“Encontramo-nos diante da possibilidade de ser modificada radicalmente a narrativa oficial do 11/Set”.
Primeiro ponto indubitável e incontornável, como é costume dizer-se: nós próprios, como muitos outros, deixámos passar o caso. Com efeito, o relato aqui feito remonta, no que se refere à primeira fonte (cronologicamente) conhecida, a 11 de Dezembro e a uma semana antes desse 11 de Dezembro quanto ao fato propriamente dito. Deixámos passar o caso e o fato de não termos sido os únicos não nos consola; pelo contrário, essa discrição bastante generalizada ou essa indiferença bastante alargada, eis o que corrobora e até justifica plenamente o comentário abaixo.
Reparem: há cinco, sete, dez anos, a mera hipótese totalmente vergonhosa implicada pela evocação da possibilidade da proposta de uma resolução de urgência pondo em causa a integridade da narrativa oficial do ataque de 11/Set feita por dois parlamentares de Washington, um democrata e um republicano, teria provocado desmaios em série nos salões. As nossas belas penas afogar-se-iam de raiva na sua tinta negra. Os editoriais levantariam voo como drones vingadores embora civilizados… O quê? imaginar que o 11/Set não foi exatamente o que a imprensa-Sistema, os dirigentes-Sistema, os comunicados-Sistema disseram? Depressa, os meus sais, chegaram os “conspiradores”…
Não só isso… Muito mais do que aquilo que se evoca, o fato da “resolução de urgência” dos dois parlamentares não é uma “mera hipótese”, uma “evocação da possibilidade” propriamente dita, mas apenas o que é. Trata-se da afirmação explícita e oficial de que uma parte de um documento guardado com o carimbo da classificação “secreto” sobre a intervenção documentada do presidente Bush contêm revelações “chocantes” sobre a implicação de “um ou vários” serviço(s) de informações de países estrangeiros no ataque do11/Set. Esta “afirmação explícita e oficial” constitui uma hipótese muito sólida, próxima da afirmação de que houve uma “conspiração” para além da única maquinação aceite dos 18 ou 19 terroristas da versão oficial… (O documento evocado engloba as 28 páginas duma parte intitulada ” Fontes Específicas de Apoio Externo ” do relatório de 800 páginas do Congresso, feito em 2002 sob o título oficial de Relatório de Investigação do Congresso sobre o 11/Set – Inquérito Conjunto sobre Atividades da Comunidade de Informações Antes e Depois dos Ataques Terroristas de Setembro, 2011 , – não confundir com o relatório do inquérito oficial da Comissão especial formada para investigar o 11/Set).
O terrível objeto do delito monstruoso.
Portanto, pela nossa parte, que certamente não é a do conhecimento sem falha dos arcanos desta questão sem fim, trata-se de um acontecimento extraordinário esta iniciativa dos dois parlamentares da Câmara dos Representantes, o democrata Stephen F. Lynch de Massachusetts e o republicano Walter B. Jones, da Carolina do Norte. De notar que esse famoso 11 de Dezembro de 2013 foi objeto de um artigo do sítio Examiner.com. A resolução, que fala em lançar a luz, ou mesmo de descobrir a verdade sobre o 11/Set, pede à administração que liberte do segredo as 28 paginas atualmente classificadas.
Leia também: As demolições controladas das torres-gêmeas: a arte da guerra(http://dinamicaglobal.wordpress.com/2011/09/23/as-demolicoes-controladas-das-torres-gemeas-a-arte-da-guerra/)
“Por detrás duma resolução, apresentada na semana passada, instando Obama a libertar 28 páginas do Inquérito Conjunto sobre Atividades da Comunidade de Informações Antes e Depois dos Ataques Terroristas de Setembro, 2011, estão dois membros do Congresso”. Os documentos, segundo noticiado, foram retidos da Comissão do 11/Set, juntamente com milhões de outros documentos e peças de evidência que, alegadamente, revelariam informações que podiam levar a uma melhor compreensão do que esteve de fato por detrás dos ataques terroristas do 11/Set em Lower-Manhattan, acima e para além dos piratas de nacionalidade saudita. Uma alternativa ao que o establishment e os seus meios de comunicação têm querido fazer que o povo acredite há mais de 12 anos.
