Os inspetores da ONU, que controlam as armas químicas da Síria teriam muito mais trabalho se fossem mandados controlar as armas nucleares, biológicas e químicas (NBQ) de Israel. Mas, pelas regras do “direito internacional”, não podem controlar nenhuma arma israelense. Israel não assinou o Tratado de Não Proliferação, nem a Convenção que proíbe armas biológicas; assinou, mas não ratificou o tratado que proíbe armas químicas.
Segundo o blog Jane’s Defense Weekly, Israel – a única potência nuclear em todo o Oriente Médio – tem de 100 a 300 ogivas nucleares e os respectivos vetores (mísseis balísticos e de cruzeiro e caças-bombardeiros). Segundo estimativas do Centro Internacional de Pesquisas para a Paz de Estocolmo [Stockholm International Peace Research Institute (SIPRI)], Israel produziu entre 690 e 950 kg de plutônio e continua a produzir plutônio suficiente para montar, por ano, de 10 a 15 bombas do tipo usado em Nagasaki. Israel também produz trítio, um gás radiativo com o qual se produzem ogivas neurotrônicas, que causam contaminação radiativa menor, mas de mais alta letalidade.
Centro Internacional de Pesquisas para a Paz de Estocolmo (SIPRI)
O maior sigilo cerca a pesquisa de armas biológicas: bactérias e vírus que, lançados contra o inimigo, podem gerar epidemias. Dentre eles, a bactéria da peste bubônica (a “peste negra” da Idade Média) e o vírus Ebola, contagioso e letal, contra o qual ainda não há terapia disponível. A biotecnologia é instrumento para criar novos tipos de agente patogênicos contra os quais as populações-alvo não têm resistências, nem há vacina. Há também informação confiável sobre pesquisas, em Ness-Ziona, para desenvolver armas biológicas suficientemente potentes para neutralizar todo o sistema imunológico humano.
Oficialmente, o Instituto israelense em Ness-Ziona pesquisa vacinas contra bactérias e vírus, como sobre o antrax financiadas pelo Pentágono. Mas é evidente que o mesmo tipo de pesquisa permite desenvolver novos agentes patogênicos a serem usados como arma de guerra. O mesmo tipo de trabalho é feito também nos EUA e em outros países, para escapar às leis, acordos e convenções que proíbem o uso de armas biológicas e químicas.
Karel Knip
Em 1999, a carapaça de sigilo que protege as pesquisas de armas nucleares, biológicas e químicas em Israel foi quebrada em parte pela investigação, realizada com a colaboração de cientistas, do jornalista holandês Karel Knip, editor sênior de ciências do diário holandês NRC - Handelsblad, e publicada sob o título de “Biologia em Ness Ziona”. [1] Ali ficou afinal comprovado que as substâncias tóxicas desenvolvidas pelo Instituto são utilizadas pelo Mossad para assassinar dirigentes palestinos. [2]
Depoimentos de médicos indicam que em Gaza e no Líbano, as forças israelenses utilizaram armas de concepção recente: deixam intactos os cadáveres, vistos externamente, mas agem por dentro, carbonizando o fígado e os ossos e fazendo coagular o sangue. É perfeitamente possível, com recursos de nanotecnologia. A Itália também colabora no desenvolvimento dessas armas, ligada a Israel por um acordo de cooperação militar e principal parceiro dos israelenses na pesquisa & desenvolvimento de armas biológicas. O orçamento italiano prevê dotação anual de 3 milhões de euros para esses projetos de pesquisa conjunta ítalo-israelenses. Exemplo dessa colaboração aparece no mais recente pedido de verbas para pesquisa do Ministério de Relações Exteriores italiano, que pede verbas para “novas abordagens para o combate de agentes patogênicos resistentes aos tratamentos”. Com essas verbas, o Instituto israelense para pesquisa biológica poderá tornar os agentes patogênicos ainda mais resistentes.
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