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sexta-feira, 4 de abril de 2014

Não, o F-22 não pode salvar a Ucrânia

Em 31 de março, o coronel Robert Spalding III da Força Aérea dos EUA argumentou que a implantação puramente defensiva de caças F-22 é apenas uma solução possível para a crise na Ucrânia.

Para Spalding o F-22 não é a resposta. A afirmação do coronel é mais um exemplo do pensamento arrogância que norteia o poder aéreo dos EUA na atualidade. “O emprego (do F-22) mudaria imediatamente o desejo de invasão de Putin”.

Aeronaves russas não sobreviveriam a um confronto com caças stealth americanos e, portanto, não poderia, apoiar uma invasão terrestre da Rússia, raciocína Spalding. Ucranianos se sentiriam mais confiantes sobre sua capacidade de defender seu país, uma vez que qualquer invasão russa estaria sujeita ao ataque de aeronaves ucranianas protegidas por caças F-22.

Este artigo não avalia a sabedoria de Washington de estender uma garantia de segurança para a Ucrânia, uma questão que permanece fundamentalmente de natureza política. Pelo contrário, desafia o argumento de que a colocação em campo do F-22 poderia fazer a balança pender militarmente em favor da ucraniana.

Os russos sabem que o F-22 pode derrotar qualquer caça de sua força aérea. O Kremlin iria responder a uma implantação do F-22 na Ucrânia de forma “puramente defensiva” apenas operando suas próprias aeronaves em condições de esmagadora superioridade.

Na melhor das hipóteses, os F-22 poderia dissuadir a Rússia de usar sua força aérea para apoiar o avanço do exército. Mas o quê e como a força aérea ucraniana poderia fazer contra formações do exército russo armadas com sistema superfície-ar de mísseis S-400?
S-400

Mesmo se assumirmos que o F-22 pode se sobrepor sobre o S-400, a Ucrânia com seus Su-25, não pode.

Moscou pode implantar o S-400 de tal forma que ele fornece cobertura sobre o avanço das tropas russas em toda parte no leste da Ucrânia ou central. O exército russo possui sistemas SAM móveis adicionais que podem se opor quaisquer ataques aéreos ucranianos.

Isto significa que mesmo um posicionamento “defensivo” do F-22 na Ucrânia iria deixar as forças terrestres da Ucrânia à mercê do maior, mais bem treinados e mais tecnologicamente avanço do exército russo.

Mas espere! Fica ainda pior.

O míssil balístico 97K20 Iskandar pode atingir alvos a 250 milhas de distância , com uma precisão de cinco metros. Isso não só da o avanço as forças russas como também não pode ser resolvido por caças F-22, isso também significa que a Rússia pode atacar, com considerável precisão, bases aéreas da Ucrânia.

Não por acaso, isso significa que a USAF também teria que encontrar bases seguras para seus caças F-22.

Baterias anti- mísseis Patriot iriam ajudar, mas a USAF não vai deixar seus caças stealth de meio bilhão de dólares cada um à mercê dos de mísseis balísticos e de cruzeiro por muito tempo. Na verdade, o Kremlin poderia se sentir atraído pela perspectiva de destruir vários bilhões de dólares de equipamentos da USAF, mesmo que estes estejam em uma base nas redondezas, como na Polônia.
97K20 Iskandar

A Rússia também usaria sua artilharia de longo alcance para martelar posições defensivas ucranianas, tudo sem a necessidade de ataques aéreos. A Rússia mantém uma enorme vantagem sobre a Ucrânia no número e sofisticação dos sistemas.

Finalmente, Moscou pode usar o poder aéreo de forma criativa para dar a si mesmo uma vantagem ainda maior no campo de batalha.

Supondo-se que “a implantação defensiva” da USAF não irá resultar em regras de engajamento que permitam aos F-22s abater aeronaves russas dentro do espaço aéreo russo, bombardeiros do Kremlin poderiam realizar ataques rápidos em toda a fronteira e depois voltar para a segurança da Pátria.

Além disso, a Rússia possui mísseis de cruzeiro convencionais lançados do ar, que podem atingir alvos em toda a Ucrânia, sem nunca exigir que aeronaves russas cruzassem a fronteira.
Se os F-22 dos EUA só pode operar a partir de bases no extremo oeste da Ucrânia, ou da Polônia ou mesmo da Geórgia, eles vão ter que viajar quase 600 milhas, a fim de patrulhar as seções do leste da Ucrânia que interessa para a Rússia.

Com tanques externos o F-22 pode operar em tal escala, mas não por muito tempo. Isto dá aos caças russos ampla oportunidade de operar em apoio a tropas terrestres russas na ausência do F-22. Sistemas SAM da Rússia restringiriam o uso de reabastecedores aereos, bem como de aeronaves AWACS.

Um compromisso político por parte dos Estados Unidos para a integridade territorial da Ucrânia pode impedir uma invasão russa. Se a Rússia decidir atacar de qualquer maneira, os Estados Unidos terão de contribuir com um pouco mais do que alguns esquadrões de caças F-22.

Esta proposta parece simplesmente boba se ela veio de um político civil, sem a mínima noção dos pontos mais delicados do poder aéreo. Em vez disso, se trata de um coronel da Força Aérea. Mas isso não deve surpreender ninguém que oficiais da Força Aérea estão empurrando soluções palpavelmente absurdas para a crise na Ucrânia.

Se os Estados Unidos querem dissuadir a Rússia, ele precisa fazer um compromisso político claro à integridade territorial da Ucrânia. Se ele quer lutar contra a Rússia, precisa se preparar para uma guerra real, não uma ilusão fantasiosa de uma fácil, indolor e barato conflito.

FONTE: Robert Farley/medium.com – Tradução: CAVOK

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