“O congressista Democrata, Stephen F. Lynch, de Massachusetts e o congressista Republicano, Walter B. Jones, da Carolina do Norte, apresentaram a resolução “bipartidária”, H.Res. 428, com uma declaração de Lynch no sítio web do Congresso, que inclui um pedido ao presidente para as vítimas, suas famílias e povo americano. Que, segundo o congressista, ainda têm que conhecer a verdade sobre o que realmente aconteceu naquele dia e quem foi de fato responsável.
“Enquanto co-presidente do Grupo de Trabalho para o Terrorismo e Financiamento da sua Proliferação, Lynch tem acesso aos documentos classificados e o que leu nesses documentos deve tê-lo perturbado o suficiente para pedir que fossem divulgados, para que o povo americano possa tomar conhecimento do que eles dizem e para que ele possa discutir publicamente o seu conteúdo… [...]
Na realidade, não é nenhuma surpresa que vários congressistas estejam preocupados, se é que o estão realmente, quanto à razão por que têm sido escondidas do público tantas informações relativas aos ataques terroristas de 11/Set, incluindo essas 28 páginas em especial. Considerando mesmo a presidência e a vice-presidência da comissão do 11/Set, Thomas H. Kean e Lee H. Hamilton reconheceram ambos o fracasso premeditado da comissão e a necessidade explícita de uma nova investigação, realmente independente, sobre os acontecimentos. [...]
Segundo o congressista Lynch, “Doze anos depois dos terríveis ataques de 11 de Setembro, mantêm-se perguntas por responder. Estas páginas contêm informações que são vitais para uma plena compreensão dos acontecimentos e circunstâncias que rodearam esta tragédia.
As famílias das vítimas e o povo americano merecem melhor; merecem respostas, merecem um relato total, e isso ainda não aconteceu”. “Estou muito satisfeito por estar a trabalhar com o meu amigo e colega congressista Jones para garantir que estas páginas vejam a luz do dia. Encorajo profundamente os meus colegas para analisar esta seção classificada do Inquérito, e para trabalhar comigo e com o congressista Jones para conseguir que seja divulgada”.
O encobrimento da Arábia Saudita e do Principe Bandar.
Os ardentes polemistas e críticos da versão oficial em torno do ataque de 11/Set e das múltiplas contestações que nasceram a este propósito, apoderaram-se finalmente da questão; dizemos “finalmente” porque é preciso reconhecer que também eles levaram tempo em acordar para a nova noticia vinda da Câmara dos Representantes. Encontramos manifestações dessas, nomeadamente do lado do grupo Veterans Today , acusado de todos os males pelo habitual concerto-Sistema, com partição-AIPAC garantida, – acusação de “anti-semitismo” em todas as suas variantes, até às insinuações fatais mas correntes de quase-nazismo.
Muito curiosamente, o que atraiu a atenção dos polemistas e críticos é um (primeiro) artigo de Paul Sperry, especialista do Instituto Hudson, no site Family Security Matters , de tendência Tea Party , mas que, segundo se diz, está próximo da AIPAC e é pró-israelense. O artigo de 16 de Dezembro de 2013 cita fontes próximas dos dois parlamentares (Lynch-Jones), de quem se diz que ficaram “muito chocados” com as revelações contidas nessas famosas 28 páginas, e revelações relativas essencial ou mesmo exclusivamente quanto à implicação da Arábia Saudita no ataque, e em especial quanto ao Príncipe Bandar como organizador do ataque. (” Outros financiamentos à al Qaeda foram ligados a Bandar e à sua embaixada – tanto mais que em 2004 o Riggs Bank de Washington deixou de ter os sauditas como clientes.
No ano seguinte, quando apareceram em incidentes terroristas uma série de empregados da embaixada, Riyadh recordou Bandar… “). As 28 páginas retiradas do relatório do Congresso constituiriam assim um verdadeiro encobrimento das responsabilidades do ataque, em benefício dos sauditas.
