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quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

EUA consideram zona chinesa de defesa aérea um desafio

Pelo visto, a zona de defesa aérea de identificação, introduzida pela China, alterou o cenário da digressão do vice-presidente dos EUA, Joe Biden, por países asiáticos. Foi nomeadamente esta questão que passou para o primeiro plano nas conversações de Biden com aliados militares tradicionais dos EUA e a direção chinesa.

O início foi dado durante a visita a Tóquio, para cujo desagrado Pequim anunciou a formação da zona de identificação. Em conformidade com a nova ordem declarada pela China, todos os aviões, que pretendem atravessar a zona, devem notificar antecipadamente a parte chinesa sobre sua intenção, apresentar um plano de voo e manter contato com as respectivas estruturas.

Japão, Estados Unidos e Coreia do Sul não apenas censuraram decididamente a introdução da zona de defesa aérea pela China, mas também efetuaram vários voos provocativos através do espaço anunciado. Os voos de aviões militares deveriam ressaltar que Washington, Tóquio e Seul ignoram plenamente a inovação chinesa. Esta posição foi duramente criticada em relação à zona foi confirmada no quadro das conversações entre Shinzo Abe e Joe Biden. As partes acordaram que “não haverá quaisquer alterações em voos de aviões militares naquela zona”. Além disso, foi assinalada mais uma vez a invariabilidade da política de reforço das relações aliadas entre os Estados Unidos e o Japão “em nome da paz e prosperidade de toda a região”. Como se espera, as declarações semelhantes serão feitas também por Seul, último ponto da digressão de Biden pela região.

Comenta o conselheiro do Centro de Pesquisas Políticas da Rússia, Dmitri Evstafiev:

“A introdução da zona de identificação deve ser qualificada não apenas como um passo no desenvolvimento do conflito entre a China e o Japão, mas também como um momento emblemático nas relações sino-americanas. Em certo sentido, a China lança um sério desafio aos Estados Unidos e aos seus interesses na região.”

Pequim reservou-se pela primeira vez o direito de estabelecer certas regras do jogo numa região que não seja adjacente ao seu território nacional. O perito destaca:

“Este é um desafio muito sério para os Estados Unidos, porque só este país estabelecia durante setenta anos precedentes as regras do jogo naquela região. Se a China não for obrigada a recuar, tal significará que o potencial aliado dos EUA, ou seja as possibilidades de proteger seus aliados, será consideravelmente abalado.”

Além da pressão política, os EUA não têm outras potencialidades de influir na situação, sustenta Dmitri Evstafiev, prognosticando pouca probabilidade de os EUA empreenderem ações militares bruscas para dar lição à China. Será um prazer muito caro para os EUA tanto do ponto de vista prático como do ponto de vista da imagem. Entretanto, Washington não pode também deixar sem atenção os últimos passos chineses, porque o silêncio pode ser qualificado como uma fraqueza dos Estados Unidos.

Por enquanto, porém, Pequim não pretende retroceder. Um dia antes da chegada de Biden à capital chinesa, um representante do Ministério da Defesa da China declarou que o país está disposto a controlar plenamente a zona introduzida de identificação de defesa aérea no mar da China Oriental, envidando para isso medidas decisivas. A escalada de tensão tem consequências bastante desagradáveis e é pouco provável que Pequim pudesse prevê-las antecipadamente. Como destacam alguns observadores, os EUA são obrigados a envolver-se cada vez mais dinamicamente na disputa territorial sino-japonesa, o que, naturalmente, contraria os interesses da China.

FONTE: VR

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