EUA teriam usado armas climáticas contra Sérvia? - Noticia Final

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terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

EUA teriam usado armas climáticas contra Sérvia?

O frio de rachar, as secas conducentes aos incêndios florestais, o granizo de tamanho de ovos de pombo, toda uma série de fenômenos do gênero – tufões, tsunami e outras calamidades naturais – eram sempre vistos como um castigo aplicado por deuses. Hoje em dia, o quadro mudou – qualquer que fosse a calamidade, tem surgido logo uma versão sobre desígnios malignos dos EUA!

Depois se seguem raciocínios acerca do projeto global HAARP que, como se supõe, tenha sido criado para estudar o clima do planeta, em particular, da aurora polar e que, na realidade, se presume ser uma arma climática e psicotrópica de elevada potência.

Há pouco veio a lume mais uma notícia sensacionalista “horrível” – os EUA tinham tentado alterar o clima na Sérvia, ao baixar a temperatura até o nível do Ártico. Felizmente, a intentona fracassou, tendo o frio passado ainda pelo território dos EUA. A informação tem sido comentada pela comunicação social da Sérvia ao ponto de não podermos ficar à margem do assunto e decidirmos consultar peritos russos.

Na ótica de Konstantin Sivkov, doutor em ciências militares, primeiro vice-presidente da Academia de Problemas Geopolíticos e antigo oficial da Marinha de Guerra, o tempo meteorológico é capaz de estar susceptível à ação do homem:

“Em princípio, é coisa real. Numa determinada região, se pode causar chuvas mediante o uso de respectivas misturas e aerossóis. E, pelo contrário, na região de Moscou e na capital russa, durante as festas populares, podemos “fazer um bom tempo” sem quaisquer problemas. Por isso, em zonas de combates tais medidas também podem ser aplicadas”.

Mas, no plano estratégico, o HAARP não pode ser considerado uma arma, sendo problemáticas eventuais previsões de seus efeitos sobre o clima em geral. À essa luz, convém se interrogar de novo sobre uma hipotética tentativa de provocar baixas temperaturas na Sérvia e as suas repercussões negativas nos EUA. O perito sustenta:

“Tal medida é capaz de suscitar efeitos não previstos. Se algum dia for empreendida, poderá vir a afetar o tempo em grandes espaços, abrangendo um continente inteiro ou uma boa metade do continente em questão. Assim, os rumores de o HAARP ter sido apontado contra a Sérvia, são completamente absurdos. A Sérvia não pode ser atingida pelo HAARP. Tentar fazê-lo, equivaleria disparar de canhão contra pardais”.

Segundo os dados mais recentes, a realização do HAARP foi suspensa por terem sido bem vagas as consequências do seu emprego. A julgar por tudo, as mudanças climáticas na Europa e nos EUA têm tido outros motivos. Após uma catástrofe no Golfo do México, ocorrida há uns anos, se deram algumas alterações sérias na corrente do Golfo. Uma enorme quantidade de crude que se misturou com as águas oceânicas foi absorvida e conservada à profundidade de algumas centenas de metros, razão pela qual se formou uma espécie de tela ou tampão que veio perturbar a circulação das águas nessa região. Em resultado disso, a corrente do Golfo se dividiu em duas correntes. Uma que é quente a circular no sul dos EUA e na zona do Atlântico Central, e mais uma corrente fria que, se formando em cima faz circular a água fria. Claro, por esse motivo, vão surgindo temperaturas análogas às da Yakútia e das regiões centrais e setentrionais da Rússia”.

Outro perito, meteorologista Alexander Golubev, chefe do Departamento de Previsões a Curto Prazo e Calamidades, foi menos peremptório nas suas avaliações do problema:

“Teoricamente, seria possível examinar qualquer hipótese. Mas na prática, para que tal possa acontecer, precisaremos de uma avultada quantidade de energia. A Humanidade não tem condições para fazer experiências do gênero e alcançar êxitos. Seria bem arriscado brincar com a Natureza. Os fenômenos perigosos que temos observado, de caráter meteorológico, hidrológico e outros tantos, se devem à heterogeneidade atmosférica em movimento permanente. Por isso, o principal objetivo dos serviços meteorológicos mundiais consiste em fazer previsões de fenômenos, capazes de exercer influência sobre a vida das pessoas, o panorama econômico, a situação na agricultura, etc.”

Por que é que, na altura em que a OTAN estava bombardeando a Iugoslávia, no sudeste da Europa oriental se estabeleceu um bom tempo com o céu limpo? Peritos militares, entre os quais Konstantin Sivkov, acreditam terem havido algumas manipulações com o tempo. Isto é, foi possível causar chuvas artificiais num determinado território, por exemplo, durante a guerra no Vietnã, ou “assegurar” um céu limpo, o que facilitou a pontaria de pilotos na investida aérea contra a Iugoslávia… Alexander Golubev comenta:

“Sou meteorologista praticante e posso avançar previsões para um prazo de 3-5-9 dias ou até de um mês. Neste contexto, posso dizer o seguinte: quando se prevê um bom tempo, pode ser previsto para um período prolongado. Normalmente, tem-se em vista um anticiclone num espaço bastante grande. E não só no território da Sérvia. Às vezes, o anticiclone vem abrangendo toda a Europa do Oeste, do Leste e a Rússia. Por isso, falar de ações planejadas concretas seria, ao menos, ingênuo. Na etapa atual de desenvolvimento tecnológico e científico tal ação teria sido impossível de praticar”.

Voz da Rússia

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