Da Arábia Saudita a Israel, passando pela AIPAC.
… De resto e de fato, – da Arábia Saudita apenas? Calma, diz Gordon Duff, dos Veterans Today , que escreve um artigo incluído pela PressTV.ir , a cadeia de TV iraniana, a 18 de Dezembro de 2013 . A 23 de Dezembro de 2013 , Duff confirma isso, sempre na PressTV.it. A sua tese é que não se trata dos àrabes, ou seja, não apenas dos sauditas, mas sem dúvida da Arábia Saudita e de Israel trabalhando em conjunto e, em todo o caso, certamente de Israel. O papel de Sperry, pensa Duff, é afastar Israel e o Mossad, implicando a Arábia Saudita e Bandar. Seja como for, observa, os dois estão sem dúvida implicados nas 28 páginas classificadas…
“Recentes revelações ligadas aos acontecimentos na Síria e no Egipto denunciaram um nível impensável de cooperação entre os serviços de informações de Israel e da Arábia Saudita. Durante anos, Israel tem citado a Arábia Saudita como a maior ameaça para a sua segurança, muito maior do Iraque do tempo de Saddam ou as suas queixas de um “Irão nuclear”. Isto e muito mais do que Israel tem afirmado publicamente como parte da sua “mitologia de vitimização” é hoje reconhecido como uma falsidade.
Embora tanto Israel como a Arábia Saudita sejam conhecidos como aliados dos EU, as suas parcerias com a América têm sido com grupos específicos, extremistas no seio do governo e a vontade militar de apoiar as conspirações estão hoje à vista de todos mesmo quando os interesses dos EU são sacrificados ou mesmo quando se perdem vidas americanas.
“Revelador, hoje, é a relação entre Al-Nusra e outros “franchisings” al-Qaeda e a aliança Israel/Saudita, uma relação que tem fornecido apoio financeiro e armas, usadas contra a Síria, o Líbano e o Iraque. As seções do relatório do 11/Set que foram censuradas pelo presidente Bush bem podem incluir referências a esse nexo al-Qaeda/Israel/Saudita. O que é claro é que, não só a administração Bush culpou erradamente bin Laden ou a “al-Qaeda”, um grupo espúrio e ilusório quando muito, mas que os citados, Israel, a Arábia Saudita ou ambos, embora referidos por financiar e apoiar o ataque de 11/Set, estiveram sempre no total controlo da administração Bush”.
Portanto, a 23 de Dezembro de 2013, Gordon Duff publica um novo artigo na PressTV.ir , onde explicita o seu entendimento da questão Lynch-Jones e da intervenção de Sperry, – e nomeadamente, e ainda mais precisamente, à luz de um novo artigo de Sperry, a 23 de Dezembro de 2013, desta vez no New York Post . (Este quotidiano pertence a Rupert Murdoch que é, com a Lockheed Martin, um dos principais doadores de fundos dos neoconservadores- neocons , de resto muito próximos de Israel e, portanto, da AIPAC. Duff considera assim evidente a ligação entre Sperry, a sua vontade de distanciar Israel à custa da Arábia, a atividade da AIPAC, Murdoch e os neocons , etc).
