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terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Pesquisa da Marinha sobre agente bioquímico natural é patenteada nos EUA

Uma pesquisa desenvolvida pela Marinha do Brasil sobre tintas marítimas anti-incrustantes teve patente aprovada nos Estados Unidos. O projeto, conduzido pelo Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM), consiste no uso de um agente biocida isento de metais nas tinturas utilizadas em estruturas submersas e flutuantes. O estudo foi feito em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Federal Fluminense (UFF).

A pesquisa, iniciada em 2004 no Instituto de Química da UFRJ, alcançou êxito ao sintetizar o agente biocida a partir de matéria-prima natural, nacional e de baixo custo: um subproduto do refino de óleo de soja. O agente poderá ser utilizado em escala industrial em revestimentos e tintas subaquáticas, protegendo contra os efeitos danosos da bioincrustração em cascos de embarcações, boias, plataformas de petróleo e dutos submersos.

Para o comandante William Romão Batista, engenheiro e pesquisador da Marinha, a obtenção da patente concretiza um ciclo de pesquisas em produtos naturais anti-incrustantes desenvolvidos pelo IEAPM. “Este é o grande passo para termos, no futuro, disponível no mercado, tintas para cascos de navios e plataformas de petróleo, com eficaz ação anti-incrustante e isentas de substâncias nocivas ao meio ambiente marinho”, avaliou o comandante.

De acordo com Romão Batista, por ser um produto natural, isento de elementos metálicos e com ação bactericida e algicida (contra algas), o agente biocida poderá também ser utilizado nas áreas médica, agrícola e pecuária.

A pesquisa

A bioincrustação marinha é resultado do processo natural de colonização e crescimento de micro e macro-organismos sobre superfícies submersas, ocasionando problemas logísticos e prejuízos econômicos, como o entupimento de canalizações, podendo comprometer estruturas de plataformas, pilares e tubulações.

O produto desenvolvido pelo IEAPM da Marinha foi testado experimentalmente durante oito meses em placas metálicas submersas pela empresa brasileira International Tintas S.A. A tinta anti-incrustante demostrou alta resistência e durabilidade, com uma vida útil maior que as tintas marítimas comercializadas atualmente – que gira entre seis meses e dois anos
Já tramita no IEAPM o pedido de uma nova patente junto à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação da Marinha, que deverá ser enviado ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).

Esta nova patente está relacionada à evolução da síntese e da característica físico-química do biocida inicialmente sintetizado. O objetivo dos pesquisadores é fechar parcerias com indústrias interessadas na produção do agente.

defesa.gov.br

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