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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Boeing monta campanha para convencer congressistas norte-americanos pela compra de mais Super Hornet

No início de março a Casa Branca enviará ao Congresso a proposta de orçamento para o ano fiscal de 2015. E nela não há encomendas de F/A-18, mas também não foram designados recursos para o fechamento da linha de produção

A Boeing está montando uma campanha de última hora para convencer os congressistas norte-americanos a comprarem mais caças e evitar o fechamento da linha de produção de St. Louis após Marinha os EUA não conseguir financiar a compra de novos caças F/A-18E/F/G Super Hornet/Growler.

O plano de orçamento da Marinha para o ano fiscal de 2015 omite o financiamento de novos Super Hornet e/ou Prowler, de acordo com várias fontes familiarizadas com o assunto. A Casa Branca deverá apresentar ao Congresso o seu pedido de orçamento para o ano de 2015 no dia 4 de março.

Embora o orçamento de 2015 não inclua o financiamento para encerrar a linha de produção F/A-18 em St. Louis após 2016, a Marinha planeja adicionar esse financiamento no seu orçamento de 2016, disse uma das fontes, que não podia falar publicamente.

Isso representa uma má notícia para a Boeing, que precisa de mais encomendas da Marinha os EUA para continuar a produzir os aviões de combate, de acordo com executivos da indústria e analistas.

Oficiais da Marinha disseram que gostariam de manter a compra de Super Hornets e Growlers, mas não podem se dar ao luxo de fazê-lo dadas as pressões orçamentárias difíceis que já forçaram a proposta de eliminar um dos 11 porta-aviões norte-americanos.

Isso significa que a Boeing deve agora apelar aos congressistas para financiem um lote adicional de Growlers para manter a linha funcionando por mais um ano, enquanto ela busca por novas vendas externas.

O programa tem um forte apoio entre os congressistas, mas a escassez de financiamento para os porta-aviões e outras prioridades podem complicar os esforços da Boeing. Muitos tradicionais “falcões de defesa” também morreram ou deixaram o Congresso, e muitos dos atuais congressistas estão mais preocupado com os déficits do que manter os gastos com defesa.

Funcionários da Boeing não quiseram comentar, lembrando que o orçamento fiscal 2015 não foi divulgado. Mas a empresa já está fazendo propagandas em uma estação de rádio de Washington e seus lobistas estão trabalhando suas conexões no Capitol Hill.

A Boeing contribuiu com US$ 1,3 milhão para congressistas individuais e comitês de ação política em 2013 e gastou US$15,2 milhões de dólares em esforços de lobby, sendo classificada como o 13 º maior gastador, de acordo com o “Center for Responsive Politics”.

O gerente do programa F/A-18 da Boeing, Mike Gibbons, disse que a empresa precisa construir cerca de dois aviões por mês para manter os custos baixos, o que exigiria um financiamento adicional de pelo menos US$ 1,2 bilhão, mas a Boeing está estudando possíveis economias através da combinação das linhas de montagem do F/A-18 e do F-15, que vai até 2018.

Especialistas do setor informaram que a Lockheed Martin constrói apenas um F-16 ao mês em sua fábrica no Texas e dizem que a Boeing poderia manter a produção F/A-18 a uma taxa inferior.

Boeing continua na concorrência para encomendas do Canadá e da Dinamarca, e vê outras perspectivas no Oriente Médio. Mas nenhum desses pedidos estrangeiros materializou-se a tempo de manter a linha F/A-18 St. Louis após o final de 2016.

Funcionários da Boeing e dos EUA tinham a esperança de conseguir um grande contrato do F/A-18 com o Brasil, mas o país em dezembro acabou escolhendo o Gripen construído pela sueca Saab após documentos vazados pelo ex-agente da Agência de Segurança Nacional, Edward Snowden, ter revelado a espionagem dos EUA sobre a presidente do Brasil, Dilma Rousseff.

Brett Lambert, um ex-alto funcionário do Pentágono, disse que os congressistas veem as compras de mais F/A-18 como uma proteção contra possíveis atrasos no programa do F-35, embora ele tenha dito que o programa estava mais estável do que há alguns anos atrás.

Proponentes de compras F/A-18 adicionais argumentam que o F-35 não completou o desenvolvimento, e que as questões pendente com o seu desenvolvimento de software poderiam atrasar a capacidade do corpo de fuzileiros navais de começar a utilizar o avião em combate a partir de meados de 2015.

FONTE: Reuters (tradução e adaptação do Poder Aéreo a partir do original em inglês)

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