Putin (dir.), Nazarbayev (centro) e Lukashenko assinaram o acordo em Astana, Cazaquistão
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou nesta quinta-feira um acordo com os colegas do Cazaquistão e Belarus para criar uma união econômica entre os países.
O governo russo afirmou que a União Econômica da Eurásia (UEE) com as ex-repúblicas soviéticas vai criar um mercado comum e ajudar a integrar a política econômica dos países membros, começando a partir de 2015.
O acordo foi assinado pelos três presidentes em Astana, capital do Cazaquistão, e deve entrar em vigor a partir do dia 1º de janeiro do ano que vem, depois de ser ratificado pelos Parlamentos dos três países.
O objetivo é garantir a livre movimentação de bens, serviços, capital e trabalho, além de políticas coordenadas em grandes setores econômicos.
Os três países juntos têm um PIB de US$ 2,7 trilhões (mais de R$ 6 trilhões).
Os críticos afirmam que o projeto é uma tentativa de reviver parte da União Soviética.
O presidente da Belarus, Alexander Lukashenko, afirmou que a Ucrânia deve se juntar ao bloco no futuro.
Enquanto o presidente deposto, Viktor Yanukovych, ocupava o governo ucraniano, a Rússia pressionava o país para se juntar ao bloco.
Yanukovych foi deposto em fevereiro pelas forças de oposição que queriam mais laços com a União Europeia e não com a Rússia. Desde a deposição do ex-presidente, as relações entre os dois países se deterioraram em meio aos confrontos violentos no leste da Ucrânia.
Nova integração
Putin afirmou que a criação da UEE “marca uma nova era”.
“Este documento está levando nossos países para um novo nível de integração, preservando totalmente a soberania dos Estados”, disse o presidente russo na reunião com os outros dois presidentes.
Os três países estão “criando um centro de desenvolvimento econômico poderoso e atrativo, um grande mercado regional unindo mais de 170 milhões de pessoas”, acrescentou o presidente russo.
O presidente do Cazaquistão, Nursultan Nazarbayev, afirmou que vê o novo bloco econômico como uma “ponte entre o Oriente e o Ocidente”.
Mas os presidentes também reconheceram que a união não está completa.
“Perdemos algo no caminho: a Ucrânia. Tenho certeza de que, cedo ou tarde, a liderança ucraniana vai perceber onde a sorte está”, disse o presidente Lukashenko.
Além da Ucrânia, outras antigas repúblicas soviéticas também se recusaram a assinar o acordo, apesar de a Armênia e o Quirguistão estarem analisando a possibilidade de fazer parte da UEE.
Fonte: BBC Brasil
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