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terça-feira, 3 de setembro de 2013

Iranianos têm plano B para a Síria pós-Assad

Organizarão milícias para manter influência no país vizinho

Damasco – A iminente intervenção na Síria será – ao que tudo indica – de limitadas proporções. Mas, mesmo que a mais “simbólica” reação do Ocidente – um golpe com um míssil contra um edifício em Damasco – terá sérias consequências na região.

Entre os mais imprevisíveis fatores é o Irã, o aliado mais forte do presidente sírio, Bashar Al-Assad. Nas últimas eleições no Irã, o presidente eleito foi o moderado Hassan Rouhani, o qual assumiu a governança no início do mês passado declarando-se disposto a conversar com o Ocidente, isto é, com o governo de Washington, o grande Satã, o maior inimigo do Irã.

“Se contudo, os EUA atingirem um dos mais estreitos aliados do Irã, então, os hierarcas dirão: não devemos conversar com os EUA. Devemos adquirir armas nucleares”, diz Paul Rogers, consultor sobre questões de segurança no British Oxford Researche Group.

Walter Posche, especialista em Irã, do Instituto Alemão de Relações Internacionais e Segurança (SWP), considera que “já existe certo canal de comunicação entre os governos de Washington e Terã e os iranianos dispõem de um Plano B para a época pós-Assad.

O Irã dispõe de uma espécie de comunicação com o EUA, através do sultão de Omã, que visitou o Irã há alguns dias, ocasião em que manteve uma muito longa conversação com o líder supremo, aiatolah Alí Khamenei.

De acordo com Posche, “o regime iraniano dispõe de uma diplomacia excepcionalmente inteligente e ativa, muito mais do que acredita o Ocidente; na realidade, a provável intervenção militar contra a Síria não lhe preocupa tanto. Existirão as habituais condenações, mas e daí? Aliás, o que será bombardeado? A capital Damasco? Já está bombardeada. Não tem sobrado muito. A Síria constituiu sempre um muito bem conservado equilíbrio entre o Irã e a Arábia Saudita. Tudo aquilo que acontecer agora, toda esta queda-de-braço tem uma coloração religiosa (sunitas contra xiitas). Em uma queda-de-braço interna do Islã, o Ocidente ex e neocolonialista não tem nada a dizer”.

Protestos ao vento

Posche acredita que “os EUA estão plenamente conscientizados sobre sua fraqueza no Grande Oriente Médio. Barack Obama sabe que nada pode fazer ali. Hoje, sabemos muito bem que, depois de uma intervenção militar, os norte-americanos sequer poderão controlar um país, muito menos imporem sua vontade na política do Grande Oriente Médio. Vejam a Líbia”.

Os iranianos estão cientes de tudo isso. E, conforme a experiência lhes ensinou no Iraque, podem conseguir a influência do Ocidente. O Irã já está preparando seus planos para a época pós-Assad. Está organizando milícias na Síria, de forma que, se Assad for derrubado, a guerra civil continuará em outros níveis.

O Irã permanece, publicamente, fiel a Assad. Protestará, reclamará, mas evitará uma queda-de-braço com os EUA e a Europa. Certamente, preferiria que Assad permanecesse no poder, mas já dispõe um Plano B.

Ainda, Posche acredita que “a opinião pública iraniana não é particularmente dedicada a Assad. A maioria pensa: o que faremos com este país muito árabe? Os muçulmanos religiosos não vêem com bons olhos a estreita aliança com o partido Baath, que oprime o Islã ao longo de tantos anos. Interesses têm somente os serviços de segurança. Acreditam que precisam de Assad, da Síria e do Hezbollah para exercerem forte pressão sobre Israel”.

Finalmente, a liderança iraniana apreenderá a viver sem Assad. Dirão: “Assad acabou, o que vem agora? Isto fazem sempre”, conclui Posche.

Monitor Mercantil - Serbin Argyrowitz

Sucursal do Grande Oriente Médio.

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