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sábado, 15 de dezembro de 2012

Rússia e Eurásia: à espera de uma nova união

No dia 30 de dezembro de 1922, há 90 anos, surgiu no mundo mais um país: a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Antecipando essa data, a Voz da Rússia organizou uma mesa redonda sob o tema Os 90 anos da formação da URSS: de uma união de repúblicas socialistas a um espaço euroasiático.

Políticos, cientistas e peritos russos falaram sobre o que significou para o mundo o aparecimento do novo estado, qual foi a marca que deixou na história e como a sua queda influenciou os processos políticos atuais.

O surgimento da URSS marcou não só a mudança de regime político no espaço euroasiático, mas também reorientou os processos políticos mundiais. Foi pela primeira vez na história dos estados um percursor das modernas instituições de integração entre estados, referiu o decano da faculdade de televisão da Universidade Estatal de Moscou Vitali Tretiakov:

“A atual União Europeia já é a segunda união europeia. A primeira foi a União Soviética, porque foi criada por Lenin segundo o conceito dos Estados Unidos da Europa. Já é outra questão Lenin ter planejado transformar a URSS nos Estados Unidos do Mundo. Seriam uns Estados Unidos proletários. Mas isso já é outro tema.”

Mas mesmo que a URSS não estivesse destinada a ser o líder global, o seu papel na formação das repúblicas federadas foi incalculável, continuou Tretiakov:

“Os atuais estados independentes receberam todos os seus atributos como estados, incluindo o seu território e as suas fronteiras, enquadrados na União Soviética. Por isso, se trata de um fenômeno mais que relevante na história mundial e na história europeia.”

No entanto, e apesar de todos os valores que eram declarados pela política soviética, a URSS resultou numa experiência geopolítica ineficaz, o que acabou por ditar o seu desmembramento, declarou o chefe de redação da revista histórica russa Diletant Vitali Dymarski:

“Foi uma experiência que, sem dúvida, teve muitos pontos positivos. Mas o país era economicamente ineficaz e o país estava internamente, eu diria, desestruturada moralmente. O país era uniforme ideologicamente e reprimido. Isso são aspetos francamente negativos. Mas se se comparar os lados positivos e negativos, eu acho contudo que a história decidiu essa experiência de uma forma objetiva.”

No entanto, durante a sua existência a URSS foi um ator geoestratégico importante, foi um contraponto sério à política norte-americana no mundo. Ainda hoje, quando os estados do espaço pós-soviético voltam a falar de unificação, mas já a outro nível qualitativo, os nossos parceiros do outro lado do oceano temem, por uma razão qualquer, o fantasma do império soviético, refere o responsável pela cátedra de ciência política geral da Escola Superior de Economia Leonid Poliakov:

“É preciso compreender de uma forma clara que o nosso projeto euroasiático entra na zona de uma luta feroz, sobre a qual falou o Presidente na sua mensagem do Dia da Constituição da Rússia no dia 12 de dezembro. Ninguém é favorável a esse projeto. Hillary Clinton chamou-o de sovietização. Ela disse abertamente: “Rapazes, o vosso projeto incomoda-nos”.

Entretanto, a integração do espaço pós-soviético está a decorrer de uma forma intensiva. Em julho de 2010, começou a funcionar a União Aduaneira que é composta pela Rússia, a Bielorrússia e o Cazaquistão. Desde 1 de janeiro deste ano, no território desses três estados está a funcionar o Espaço Econômico Comum. Também outros países-membros da CEI já manifestaram o seu interesse em participar nessa união.

Voz da Rússia

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