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sexta-feira, 26 de julho de 2013

Questão síria ainda divide setores militar e civil nos EUA

Polêmica entre os líderes dos departamentos civil e militar sobre a causa Síria, que evoluiu ainda nos bastidores do último encontro dos G8 na Irlanda, desta vez foi reforçada com cálculos pelo Pentágono.

As diferenças existentes entre a elite política americana e diversas entidades com relação aos caminhos para a solução do conflito sírio estão se tornando públicos. A Casa Branca está vacilando da mesma forma que durante a Crise do Caribe, de 1962.

Em junho, o secretário de Estado Norte-americano, John Carry, propôs bombardear as posições do exército de Bashar Assad. Já o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas dos Estados Unidos, general Martin Dempsey, previne os políticos quanto às consequências de possíveis atos impensados na Síria.

A polêmica entre os líderes dos departamentos civil e militar sobre a causa Síria, que evoluiu ainda por trás dos bastidores do último encontro dos G8 na Irlanda, desta vez foi reforçada com cálculos pelo Pentágono. A execução de uma operação aérea custaria mensalmente US$ 1 bilhão para o contribuinte americano no decorrer de pelo menos um ano. Levando em conta as operações terrestres, os custos crescem substancialmente.

Para a administração Obama, a decisão sobre o início dos suprimentos teve um valor político: estes fornecimentos eram o principal trunfo dos EUA em diversas conferências internacionais com a participação da oposição Síria.

Não há nenhum sentido enumerar todas as dificuldades relacionadas com a participação direta dos EUA no conflito. A ideia principal é bastante óbvia: o Pentágono está convicto de que a escala e os gastos financeiros da operação contra a Síria são comparáveis com os de Afeganistão. Tendo decidido sobre a participação imediata do país em um novo conflito, a Casa Branca deverá considerar as consequências reais de um passo como este, não as hipotéticas.

O Ministério da Defesa prova que, por mais que a perspectiva para os ataques americanos com bombas ao território Sírio pareça atraente sob o ponto de vista internacional, as entidades civis devem entender que a guerra não termina com isso.

A cisma das instituições americanas em relação a quais ações devem ser empreendidas com respeito a Damasco acontece não somente na linha dos partidos republicano e democrático, mas também pela linha governamental. Após debates prolongados com a Casa Branca, os comitês especiais de reconhecimento de ambas as câmaras do Congresso aprovaram o plano revisado de suprimento de armas para a oposição síria, que anteriormente tinha sido unanimemente rejeitado.

Para a administração Obama, a decisão sobre o início dos suprimentos teve um valor político: estes fornecimentos eram o principal trunfo dos EUA em diversas conferências internacionais com a participação da oposição Síria. De modo que espremer o Congresso nesta questão tornou-se um caso de honra para Kerry. Entretanto, a reação de resposta do Pentágono foi seguida imediatamente pelo vazamentos de relatórios para os meios de comunicação das condições básicas do relatório de Dempsey.

"A ideia principal é bastante óbvia: o Pentágono está convicto de que a escala e os gastos financeiros da operação contra a Síria são comparáveis com os de Afeganistão".

Na segunda metade de agosto, o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Serguêi Lavrov, deverá visitar os EUA. Espera-se que no decorrer da visita, ele tenha vários encontros com o seu colega americano. Dentre os assuntos incluídos na agenda estão a situação na Síria e a perspectiva de convocação de uma segunda conferência internacional para a resolução da situação no país.

Também espera-se na Casa Branca que quando da realização destas reuniões, graças ao suprimento de armas pelo lado americano, a oposição síria tenha freado a ofensiva das tropas do governo e recapturado pelo menos parte das posições perdidas. Caso contrário, seus representantes rejeitarão participar da conferência sobre a Síria para não ficar na situação de desvantagem do lado derrotado.

Gazeta Russa

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