A reunião prevista entre o presidente iraniano, Hassan Rohani, e seu homólogo francês, François Hollande, será a primeira em nível presidencial entre ambos os países desde 2005, nos poucos contatos já feitos pela nação asiática com as potências ocidentais desde a Revolução Islâmica de 1979.
Um eventual encontro entre Rohani e o presidente Barack Obama também pode ser o primeiro desde 1979. Nesta segunda-feira, a Casa Branca não descartou a possibilidade de uma reunião durante a estada do presidente iraniano em Nova York, onde assistirá à Assembleia-Geral das Nações Unidas.
Os últimos encontros entre o Irã e os principais países ocidentais, como França, Alemanha e Itália, remontam à presidência de Mohammad Khatami (1997-2005), durante a qual Teerã rompeu seu isolamento.
A Itália foi pioneira na retomada dos contatos de alto nível da Revolução Islâmica. O então presidente do Conselho, Romano Prodi, reuniu-se com Khatami em Teerã, em junho de 1998, e foi o primeiro chefe de um governo ocidental a visitar o Irã depois de 1979. Nenhum outro chefe de governo em exercício de um país ocidental viajaria depois a Teerã.
Em 9 de março de 1999, a Itália se tornou a primeira nação ocidental a receber um chefe de Estado iraniano, 20 anos depois da Revolução. Khatami chegou a Roma em uma visita de três dias, durante a qual também foi recebido pelo papa João Paulo II. Em abril de 2005, Khatami voltou a homenageá-lo em seu funeral.
O último encontro entre dirigentes iranianos e italianos aconteceu em fevereiro de 2001, quando Khatami recebeu o presidente do Conselho italiano, Giulano Amato, em Teerã.
Em relação à França, o último contato presidencial foi em 5 de abril de 2005, quando o presidente Jacques Chirac se reuniu com Khatami em Paris. Os dois dirigentes já haviam se reunido em 27 de outubro de 1999 na capital francesa, durante uma histórica visita.
No que diz respeito à Alemanha, a última cúpula data de julho de 2000, durante uma visita oficial de três dias a Berlim, na qual Khatami se reuniu com o então chanceler alemão, Gerhard Schroeder.
A Grã-Bretanha, aliada privilegiada dos Estados Unidos, mantém-se à margem, devido às relações tumultuosas com Teerã, afetadas principalmente pela "fatwa" que condenou à morte o escritor britânico Salman Rushdie, em 1989.
AFP
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