"Eu considero publicar esses documentos até o último (deles)", prevê o jornalista, na entrevista feita pela Télérama no Rio de Janeiro.
"Não quero dizer que o pior está por vir – as pessoas se acostumam com essas revelações -, mas há vários documentos sobre o que a NSA coleta e sobre a maneira como ela faz que vão chocar", declarou o jornalista, que disse estar "sentado sobre uma montanha de documentos".
Advogado por formação, Glenn Greenwald tem colaborado com o americano Edward Snowden na publicação de uma série de documentos secretos, revelando um vasto esquema de monitoramento e espionagem eletrônica por parte dos EUA.
Contactado por "jornalistas do mundo inteiro, que querem trabalhar (com ele) nos documentos que dizem respeito a seus países", Glenn Greenwald explica como ele colabora com eles, mesmo que seja "extremamente demorado".
"Legalmente, não posso me contentar em lhes dar o que lhes interessa, porque isso me transformaria em fonte, e a Justiça poderia me perseguir por receptação. Eu só posso ser um jornalista, então, eu tenho de contribuir com suas investigações, assinar suas matérias em coautoria", explica Greenwald.
Depois de sua saída do jornal britânico "The Guardian", ele se dedica agora ao lançamento de uma nova mídia financiada pelo fundador do eBay, Pierre Omidyar.
"É preciso construir sua própria instituição para lutar com armas legais contra o governo que nós deixamos nu", completou.
"Nós recrutamos uma dúzia de pessoas, e três trabalham comigo no Rio. Não buscamos apenas jornalistas investigativos especializados em segurança nacional e nas liberdades civis. Também vamos cobrir economia, ecologia, ou esporte e, o que conta, é a filosofia de trabalho", conclui Glenn Greenwald.
AFP
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