Eis então Duff, neste dia 23 de Dezembro de 2013 (fala do New York Daily News , quando a verdade é que se trata do New York Post , que pertence a Murdoch e que publicou o artigo de Sperry): ” Mais assustador, os artigos pulicados esta semana no New York Daily News de Rupert Murdoch, escritos pelo associado do Instituto Hoover e membro da AIPAC, Paul Sperry, culpam agora o príncipe Bandar da Arábia Saudita como o cérebro do 11/Set mas também envolvem Bush (43). Na verdade, todo o aparelho da AIPAC, a maior organização de lobbying em Washington, está atualmente empenhado numa ‘grande operação de imprensa’ para impedir o Congresso de pressionar a divulgação do verdadeiro relatório …”
No mesmo dia, 23 de Dezembro de 2013 , Kevin Barrett desenvolve o mesmo tema, no site Veterans Today.com , pondo em causa a ação da AIPAC para bloquear a legislação Lynch-Jones na Câmara. Bastante à vontade, Barrett denuncia a hipótese que, através duma ação que pretenderia fazer crer numa “defesa da Arábia Saudita” (implicada nas 28 páginas), acabaria por ser antes uma “defesa de Israel”, confirmando implicitamente que o que se encontraria seria a implicação da Arábia Saudita… Com efeito, as manobras que ele descreve não consistem em rejeitar o conteúdo provável das 28 páginas, que começa a ser conhecido, e que implicaria pelo menos a Arábia Saudita, mas mais simplesmente em fazer aquilo em que a AIPAC se tornou especialista: influenciar o Congresso para que ele não aprove a resolução de Lynch-Jones.
“O que levanta outra questão escaldante: Por que a AIPAC quer proteger os sauditas? As muitas “fugas” propagandeadas (ou deveríamos dizer Bandareadas) nos meios de comunicação predominantes apontam todas para os sauditas como os culpados que atacaram a América em 11/Set, segundo as páginas retiradas do Relatório Conjunto do Congresso.
Mas Israel está a pressionar o Congresso para encobrir isso. [...] Vejam de onde vêm as fugas que “culpam os sauditas”. Paul Sperry, autor do artigo do New York Post sobre o pedido de Lynch e Jones, trabalha para o Instituto Hoover, um grupo de reflexão neocon, afiliado de Israel… [...] Sperry afirma que “fontes anônimas da CIA” lhe disseram que as páginas retiradas do Relatório Conjunto implicam os sauditas. Essas “fontes da CIA” pensam mesmo que os sauditas têm capacidade para operações secretas, peso político e motivo para atacar os EU e safar-se? Ou será Sperry e as suas fontes, imaginárias ou reais, que estão a fazer o que o Instituto Hoover e o New York Post fazem sempre: encobrir Israel?”
A Arábia Saudita já pode ser processada.
Como por acaso, que de resto seria muito extraordinário, ou sem ser por acaso – nenhuma destas duas explicações no entanto é evidente – o que acontece é que a Lei que, desde há dez anos, proibia que possíveis queixosos atacassem judicialmente a Arábia Saudita, alegando que ela teria participado no ataque de 11/Set, agora já permite essa iniciativa. Isto é tanto mais interessante quanto efetivamente várias pessoas próximas de outras que morreram no ataque têm manifestado de fato essa intenção já há muitos anos. Alguns verão pois nesta decisão jurídica uma espécie de acordo com o Céu, outras um sinal do Céu, outras uma circunstância próxima do que alguns chamam de “conspiracionismo” – mas na verdade não por parte daqueles que é hábito associar a esta tara terrível…
Leia também: Obama autoriza ataque de drones aos próprios cidadãos americanos.http://dinamicaglobal.wordpress.com/2013/03/30/segredo-que-nao-deve-ser-guardado/
Seja como for, o site BrowardBulldog.org pormenoriza esta notícia a 24 de Dezembro de 2013:
“Com um reconhecimento pouco vulgar de um erro num caso de alto nível, um tribunal federal de recurso na cidade de Nova Iorque voltou a considerar a Arábia Saudita como réu num processo apresentado por milhares de vítimas do 11/Set, suas famílias e outros. Durante dez anos, os queixosos do 11/Set afirmaram que o reino do deserto financiara a al-Qaeda antes dos ataques terroristas de 2001 a Nova Iorque e Washington. Agora, podem novamente apresentar a sua queixa em tribunal. [...]
“O antigo senador da Florida, Bob Graham, que foi co-presidente do Inquérito Conjunto do Congresso sobre os ataques, elogiou a decisão de quinta-feira do Tribunal de Apelos da Segunda Vara em Manhattan. “Isto é um avanço muito significativo que fará cair a barragem de encobrimento que tem escondido do povo americano informações sobre o envolvimento dos sauditas”, disse Graham à BrowardBulldog.org, numa entrevista exclusiva. A Arábia Saudita, que tem negado as acusações do processo como “categoricamente falsas”, foi desligada do processo em 2005 com base na imunidade soberana, apesar das exceções a essa proteção no que se refere a atos de terrorismo.
