O Congresso dos Estados Unidos está tentando romper o acordo russo-francês de construção de navios porta-helicópteros Mistral. Vários legisladores democratas enviaram uma carta ao secretário-geral da OTAN pedindo que impeça o negócio entre a França e a Rússia. Mas em Paris dizem que nesta fase já não é possível rescindir o contrato com Moscou.
A mensagem dos congressistas norte-americanos para Anders Fogh Rasmussen contém também uma proposta prática. Segundo os legisladores, para não abandonar Paris, a OTAN deve comprar os porta-helicópteros Mistral destinados a Moscou. Isto iria enviar à Rússia, segundo diz a carta, um “forte sinal” de que “os aliados da OTAN não vão tolerar seu comportamento irresponsável para com a Ucrânia”.
Outros quatro parlamentares já tinham pedido ao presidente dos EUA, Barack Obama, para exercer pressão sobre a França e não permitir a venda dos Mistrais à Rússia. Os congressistas preferiram não ocupar suas mentes com a questão de como essa pressão é consistente com os princípios da democracia e da liberdade empresarial.
A oferta de negócio do Congresso a Paris hoje, obviamente, não é nada lucrativa. Muito provavelmente, os franceses responderão da seguinte forma, acredita o analista político Vladimir Evseev:
“Eles dirão: “Ora bem, 1,2 bilhões de euros é o custo do contrato para a construção de dois porta-helicópteros do tipo Mistral. Vocês pagarão essa quantia, e ainda a conta que a Rússia apresentar como compensação pela rescisão do contrato. E então podem usar esses porta-helicópteros onde vocês quiserem, nem que seja na Antártida”. Eu acredito que esta iniciativa se destina mais a influência informacional do que real”.
Os franceses sempre foram conhecidos por seu espírito de independência. E a situação atual é mais uma razão para finalmente demonstrá-lo, diz o analista Vadim Kozyulin:
“É muito importante para a França que esse contrato seja cumprido. Isso é importante não só para as relações russo-francesas, mas também para a reputação da França em geral. Sabe-se que historicamente, Paris sempre teve uma posição especial em relação aos EUA, e sempre teve a sua própria opinião na OTAN. E neste caso, acho que os franceses terão uma boa ocasião para mostrar mais uma vez que hoje é melhor não tentar mandar neles pois são um país independente”.
O governo dos EUA já tem manifestado abertamente sua preocupação com a intenção da França de passar à Rússia os Mistrais. Apesar disso, o contrato continua sendo cumprido.
Isto foi confirmado, em particular, pelo ministro das Relações Extriores francês, Laurent Fabius, que em meados de maio esteve de visita a Washington. Discursando na Brookings Institution, ele disse que a Rússia pagou mais de metade do custo do contrato e que, segundo a lei, já não há possibilidade de dizer não. Embora Washington continue a pressionar descaradamente não só Paris, mas também o secretário-geral da OTAN.
Entretanto, presume-se que a França entregará à Rússia o primeiro dos dois Mistrais no fim do ano corrente. A entrega do segundo porta-helicópteros está prevista para 2016. O contrato prevê também a possibilidade de construção de mais dois navios desse tipo na Rússia.
Voz da Rússia
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