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domingo, 8 de setembro de 2013

Alemanha decide apoiar "forte resposta" contra armas químicas na Síria

Único representante da UE a se abster de assinar a declaração no fim da cúpula do G20, governo alemão resolve engrossar coro que responsabiliza o regime sírio pelo uso de armas químicas contra civis.

A Alemanha anunciou neste sábado (07/09) seu apoio à declaração assinada por 11 países integrantes do G20 a favor de uma "forte resposta internacional" contra o uso de armas químicas na Síria, após ter avaliado a posição dos demais membros da União Europeia (UE).

 A informação foi dada pelo ministro alemão do Exterior, Guido Westerwelle, assegurando que Berlim não apoiou o documento divulgado na sexta-feira porque queria antes discutir o assunto em escala europeia com os países não representados na cúpula realizada em São Petersburgo, na Rússia. "Ontem, já não havíamos tido qualquer objeção substancial. Mas queríamos esperar que a Europa deliberasse sobre o tema, antes que um país após o outro adotasse uma posição", justificou.

Ashton quer que os EUA aguardem relatório da ONU para dar início às operações militares 

"Esta é uma tradição da Alemanha. Sempre acreditamos que a Alemanha deve ser o advogado dos países menores na UE, que não têm oportunidade de participar do G20", explicou o ministro alemão durante encontro informal dos ministros europeus do Exterior realizado em Vilnius, capital da Lituânia. "Após ver a excelente e sábia postura da UE, a chanceler [Angela Merkel] e eu decidimos apoiar agora a declaração escrita por outros países por ocasião do G20", acrescentou.

O texto – assinado por Austrália, Canadá, França, Itália, Japão, Coreia do Sul, Arábia Saudita, Espanha, Turquia, Reino Unido e EUA – argumenta que as evidências do ataque químico de 21 de agosto apontam para responsabilidade do regime de Bashar al-Assad e defende os esforços realizados por Washington para "garantir a proibição do uso de armas químicas".

Resposta clara e contundente

A Alemanha tinha sido o único dos países do bloco europeu presentes em São Petersburgo a se abster de respaldar a mensagem. O Brasil também não assinou o documento.

Os ministros do Exterior da UE também afirmaram ser a favor de uma resposta "clara e contundente" ao suposto uso de armas químicas na Síria, depois de se reunirem com o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, em Vilnius, na Lituânia.

Kerry na Lituânia: compreensão pelas preocupações europeias 

"Queremos uma resposta clara e contundente", afirmou a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, em nome da UE, ao término do encontro dos ministros. Ela disse que os 28 membros do bloco concordaram sobre a existência de evidências claras que apontariam para a responsabilidade do regime de Assad no ataque químico do dia 21 de agosto.

Segundo Ashton, os 28 Estados pedem, ainda, que o relatório dos inspetores da ONU sobre o ataque do dia 21 de agosto seja divulgado "o mais rapidamente possível" e expressaram satisfação pela intenção do presidente da França, François Hollande, de esperar a revelação de seu conteúdo antes de empreender uma possível ação militar.

Consulta a Obama

Ashton acrescentou que esse também seria o desejo da UE em relação ao presidente dos EUA, Barack Obama. Segundo Guido Westerwelle, Kerry não prometeu que os EUA venham a esperar a divulgação do relatório dos inspetores da ONU, mas afirmou que tem compreensão pelas preocupações dos europeus e que agora irá "consultar o presidente" americano.

Em seu discurso semanal de rádio, Obama apelou mais uma vez para que o Congresso dê aprove o ataque militar contra a Síria. Os parlamentares americanos voltam na segunda-feira das férias de verão, e Obama fará na terça-feira um pronunciamento à nação sobre o assunto.

MD/efe/dpa/afp/rtr
DW.DE

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