As tentativas de alterar o equilíbrio estratégico mundial não têm fim, declarou o presidente da Federação Russa Vladimir Putin. As principais potências investem somas importantes no desenvolvimento de armas do futuro, e por isso o programa russo de defesa tem em consideração todos os potenciais desafios e ameaças à segurança do país.
Antes, ao apresentar os resultados de uma reunião de três dias dedicada às encomendas estatais de defesa, o chefe de Estado dedicou alguma atenção à situação na área do desenvolvimento de armas russas de alta precisão. Esse tipo de arma, sublinhou Putin, integra meios de reconhecimento, controle, transporte e ataque, o que o torna altamente eficaz. A elevada precisão e potência dessa arma será essencialmente uma alternativa às armas nucleares, referiu o presidente russo. No total, o volume de fabrico de modelos russos de armas de alta precisão irá aumentar 3,5 vezes no próximo ano.
A categoria das armas modernas de alta precisão inclui uma gama bastante variada de armamentos de diversos tipos e utilizações. Elas incluem munições de artilharia, bombas, mísseis, mísseis de cruzeiro e drones capazes de destruir pequenos alvos e objetivos de grandes dimensões que se encontrem a uma grande distância. Neste momento, uma série de programas na área das armas de elevada precisão estão a ser desenvolvidos pelas principais holdings e consórcios russos da indústria de defesa, explica o editor principal da revista Natsionalnaya Oborona (Defesa Nacional) Igor Korotchenko.
“Em primeiro lugar eu destacaria o consórcio Almaz-Antei, o qual está desenvolvendo o novo sistema de mísseis antiaéreos de quinta geração S-500 capaz de atingir alvos não só no ar, mas também no espaço exterior mais próximo. Outra área de trabalho é a criação de complexos de mísseis de alta precisão da classe Club para submarinos e navios de superfície. Na área das armas aeronáuticas de alta precisão o desenvolvedor mais importante é a corporação Takticheskoe Raketnoe Vooruzhenie (Mísseis Táticos). Elas incluem os mísseis de cruzeiro de grande alcance portadores de ogivas nucleares para a aviação estratégica, os aviões Tu-95 MS e Tu-160. A corporação Takticheskoe Raketnoe Vooruzhenie também está desenvolvendo novos mísseis para o caça russo de quinta geração T-50,”
As novidades referidas são apenas alguns dos projetos da indústria russa de armamento. Mas mesmo os programas divulgados, segundo Korotchenko, representam um exemplo visível do potencial tecnológico e dos êxitos da Federação Russa na área da criação de sistemas de armas de alta precisão.
A Rússia já possui exemplares de armas de elevada precisão e tecnologias para a sua produção, mas a sua quantidade atribuída às forças armadas ainda é insuficiente quando comparada com os outros exércitos mais desenvolvidos, constata o perito militar do Centro de Estudos Políticos da Rússia Vadim Kozyulin. Um problema sério neste caso é o fato de nos últimos 20 anos a base russa de componentes para o fabrico de armas de alta tecnologia sofreu uma redução. Em algumas áreas da indústria de defesa as empresas russas foram obrigadas a usar componentes importados. Contudo, para resolver esse problema, e outros problemas associados, foram agora atribuídos recursos sem precedentes, sublinhou o perito.
“Mas hoje existem várias corporações públicas cuja esfera de atividade inclui esse problema que é a criação de uma base de componentes na Rússia. Incluindo, por exemplo, a eletrônica russa. Esse problema também está a ser resolvido. Existem programas concretos para a sua resolução, e se espera que, com o financiamento que está previsto para resolver esse problema, ele será resolvido.”
Entretanto, não há muito tempo, a Rússia começou a desenvolver novos projetos militares em conjunto com parceiros estrangeiros inclusive com, por exemplo, gabinetes de projeto franceses. Porque sistemas cada vez mais avançados de defesa antiaérea exigem a criação de novos meios para os ultrapassar.
O principal é que a Rússia possui o potencial e as capacidades necessárias para a criação de mísseis de nova geração.
Entretanto se deve ter em conta que falamos de um programa a longo prazo e que esses mísseis não entrarão ao serviço antes dos anos 30, considera Philippe Migaut. Quanto às perspectivas a curto prazo, a Rússia irá continuar a sua estratégia de contenção nuclear. Por isso no próximo ano as suas tropas de mísseis irão receber mais de quarenta novos mísseis balísticos intercontinentais, enquanto os oceanos passarão a ser patrulhados por dois novos submarinos nucleares porta-mísseis.
Voz da Rússia
quinta-feira, 16 de janeiro de 2014
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Futura arma da Rússia poderá atingir alvos na Terra e no espaço
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