“A ordem de 16 páginas feita por um painel de três juízes do tribunal de apelos é um labirinto de argumentos legais. Mas a sua essência é que as normas conflituosas do tribunal sobre como aplicar a lei em diferentes processos do 11/Set levaram a um “erro da lei” feito por um juiz de um tribunal federal de menor instância em Nova Iorque, George B. Daniels, que erradamente livrou de apuros os sauditas em relação a possíveis milhares de milhões de dólares em indemnizações civis. O processo rejuvenescido volta agora ao juiz Daniels para continuação dos trabalhos, dizia a ordem.
“Estamos muito satisfeitos com as notícias e prudentemente optimistas”, disse a sobrevivente do 11/Set, Sharon Premoli, que foi resgatada dos destroços da Torre Norte. “A decisão do tribunal de apelos é uma coisa que eu receava nunca vir a ver na minha vida”, disse Terry Strada, cujo marido, Tom, morreu na Torre Norte em 11/Set.
“O nosso grupo, Famílias do 9/Set Unidas para a Justiça Contra o Terrorismo, mantêm-se empenhado na nossa luta pela verdade e pela justiça. Só assim poderemos proteger-nos de futuros ataques terroristas e deter os responsáveis pela morte, destruição, dor e sofrimento que nos foi infligido há 13 anos”.
A NSA contra a narrativa oficial do 11/Set.
Um outro ponto interessante a esclarecer é o de saber porque é que esta questão aparece efetivamente neste momento e, mais precisamente, porque é que os dois parlamentares Lynch-Jones, e em especial Lynch, que é um dos co-presidentes duma comissão da Câmara interessada nas questões do terrorismo, puderam ter acesso, aqui e agora, ao texto classificado das 28 páginas retiradas do relatório de 800 páginas, com data de 2002.
Falamos de encontrar uma explicação técnica, e de forma alguma de uma suposição política ligada com as relações dos EUA com um ou outro dos dois países envolvidos (a Arábia Saudita e Israel), e aí retemos uma indicação, talvez involuntária, para a apreciação geral dada por Duff no seu artigo de 23 de Dezembro…
“O 11/Set foi um golpe contra a constituição. Relatórios adicionais divulgados esta manhã tornam claras algumas das razões por que Bush mentiu ao povo americano, ao congresso, aos nossos militares e aos nossos aliados. O diretor de Obama para a National Intelligence, James Clapper, divulgou novos documentos que revelam como a NSA foi a primeira a ter luz verde para começar a reunir dados de comunicação por grosso na caça aos terroristas da Al-Qaeda depois de 11/Set. A administração do presidente Barack Obama confirmou publicamente pela primeira vez ‘a existência de atividades de pesquisa autorizadas pelo presidente George W. Bush’, tais como metadados por grosso na Internet e telefone, ao abrigo do ‘Programa de Vigilância Terrorista’.
Leia também: A guerra pelo controle total sobre as pessoas – o que fazer? (https://dinamicaglobal.wordpress.com/2012/04/07/controle-total-part4/)
As divulgações fazem parte da campanha de Washington para justificar as atividades de vigilância da NSA, na sequência de fugas maciças aos meios de comunicação sobre os programas classificados do anterior colaborador da NSA, Edward Snowden. Clapper explicou no sábado que o presidente George W. Bush autorizou pela primeira vez a espionagem em Outubro de 2001, poucas semanas depois dos ataques de 11 de Setembro”.
Estas indicações são, quanto a nós, muito mais do que acessórias. Pelo contrário, desempenham um papel que não está longe de ser essencial. Primeiro, são reforçadas por apreciações divulgadas em Washington, segundo as quais a NSA, oficialmente com Clapper mas oficiosamente de modo muito mais amplo, se lançou numa operação desesperada de relações públicas para promover a sua indescritível eficácia e a sua impalpável necessidade, nomeada e particularmente apoiando-se no seu papel que seria central no período imediatamente depois do 11/Set.
