A China testou um veículo hipersônico para mísseis balísticos intercontinentais.
Os testes realizados mostraram que, num futuro próximo, a instalação de semelhantes veículos em mísseis balísticos intercontinentais é perfeitamente possível.
Os testes efetuados do novo veículo hipersônico para mísseis balísticos intercontinentais são o primeiro resultado prático de um programa de grande envergadura realizado pelos chineses com vista a criar armas hipersônicas. Há já vários anos que se conhecem os trabalhos dos chineses na área dos aparelhos voadores hipersônicos. Em julho de 2012, meios de informação chineses comunicaram sobre a entrada em exploração de uma turbina aerodinâmica única que permite reproduzir o sopro de modelos de veículos a uma velocidade até 9M. Agora foi realizado o primeiro teste de voo de um veículo hipersônico. As principais questões que se colocam a este propósito são: será que a nova tecnologia influirá na nova estratégia chinesa? Em que direções avançam os projetos chineses na esfera das armas supersônicas?
A Rússia anunciou pela primeira vez um teste com êxito de um veículo hipersônico em 2005 no quadro dos trabalhos com vista ao aumento da sustentabilidade das forças nucleares estratégicas russas perante o aparecimento do sistema de defesa antimíssil norte-americano. Pelos vistos, a Rússia foi a primeira no mundo a conseguir um veículo pronto. A China avança pela via russa com um atraso de vários anos.
Não obstante, os testes efetuados mostram que a instalação de mísseis balísticos intercontinentais chineses nesse tipo de veículos é já possível num futuro próximo. É impossível interceptar tais veículos com os atuais e futuros sistemas de defesa antimíssil. Ao realizar a sua instalação, a China poderá aumentar a fiabilidade das suas forças nucleares.
É provável que o fabrico de um veículo hipersônico esteja ligado ao projeto do novo míssil intercontinental chinês, que se tornou conhecido no ano passado. Semelhantes veículos poderão ser mais pesados do que os anteriores, o que exige a criação de um novo míssil, mais potente.
Pode-se supor que, nas condições atuais, a China, seguindo o exemplo da Rússia e dos EUA, não se limita ao desenvolvimento de tecnologias hipersônicas nos interesses da sua tríade nuclear estratégica. Os EUA estudam a possibilidade de emprego de armas supersônicas convencionais nos seus sistemas futuros de Ataque Global Rápido – Prompt Global Strike (PGS).
O aparecimento de armas hipersônicas permitirá elevar a um novo nível os programas chinesas de fabrico de meios de luta contra os grupos de vanguarda de porta-aviões norte-americanos. A China avança já no sentido da criação de meios muito potentes e rápidos de ataque contra os porta-aviões do inimigo ao fabricar o míssil anti-navio DF-21D. Este míssil já transforma a defesa de um grupo ofensivo de porta-aviões de um ataque num problema de difícil resolução. Se, como meio de ataque, for empregue um míssil de cruzeiro hipersônico com maior poder de manobra, a defesa antimíssil do porta-aviões será inútil e será necessário rever todas as missões das marinhas de guerra do mundo.
No século XXI, a existência de armas hipersônicas próprias será um atributo indispensável de uma superpotência militar como será China. Porém, é preciso realizar um grande percurso desde os primeiros testes até à instalação de sistemas de armas, por isso só veremos os resultados desses esforços na próxima década.
Voz da Rússia
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