, por 174 votos a favor, seis contra e seis abstenções, uma resolução que apela a Israel para abrir seu programa nuclear a inspeções da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) e a aderir “o mais rápido possível” ao TNP (Tratado de Não Proliferação Nuclear).

A resolução não obriga Israel a cumpri-la, mas reflete a opinião da comunidade internacional e tem peso político.

Israel se recusa a confirmar ou negar a posse de armas nucleares, embora haja consenso internacional de que o país as tenha. Por isso, recusa-se a assinar o TNP, ao lado de outros três países que produzem esses artefatos: Índia, Paquistão e Coreia do Norte. Israel justifica a não assinatura do tratado dizendo que seria necessário um tratado de paz geral no Oriente Médio antes de se estabelecer uma zona livre de armas nucleares.

Os EUA votaram contra a resolução, mas apoiaram dois parágrafos: o apoio à aderência universal do TNP e a convocação aos países que não aderiram ainda ao tratado para “fazê-lo o mais rápido possível”.

Além de ocorrer depois da condenação internacional pela decisão israelense em construir novos assentamentos nos território palestinos, o voto também ocorre após o cancelamento de uma conferência de alto nível cujo objetivo é banir armas nucleares do Oriente Médio. Agendada para meados de dezembro em Helsingue, na Finlândia, ela contaria com a participação das nações árabes e do Irã.

No entanto, no último dia 23, os Estados Unidos afirmaram que ela não iria mais ocorrer, justificando momento de instabilidade da região e a "resistência do Irã" contra a não-proliferação. Já os iranianos e alguns de seus aliados afirmam que a real razão do cancelamento foi a recusa de Israel em comparecer ao evento.

Os principais patrocinadores da conferência eram os Estados Unidos, Rússia e Reino Unido. O ministro britânico do escritório de Relações Exteriores, Alistair Burt, disse que a conferência foi adiada, não cancelada.

Opera Mundi

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