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quarta-feira, 31 de julho de 2013

Um quarto de século sob a proteção do Satã nuclear

Há precisamente vinte e cinco anos, as Forças Armadas russas passaram a contar com o míssil balístico intercontinental R-36M2, conhecido como Voevoda e ao qual a OTAN atribuiu o nome assustador de Satã.

Este míssil, o mais poderoso quanto ao seu poder destruidor e único quanto à capacidade de suplantar quaisquer sistemas de defesa antimíssil, passou a ser uma das lendas da época da Guerra Fria. Os peritos comentam com a Voz da Rússia o papel que este complexo balístico desempenhou na política mundial de dissuasão nuclear e o que o irá substituir.

O míssil balístico soviético R-36M2 recebeu na OTAN a classificação de Satã. A corrida armamentista, que acompanhou todo o período de confrontação política entre a União Soviética e os EUA na época de pós-guerra, levou à criação dos armamentos mais mortíferos. Dezenas de bombardeiros estratégicos, prontos a levantar voo a qualquer instante em direção à Rússia estavam em estado de prontidão nas centenas de bases aéreas da OTAN no mundo inteiro. Nas profundezas dos oceanos já faltava espaço livre para os submarinos. Os seus mísseis nucleares eram capazes de tornar a Terra um planeta morto. De ambos os lados do Atlântico surgiu literalmente toda uma “fileira” de mísseis. A corrida armamentista atingiu gradualmente até o espaço cósmico. O antigo chefe do Estado-Maior das forças balísticas estratégicas da Rússia Viktor Essin revelou à Voz da Rússia que a conceção americana de “Guerras nas Estrelas”, desenvolvida a fim de destruir cargas nucleares na órbita circunterrestre, embora fosse um blefe, teve, todavia, uma resposta perfeitamente adequada.

“A decisão de criar o complexo balístico Voevoda foi tomada na época em que o presidente dos EUA Reagan anunciava a formação da Iniciativa Estratégica de Defesa, isto é, a criação da defesa antimíssil profundamente escalonada com sistemas de ataque espaciais. A fim de suplantar este sistema de defesa foi necessário o complexo balístico, capaz de transportar grande carga.”

A vantagem principal do Voevoda é a sua capacidade de carga. Este complexo leva para o território do inimigo potencial vários blocos de combate, não deixando a mínima chance ao sistema de defesa antimíssil, apontou Victor Essin.

Mas o Voevoda tem também um defeito – é o seu posicionamento estacionário. Nas condições do dia de hoje isto aumenta a sua vulnerabilidade. Além disso, a enorme potência desta arma agora é desnecessária, afirma o diretor do Centro de Pesquisas Sociopolíticas Victor Evseev.

“A época em que os mísseis tão pesados eram necessários já findou. Agora é preciso desenvolver novos mísseis que tenham um peso menor no momento de partida e, por conseguinte, transportem um número menor de ogivas. Mas eles irão corresponder na íntegra aos novos enfoques de diminuição do volume de armamentos nucleares”.

Agora os complexos balísticos Voevoda estão sendo retirados gradualmente de serviço. Os prazos de vida útil destes mísseis estão expirando e o seu prolongamento é impossível. Mas a Rússia não renuncia à posse de mísseis balísticos intercontinentais pesados. Vladimir Evseev apontou que proximamente o Voevoda será substituído pelo novo complexo Sarmat.

Voz da Rússia

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