Snowden pode viajar à Venezuela quando quiser, diz Maduro

CARACAS – O norte-americano Edward Snowden será recebido na Venezuela se assim quiser, insistiu nesta segunda-feira o presidente do país, Nicolás Maduro, apesar de o ex-funcionário da agência de espionagem dos Estados Unidos ainda não ter revelado se aceitará sua oferta de asilo.

O governo socialista de Caracas esperava ter nesta segunda-feira uma resposta oficial de Snowden, que está em um dos aeroportos de Moscou com uma ordem de prisão emitida pelos Estados Unidos por ter revelado detalhes de inteligência de seu país.

Bolívia e Nicarágua, governados por presidentes de esquerda, também expressaram sua disposição de conceder asilo a Snowden, de 30 anos, no que foi visto como um desafio a Washington depois de ter enviado um pedido geral de extradição e advertido que retaliará o país que der refúgio ao fugitivo.

"Ele terá que decidir quando voa para cá, se é que quer voar para cá", disse Maduro a jornalistas, depois de se reunir com seu homólogo do Panamá, Ricardo Martinelli.

Snowden é perseguido por divulgar detalhes de programas secretos de vigilância e os EUA cancelaram seu passaporte, deixando o norte-americano em um limbo legal para sair de Moscou, onde chegou em 23 de junho vindo de Hong Kong.

Na tentativa de evitar as acusações de espionagem, ele pediu asilo a cerca de 20 países. Alguns rejeitaram avaliar o pedido, outros disseram não poder processar a solicitação porque ele estava fora de seus territórios e outros não comentaram a petição de Snowden.

Reuters

Venezuela é o melhor país para asilar Edward Snowden

Nicarágua pode conceder asilo político ao ex-agente da CIA

A Venezuela seria a melhor opção para o ex-agente da CIA e da NSA, Edward Snowden. A afirmação é do presidente da Comissão de Relações Exteriores da Duma, a Câmara Baixa do Parlamento russo, Alexei Pushkov. Em sua conta no Twitter, ele disse que o asilo do ex-espião na nação sul-americana seria a melhor das opções, pois esse país tem uma relação tensa com os Estados Unidos.

O deputado, que chamou Snowden de defensor dos direitos humanos, disse que ele não pode continuar vivendo, indefinidamente, no aeroporto de Sheremetyevo em Moscou. O ex-agente da CIA se instalou na área de trânsito do terminal aeroviário desde que chegou a Moscou no domingo, 23 de junho, procedente de Hong Kong, cidade da qual enviou a repórteres do jornal inglês The Guardian cópias de documentos sigilosos dos órgãos de informação dos Estados Unidos, comprovando que este país monitora, por meio do programa de computador Prism, as comunicações telefônicas e eletrônicas dos seus cidadãos no país e no exterior.

O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que visitou a Rússia pela primeira vez na semana passada, onde participou em Moscou nos dois primeiros dias de julho do Fórum dos Países Exportadores de Gás, ofereceu na sexta-feira, 5, em Caracas "asilo humanitário" para Edward Snowden, que é procurado pelos Estados Unidos por espionagem e alta traição. Se for preso e condenado, o ex-agente de informações, que teve o passaporte anulado pelo governo norte-americano, poderá cumprir pena de prisão perpétua.

Por sua vez, o Presidente nicaraguense, Daniel Ortega, revelou no sábado, 6, que concederia asilo a Edward Snowden, "se as circunstâncias permitirem." Tanto Venezuela quanto Nicarágua mantêm estreitas relações com a Rússia e, de fato, são praticamente os únicos países que reconheceram a independência das regiões separatistas da Geórgia, Ossétia do Sul e Abkázia, em 2008.

O site Wikileaks informou na sexta-feira, 5, que Edward Snowden tinha solicitado asilo político a outros seis países, mas que estes não seriam revelados, "devido à interferência dos Estados Unidos". Segundo a página, Snowden, no total, fez o mesmo pedido a 27 nações, muitas das quais rejeitaram a solicitação ou exigiram como condição de aceite que o agente estivesse em seus territórios ou em regiões de fronteira.

A Rússia também aguarda que Snowden se decida. Na semana passada, o Presidente russo, Vladimir Putin, disse que o ex-agente poderá permanecer no país desde que pare de criar problemas para os Estados Unidos, país definido pelo chefe de Estado como parceiro da Rússia.

Diário da Rússia