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sábado, 23 de novembro de 2013

Encontro "às pressas" reacende esperança de acordo com Irã


Os chanceleres das seis potências mundiais que negociam com o Irã uma saída para a crise provocada pelo programa nuclear iraniano se encontram neste sábado em Genebra, na Suíça, para tentar fechar um acordo que ponha fim a anos de disputas.

A apressada viagem do secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, a Genebra, despertou a esperança de que se alcance um acordo para que o Irã limite seu programa de enriquecimento de urânio em troca de que se afrouxem as sanções impostas pela comunidade internacional ao país.

Kerry se une assim aos ministros das Relações Exteriores de Grã-Bretanha, França, Alemanha, China e Rússia em um encontro no qual também está presente o chanceler iraniano, acompanhado de uma ampla delegação.

As negociações começaram na quarta-feira desta semana e esperava-se que fossem concluídas na sexta-feira, mas a chegada dos chanceleres indica que elas poderão continuar pelo fim de semana.

Das potências ocidentais, a França é a que vem adotando uma linha mais dura contra o Irã, pressionando os demais países nas negociações a não fazer concessões demais.

Alguns congressistas americanos também afirmam que pressionarão para que sejam aprovadas mais sanções se as negociações voltarem a fracassar.

O Irã, enquanto isso, insiste que seu programa nuclear tem fins pacíficos. As potências mundiais do Ocidente, porém, suspeitam que o país esteja tentando desenvolver armas atômicas.

Ponto crítico

Os negociadores estão trabalhando desde a quarta-feira para tentar chegar a um acordo que seja aceitável para o Irã e para os delegados do grupo das seis potências, chamado de P5+1, por incluir os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha.

A porta-voz do Departamento de Estado americano, Jen Psaki, afirmou que o objetivo da presença de Kerry em Genebra é "ajudar a diminuir as diferenças e avançar rumo a um acordo".

Mas a participação de Kerry não significa que um acordo esteja próximo. Pelo contrário, ela sugere que as negociações chegaram a um ponto crítico, segundo o correspondente da BBC em Genebra James Reynolds.

Na sexta-feira, a comissária de política externa da União Europeia, Catherine Ashton, que coordena as negociações em Genebra, se reuniu brevemente com o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammed Javad Zarif, em um encontro descrito pela agência de notícias estatal iraniana (IRNA) como "complicado e difícil".

Outro jornalista da BBC, Jeremy Bowen, conversou com um dos vice-ministros das Relações Exteriores do Irã, Majid Ravanchi, que se disse cauteloso, mas otimista com as negociações.

"Não posso lhe dizer quais são os pontos que seguem nos separando", disse Ravanchi à BBC. "Mas posso lhe assegurar que estamos negociando em uma atmosfera positiva", afirmou.

Enriquecimento de urânio

A reunião em Genebra ocorre após uma série de encontros no início do mês.

Naquela ocasião, os chanceleres dos países envolvidos também viajaram a Genebra para tentar chegar a um acordo, mas voltaram para casa com as mãos vazias.

Os analistas afirmam que um ponto de discussão importante é a insistência do Irã em exercer seu direito a enriquecer urânio, em um processo que serve para elaborar materiais usados na confecção de combustível para usinas de energia, mas que também pode ser empregada para fabricar armas.

Diplomatas ocidentais também estão preocupados com o reator que o Irã está construindo em Arak, tema que interrompeu a primeira rodada de negociações.

Grupos de congressistas americanos dizem que aprovarão um projeto de lei que propõe novas sanções ao Irã no mês que vem se as negociações fracassarem.

O líder da maioria do Senado dos Estados Unidos, o democrata Harry Reid, disse que apoiaria "ampliar o alcance" das sanções atuais.

O governo do presidente Barack Obama já disse que qualquer acordo provisório daria um alívio de bilhões de dólares ao Irã com o afrouxamento de algumas sanções.

Segundo Obama, o acordo supõe que o Irã suspenda o avanço de seu programa nuclear e aceite "inspeções mais enérgicas" da comunidade internacional.

Defesa Net

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