O presidente da Rússia Vladimir Putin visitou o polígono militar de Tsugol, no território de Zabaikalie, onde assistiu à fase final das manobras de larga escala das tropas das regiões militar Central e Oriental.
O Comandante Supremo sobrevoou de helicóptero a área das manobras com o ministro da Defesa, Serguei Shoigu. No geral, as manobras estão a decorrer de uma forma muito bem coordenada e disciplinada, não há nenhuma falha grave, referiu Vladimir Putin, tendo sublinhado que os objetivos foram praticamente alcançados:
“Quero chamar a atenção para as difíceis condições e os terrenos desconhecidos em que os militares tiveram de atuar. É evidente que nessas condições nunca se poderia cumprir tudo a 100%. Claro que não abateram todos os alvos, mas demonstraram uma elevada capacidade de combate e prontidão para atingir as metas que lhes foram apresentadas.”
Aquilo a que o Presidente assistiu em Tsugol foi apenas parte de um teste-surpresa em larga escala à prontidão das Forças Armadas. Os militares consideraram estas manobras como as maiores desde o fim da URSS. Elas estão a decorrer em várias regiões da Sibéria e do Extremo Oriente com a participação de um total de mais 160 mil militares, cerca de 5 mil veículos blindados, 130 aviões e helicópteros, assim como de 70 navios da Frota do Pacífico.
Na opinião dos peritos, a zona não foi escolhida ao acaso: as regiões pouco povoadas do Extremo Oriente e de Zabaikalie têm vizinhos fortes e ambiciosos. A realização aqui de grandes manobras militares é mais uma maneira de recordar aos nossos parceiros que esses territórios têm uma importância estratégica para a Federação Russa e que esta irá desenvolvê-los e defendê-los.
Os possíveis desafios militares na região foram comentados pelo perito militar Alexander Perendzhiev:
“Existem ameaças potenciais. Elas são, em primeiro lugar, as pretensões territoriais por parte do Japão em relação às nossas ilhas Curilhas. Claro que o Japão ainda não exibe a sua força militar para recuperar as ilhas militarmente, mas isso não significa que tal não possa acontecer no futuro. O segundo aspeto é a gravidade da situação na península coreana, onde os acontecimentos se podem desenvolver em diferentes direções.”
A China é considerada como um parceiro nosso, mas também a ela, segundo Perendzhiev, não será demais recordar que a Rússia é uma forte potência militar. Além disso, para esta região foram propositadamente deslocadas grandes quantidades de tropas. Só por si, isso foi uma verificação do funcionamento das unidades ferroviárias, da aviação militar de transporte e da marinha.
Segundo refere o perito, muitos vizinhos da Rússia, e não só no Extremo Oriente, estão a aumentar o seu potencial militar. Esse fato é muito mais importante que quaisquer declarações políticas. As maiores manobras da mais recente história do país demonstram claramente que a Federação Russa é um protagonista da geopolítica mundial que deverá ser tomado em consideração.
Voz da Rússia
quarta-feira, 17 de julho de 2013
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Manobras no Extremo Oriente: guerra ou política?
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