Isso levaria a pôr a tônica de todas as formas possíveis em todas as informações relativas à implicação de agentes exteriores, nomeadamente dos serviços de informações e da ação de países estrangeiros e, em especial, da Arábia Saudita, visto que desse modo só a NSA poderia provar a sua utilidade e a sua situação excepcional.
Evidentemente, a NSA está particularmente interessada em tentar fazer aceitar a ideia da sua muito grande utilidade na luta contra o terrorismo, enquanto o presidente Obama, embora bem informado e com uma disposição favorável para com a agência, foi incapaz de citar, aquando duma recente conferência de imprensa, um único caso em que a mesma NSA tenha impedido um ataque terrorista.
O paradoxo é então que a NSA, para provar que é realmente muito útil e excepcional, tem todo o interesse em mostrar que a narrativa oficial sobre o 11/Set é incompleta ou falsa, visto que ela, a NSA, tem que procurar mostrar que conseguiu, graças aos seus meios e à sua finura proverbial, encontrar elementos “úteis e excepcionais” de grande importância e que eram desconhecidos e que alteram portanto essa narrativa.
Neste caso, a NSA tenta zelosamente demonstrar que recolheu muitos elementos sobre o ataque, pelo menos imediatamente depois do ataque, para determinar os seus autores. Se isso levar a agência a contradizer a versão oficial, ou o que foi tornado público, isso acontecerá porque a NSA está encostada à parede.
Assim, pode avançar-se que a hipótese tem uma certa solidez, segundo a qual, pelo menos em parte, são as indicações suplementares da NSA que conduziram certas comissões parlamentares e/ou certos parlamentares a ter conhecimento, neste caso, das 28 páginas retiradas do relatório pela administração G.W. Bush. O atalho é interessante.
Uma “conspiração” contra a conspiração.
Vamos parar aqui com a lista e as citações das diversas indicações, comentários e atos efetivos em torno de uma questão que constitui de fato pôr em causa, oficial e juridicamente considerada como tal (qualquer que seja o resultado da resolução Lynch-Jones, já que esta resolução existiu sob a forma de um texto oficial), a versão oficial do ataque de 11 de Setembro de 2001. Assim, a versão oficial do ataque passa a ser também, oficialmente, uma narrativa.
A implicação “oficial” de um ator exterior, como mostram sem dúvida alguma as 28 páginas que estão no centro da controvérsia, é uma indicação formal e jurídica que há uma “conspiração” fora da versão oficial que só aceita a “conspiração” da al-Qaeda sob a forma dos terroristas implicados no ataque; portanto, “conspiração” subversiva contra “conspiração”-Sistema politicamente correto. Tudo se passa, para fazer uma analogia, como se fosse efetivamente colocada uma abertura oficial aceitando a hipótese de um segundo, ou mesmo de um terceiro atirador no assassínio de Kennedy.
Assim, o mais extraordinário não é que uma tal possibilidade apareça à superfície até chegar a uma posição oficial da coisa, mas que isso se faça sem qualquer eco, sem despertar nenhuma paixão. Não podemos considerar que haja “abafamento” duma questão que está duplamente oficializada, principalmente por essa “feliz circunstância” duma nova atitude da justiça em relação a queixas eventuais contra a Arábia Saudita perante tribunais americanos. Devemos apenas constatar que este fato de pôr em causa “oficialmente” a versão “oficial” ocorre sem despertar uma polêmica particular, nem sequer observações apaixonadas.
Há cinco anos, repetimos, pôr em causa a narrativa oficial era considerado um ato politicamente incorreto, passível das piores condenações, um ato próximo do negacionismo, no entendimento que temos quando pensamos nas pessoas que, segundo os acusadores da coisa, negam a existência dos campos de extermínio nazis.
Hoje, seja por que razão for, este fato de pôr em causa ocorre sem mais remorsos do que uma notícia entre outras.
Cada um por si.
