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terça-feira, 4 de março de 2014

Putin ordena recuo de tropas em manobras no Oeste e Centro do país

Não há, porém, informação sobre o movimento de forças russas na Crimeia. Kremlin nega que manobras estejam ligadas aos acontecimentos na Ucrânia.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou o retorno aos quartéis das tropas que participaram das manobras militares que começaram no último dia 26 no Oeste e no Centro do país, regiões de fronteira com a Ucrânia, informou o Kremlin nesta terça-feira (4). Não há, porém, nenhuma informação sobre o movimento de forças russas na Crimeia.

O porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, informou que o chefe de Estado emitiu a ordem na segunda-feira (3), depois de receber o relatório do comando militar sobre o sucesso das manobras, dizem as agências internacionais de notícias Efe e Reuters.

O Kremilin negou que os exercícios militares, que começaram na semana passada, estavam ligados aos acontecimentos na Ucrânia, onde Putin diz que tem o direito de enviar tropas para proteger os compatriotas russos.

O líder russo assistiu ao último dia de manobras, em Kirilovski, na região de Leningrado, Noroeste do país.
Estava previsto, durante os exercícios, o lançamento de forças aerotransportadas na retaguarda “inimiga”, o que foi cancelado pelas condições meteorológicas.

Há uma senana, Putin colocou em alerta suas tropas no Oeste e no Centro da Rússia, incluindo as que estão nas zonas próximas à Ucrânia. O ministro da Defena Serguéi Shoigú negou, na ocasião, que o alerta das unidades estivesse relacionado com a crise na região.

Um total de 150 mil militares, 90 aviões, mais de 120 helicópteros, 80 blindados, cerca de 1.200 equipamentos de artilharia e 80 navios foram mobilizados durante os exercícios militares, os maiores desde a dissolução da União Soviética, en 1991.

Ao mesmo tempo, a Rússia anunciou também nesta terça que vai aumentar o número de seus navios de desembarque e que intensificará a restauração de suas embarcações desse tipo que já estão à disposição da Marinha de Guerra do país.
“A Marinha russa tem 19 navios dessa classe. Sua vida útil média é de mais de 25 anos”, informou Shoygu, que acrescentou que a frota de desembarque russa experimenta uma renovação atualmente.

Crimeia

Em meio ao recuo russo, três unidades de mísseis antiaéreos das Forças Armadas da Ucrânia se colocaram às ordens do governo da Crimeia.

“Mais de 700 soldados e oficiais declararam que estão dispostos a defender à população da Crimeia”, disse um porta-voz do governo autônomo – cuja legitimidade não é reconhecida pela administração central em Kiev – à agência oficial russa “RIA Novosti”.

O porta-voz detalhou que os efetivos pertencem aos regimentos de mísseis antiaéreos 50, 55 e 147, que se encontram nas cidades de Eupatoria, Feodosia e Fiolente, respectivamente.

O funcionário acrescentou que as unidades de defesa antiaérea ucranianas que se subordinaram ao governo da Crimeia estão equipadas com mais de 20 baterias de mísseis antiaéreos “Buk” e mais de 30 sistemas de mísseis S-300.

O governo de Kiev negou que estejam ocorrendo deserções na república autônoma da Crimeia e qualificou de “provocações” as informações divulgadas pelas autoridades pró-russas da península.

Estados Unidos

Os Estados Unidos suspenderam, nesta segunda-feira, as negociações que estavam em andamento com a Rússia para estreitar seus laços comerciais e de investimentos devido à intervenção militar desse país na península ucraniana da Crimeia, informou o jornal “Wall Street Journal”.

“Devido aos últimos eventos na Ucrânia, suspendemos as negociações bilaterais – com a Rússia – sobre comércio e investimento, que estavam voltadas a aproximar nossos laços comerciais”, disse à publicação um porta-voz do representante de Comércio Exterior dos EUA, Michael Froman.

A decisão se insere no pacote de medidas de pressão que os EUA preparam para tentar persuadir a Rússia a voltar atrás em sua intervenção militar na Crimeia.

Antes do cancelamento das negociações comerciais, o Pentágono também anunciou a suspensão de toda a cooperação militar com a Rússia, o que inclui encontros bilaterais, manobras militares conjuntas, conferências previstas e visitas aos portos.

“Pedimos que a Rússia impeça a escalada da crise na Ucrânia e que suas tropas na Crimeia voltem para suas bases”, afirmou em comunicado o porta-voz do Departamento de Defesa, o contra-almirante John Kirby.

Por sua vez, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, viajará para Kiev, a capital da Ucrânia, para apresentar um pacote de ajuda econômica e promover a mediação internacional na crise da ex-república soviética.

FONTE: G1

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