A Embraer está criando uma nova empresa na área de integração de sistemas, com foco nos segmentos de petróleo e gás e naval. O Valor apurou que o engenheiro Daniel Noczydlower, recém contratado pela Embraer, foi nomeado CEO da nova empresa. Procurada, a Embraer não se manifestou sobre o assunto.
A primeira aparição pública do executivo, de acordo com informações apuradas pelo Valor, aconteceu na semana passada, durante a 3º Conferência de Inovação Brasil-EUA, no Rio de Janeiro. A Embraer foi uma das cerca de 20 empresas participantes do evento, promovido pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Movimento Brasil Competitivo (MBC) e US Council on Competitiviness (CoC).
A criação da nova empresa, de acordo com fontes ligadas à Embraer, faz parte da estratégia de diversificação de negócios da companhia, a exemplo do que já aconteceu por meio da aquisição de outras empresas, como a Atech (tecnologias críticas) a Orbisat (radares) e também a criação da Harpia com a Ael Sistemas (veículos aéreos não-tripulados), do consórcio Tepro (gestão integrada de projetos de monitoramento e controle de fronteiras) e da Visiona, uma associação com a Telebras, para a gestão de projetos espaciais.
A empresa vai atuar, por exemplo, com tecnologia embarcada para o gerenciamento de operações de navios e plataformas.
A Embraer, segundo informações, também não teria desistido de entrar no mercado de helicópteros, apesar de sua parceria com a italiana Agusta não ter dado certo. A fabricante americana Sikorsky, de acordo com fontes consultadas pelo Valor, é uma das empresas que estariam sendo analisadas pela Embraer para uma eventual parceria neste segmento.
Líder mundial na fabricação de jatos comerciais de até 120 assentos, área que ainda responde por mais de 50% da sua receita global, a Embraer tem investido pesado na diversificação do seu portfólio de negócios e na expansão global. Em entrevista recente, o diretor-presidente da companhia, Frederico Fleury Curado, disse ao Valor que quanto mais a empresa cresce e se diversifica, maior e mais acirrada é a competição que encontra internacionalmente.
Atualmente, a empresa conta com três unidades de negócios: aviação comercial, aviação executiva e defesa e segurança. A participação do mercado da aviação executiva cresceu de 14,1% das unidades entregues no mundo em 2011 para 14,9% em 2012. Na Embraer Defesa e Segurança, segundo a empresa, a receita foi 44% superior ao ano anterior.
No segmento de aviação comercial, a Embraer contabilizou este ano a venda de um total de 130 E-Jets da atual família. Somado com as encomendas dos E-Jets da nova geração, o total de pedidos firmes em 2013 é da ordem de 330 aeronaves.
Os Estados Unidos continuam sendo o principal mercado para os E-Jets da companhia, mercado onde ela acredita que exista um potencial de vendas de 400 aeronaves para as linhas aéreas americanas nos próximos dois a três anos.
A Embraer mantém-se na liderança do mercado de aviação comercial, com mais de 50% de participação em vendas e 63% das entregas. A empresa também reafirmou a previsão de entrega de 90 a 95 jatos comerciais em 2013.
Fonte: Valor Econômico, reportagem de Virginia Silveira
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
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Embraer vai ter empresa de integração de sistemas
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