É este fenômeno que nos interessa especialmente. Bem entendido, podemos ligar esta questão à disputa entre os EUA e a Arábia Saudita e afirmar que existe aqui uma manobra contra a Arábia Saudita realizada em vários meios de Washington. Nesse caso, a atitude israelense, tal como pode aparecer segundo o comentário deste ou daquele, encontra-se estranhamente em contradição com os numerosos boatos que circularam nestes últimos meses quanto a uma aliança objetiva entre Israel e a Arábia Saudita. Mas este último ponto, segundo nós, tem pouca importância, porque falta demonstrar essa “aliança e de qualquer modo, não implica qualquer lealdade mútua entre esses dois “parceiros” tão destituídos de escrúpulos tanto um como o outro.
Neste caso, somos antes levados a dar ainda mais crédito aos que julgam que as 28 páginas guardadas sob segredo são objetivamente, sem referência à atualidade, extremamente embaraçosas, quer para um (a Arábia Saudita), quer para o outro (Israel), quer para os dois.
E depois, ao lado destas hipóteses relativas a manobras ou outras iniciativas político-conspiratórias, entre Washington, a Arábia Saudita e Israel, também há a indicação a que todos nós nos agarrámos há muito tempo, segundo a qual a NSA desempenhou e desempenha um papel nesta sequência, porque, totalmente encostada à parede pela crise Snowden/NSA, tenta a todo o custo mostrar a sua utilidade, ou seja, a sua necessidade. Neste caso, a prudência, e a narrativa construída pelo Sistema (a do ataque de 11/Set por terroristas isolados) deixam de ter importância.
Ficamos assim colocados perante mais uma indicação de que hoje, a superpoderosa NSA julga estar numa posição em que, pressionada por todos os lados, tem em jogo o seu poderio, o seu crédito, a sua influência, etc. – em resumo, uma posição em que joga literalmente a sua cabeça. Assim, é cada um por si e tanto pior para a narrativa ; tanto pior para os sauditas, para Bandar, tanto pior talvez para os israelenses, etc. – e, finalmente, tanto pior para o Sistema e para a sua coesão, cuja narrativa oficial do 11/Set, imutável, virtuosa, unânime e elogiada como um princípio divino, é uma das traves mestras na sequência atual.
O efeito “discórdia na casa do inimigo”.
Este último ponto da NSA e do “tanto pior para a narrativa do Sistema”, juntamente com a ausência de remorsos que até agora tem marcado esta questão, leva-nos ao que constitui a nossa observação central. Esta circunstância em que nos encontramos diante da possibilidade de ser modificada radicalmente a narrativa oficial do 11/Set, esse texto quase sagrado com tudo o que isso acarreta de peso político e de força simbólica no quadro do sistema da comunicação, é uma indicação notável da situação difícil que o Sistema enfrenta.
Efetivamente, o Sistema é mais superpoderoso do que nunca, sem verdadeira oposição que se possa levantar contra ele em parte alguma. Assim, usa o seu superpoder para se devorar a si mesmo. A constatação é que esta dinâmica irresistível de superpoder acarreta cada vez mais situações de confrontação entre muitos dos seus membros mais importantes ( dito , “discórdia em casa do inimigo”), à medida que aparecem à luz do dia, justamente por causa dos efeitos desse superpoder, as contradições internas e as querelas daí decorrentes. É mais um sinal da mesma lógica sempiterna na nossa análise geral, que é esse elo entre superpoder e autodestruição. Que esta lógica toque hoje o santo dos santos, o texto sagrado do Sistema que é a narrativa oficial do 11/Set devia ser um motivo de grande preocupação para os que se inquietam com o equilíbrio da coisa. Para os outros, para nós que observamos, trata-se de um espetáculo simultaneamente edificante e distrativo.
Fonte: http://www.dedefensa.org/article-notes_sur_un_tabou_en_perdition_26_12_2013.html
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quinta-feira, 23 de janeiro de 2014
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A narrativa oficial do 11 de Setembro em breve poderá ser modificada radicalmente.
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