Segundo agências de notícias, a Rússia, na qualidade de atual presidente do Conselho de Segurança da ONU, iniciou na segunda-feira 16 de junho consultas sobre a Ucrânia. Na véspera os membros do Conselho de Segurança bloquearam o projeto de resolução proposto pelo lado russo que condenava o ataque de uma multidão de radicais furiosos à embaixada russa em Kiev.
“O sistema internacional está rebentando pelas costuras. O Conselho de Segurança da ONU não condenou o ataque à embaixada russa em Kiev. Isso significa que agora é permitido atacar embaixadas”, escreveu na internet o presidente da Comissão das Relações Exteriores da Duma russa Alexei Pushkov.
No sábado 14 de junho, como já foi relatado, nacionalistas ucranianos vandalizaram a embaixada russa em Kiev. Eles arrancaram a bandeira nacional da Federação Russa, despejaram tinta sobre o prédio, atiraram coquetéis molotov, despedaçaram carros da missão diplomática. Agentes da lei não impediram os acontecimentos de forma alguma. Os membros do Conselho de Segurança da ONU em resposta ao pedido da Rússia recusaram-se a condenar os vândalos.
O motivo para os excessos dos ultranacionalistas em Kiev foi a destruição pela milícia da proclamada República Popular de Lugansk na noite de sexta para sábado, 14 de junho, de um avião de transporte militar da Força Aérea da Ucrânia que transportava reforços para os participantes da operação punitiva no sudeste do país e veículos blindados.
Quanto à expressão mencionada sobre um “ato cínico de terror”, ela pertence ao recém-eleito presidente da Ucrânia Piotr Poroshenko. A morte de pessoas é certamente sempre uma tragédia. Mas aqueles que morreram no avião abatido não estavam indo para uma viagem de turismo. Eles estavam indo para matar. De que “cinismo” está falando o presidente-oligarca segundado por políticos nas capitais da Europa unida?
E agora, nota em seu comentário sobre o assunto o jornal alemão Junge Welt, a imprensa também adotou o vocabulário de Kiev e relata um “ataque terrorista traiçoeiro”. “Como disse? Repita por favor”, ironiza o jornal. “Em Donbass há uma guerra, e um avião é um alvo militar. Quem lamenta a morte de soldados deve pensar em maneiras de pôr um fim ao conflito militar, e não em “retaliação”.
No entanto, em Kiev e nas capitais da UE e da OTAN, que encorajam suas ações, estão pensando em outra coisa. Ou talvez não querem pensar de todo? O chefe do ministério das Relações Exteriores alemão Frank-Walter Steinmeier, por exemplo, ficou “chocado” com o fato de que “tantas pessoas no leste”, disse ele, “deram suas vidas sem sentido”. Os culpados por este “crime”, disse ele, devem ser processados, e eles devem receber o “castigo merecido”.
É difícil dizer quê há mais nisso – incompreensão absoluta das realidades, ingenuidade política completa, ou, o que corresponde mais à verdade, verdadeira hipocrisia. Justamente no dia em que o ministro alemão estava expressando seu choque com a “morte sem sentido” de soldados ucranianos, punidores com sistemas de mísseis Grad estavam arrasando da face da Terra a vila de Amvrosievka perto de Donetsk. 27 casas de civis ficaram em ruínas, há vítimas. Em Slavyansk, no mesmo dia, de manhã à noite estavam sendo bombardeadas instituições médicas.
Só nas últimas 24 horas, informou em 16 de junho a agência noticiosa de Kiev UNN, foram mortos 50 milicianos e 150 pessoas foram feridas. A morte de quem, usando o vocabulário de Steinmeier, é mais “sem sentido”?
Dificilmente esta expressão pode ser aplicada aos milicianos mortos do sudeste. Será que a Europa unida se lembra hoje dos referendos realizados no dia 11 de maio nas regiões de Lugansk e Donetsk onde de 96 por cento dos residentes, com um comparecimento de 80 por cento, se expressaram a favor da sua independência de Kiev oficial? Sera que se lembram que inicialmente ninguém no leste pegou em armas? Somente quando as pessoas percebem que não são ouvidas em nem sequer, nas palavras do ministro do Exterior russo Serguei Lavrov, as consideram pessoas, elas decidiram proteger seus interesses. Mas por alguma razão a morte de dezenas e centenas de habitantes do leste da Ucrânia não “choca” ninguém.
Anders Fogh Rasmussen, secretário geral da OTAN, é nada menos cínico ao chamar as ações da Aliança em relação à crise na Ucrânia de “defensivas” acusando a Rússia de “agressão”. O perito militar Viktor Litovkin vê nisso a duplicidade da política do Ocidente:
“Quando na Síria forças do governo estão lutando contra separatistas e terroristas, isso é condenado, mas quando na Ucrânia as pessoas defendem o seu direito de falar a sua própria língua, de não serem mortas por capangas de Kiev, acredita-se que o governo está fazendo a coisa certa ao lhes declarar guerra. A duplicidade do Ocidente sempre irá ultrajar as pessoas normais”.
Hoje, na Europa por enquanto pacífica, políticos olham complacentemente para os nazistas desenfreados na Ucrânia. Mas a história recente mostrou que a base nutricional de qualquer tipo de fascismo é a guerra. Os Europeus, mais que outros, nunca deveriam esquecer isso. E tão pouco deveram esquecer quem derrotou o fascismo na Europa.
Voz da Rússia
terça-feira, 17 de junho de 2014
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Crise ucraniana: Europa ficou cega ou é deliberadamente hipócrita?
Crise ucraniana: Europa ficou cega ou é deliberadamente hipócrita?
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