A Rússia mantém o monopólio no mercado dos transportes espaciais. A agência aero-espacial NASA prolongou o contrato com a Agência Federal Espacial da Rússia Roscosmos de transporte dos seus astronautas para a Estação Espacial Internacional até finais de 2017.
Depois dos EUA terem renunciado à utilização das suas naves vaivém Space Shuttle, os aparelhos espaciais russos Soyuz são o único meio de transporte de astronautas para a EEI e de seu regresso à Terra. Porém, hoje, na América, assiste-se aos últimos retoques da nave de nova geração Dragon, cujo início de exploração está planejado para 2017.
Yuri Karash, perito em política espacial, considera, em declarações à Voz da Rússia, que o prolongamento do contrato da NASA com a Roscosmos por esse período pode significar o desejo dos americanos se prevenirem:
“A nave espacial Dragon, fabricada pela empresa americana SpaceX, deve começar a voar, na sua variante pilotada, dentro de cerca de dois anos. Depois é necessário mais um ano para afinações. Resumindo, o início da exploração está previsto para 2017. Parece que os Estados Unidos decidiram que necessitam de um “airbag” sob a forma de utilização durante dois anos de naves espaciais Soyuz até se convencerem de que a Dragon voa bem”.
Segundo as condições do contrato para 2014-2016, a parte americana já pagou à Roscosmos mais de 750 milhões de dólares pelo transporte dos seus astronautas para a EEI. A quantia impressiona, sendo que uma parte sua pode ser investida no desenvolvimento das próprias naves da nova geração. Porém, neste caso, o interesse ativo dos americanos para com as Souyz pode tornar-se um obstáculo à criação de novas tecnologias, observou Yuri Karash:
“A continuação das aquisições pelos americanos travará a criação de nova tecnologia espacial. Ou seja, enquanto continuarem a comprar as nossas Soyuz, haverá sempre pessoas que exagerarão as suas vantagens. Semelhante relaxamento continua a existir na área espacial e exerce uma ação desfavorável no seu desenvolvimento”.
Entretanto, hoje, a astronáutica russa necessita de novas naves espaciais. Segundo Alexander Zheleznyakov, membro da Academia de Astronáutica Tsiolkovsky, as nossas Soyuz poderão ter, dentro em breve, sérios concorrentes:
“É preciso ter em conta que, além da Dragon, os americanos estão a fabricar mais duas naves pilotadas. Trata-se da Dream Chaser da empresa Sierra Nevada e a CST-100 da companhia Boeing. Todas elas devem terminar os testes de voos pilotados até 2017. Estas três naves farão concorrência”.
Os peritos sublinham que o interesse dos parceiros estrangeiros para com a exploração de naves espaciais da série Soyuz é bem justificado: esta tecnologia mostra há várias décadas o alto nível de fiabilidade e segurança. Porém, o mundo muda e, para não ficar para trás, o campo espacial russo deve trabalhar para o futuro.
Voz da Rússia
domingo, 22 de dezembro de 2013
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Naves russas Soyuz continuam sendo insubstituíveis
Naves russas Soyuz continuam sendo insubstituíveis
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